Ah o amor,
Quando nos cativa,
Encanta a alma
De tal forma
Que Amaro basta,
Porém, quando se conta,
Se deseja
O beijo na boca,
O carinho que esquenta,
O abraço que sustenta.
Triste é o amor
Que não é acolhido,
Aquele qual
Não importa o que se faça
O outro que é gostado
Nada sente
Não importa o quanto
Seja amado,
Nada deseja,
Nem carinhos
Ou carícias,
Só quer o fim,
O desenlace do que se procura.
Sonhar a janela,
Sonhar no quarto fechado,
Sonhar na rua,
Nada basta
A este que não quer
Ser amado,
Não desejando corresponder,
Foge e esconde-se,
Não quer o afeto,
Nem mesmo o beijo
Descompromissado,
Quer distância,
Só isso.
Quase beira o ódio,
Querer maldito
E profano,
Que não aceita juras,
Não rende-se por nada,
Pois, simplesmente
Não desejar doce sentimento.
Choram todas as lágrimas,
Juntam-se todas as preces,
Acumulam-se todas as juras,
Mas nada o enternece,
Ele não ama,
Não importa que o grite,
Soluce ou declame,
Não quer nada desta
Que o fala,
Mesmo que em amor
Se derrame,
Em ódio se depure,
Ou solidão se afugente,
Não quer.
Não a quer.
Nada sente.
Não lhe supre.