Carol teve seu celular clonado,
Tudo que fez,
Cada fotografia que tirou,
Mensagens recebidas
E enviadas,
Cada detalhe seu
Foi exposto a publico.
Ocorreu,
Que um Tenente Coronel
Da Polícia Militar
Atuante na área ambiental
Passou por Carol
E gostou dela.
Ela, no entanto,
Não lhe deu atenção,
Permaneceu firme
Em seu relacionamento,
Era casada com Valdez,
Sentia atração por Edivar
Mas isto nunca a incentivou.
No entanto, Felipe insistiu,
Invadiu o celular
Enviou mensagens
Se passando por ela
E as apagou para dificultar
Sua defesa,
Ela, desconhecendo o teor,
Nada disse ou fez,
Nisto, Valdez chegou
Com os documentos prontos,
A encontrou lendo sobre o sofá,
Jogou sobre o livro de imediato:
- nossa separação,
Assinei!
Carol,
Pegou os documentos leu
E releu cada linha,
Ali estava exposto tudo que tinham,
Uma miséria de dinheiro,
Uns móveis corroídos,
Um carro para pagar,
Um terreno despencando
No penhasco,
Nada de amor
Em nenhuma linha
Escrevia-se algo sobre o amor.
- acabou?
Ela indagou
Levantando o rosto
Até encontrar seus olhos
Seguros e frios:
- assinei.
Assinei logo.
Ele respondeu
Indo até o quarto
E fazendo as malas.
- tá bem.
Está assinado.
Ela disse,
Assim que ele passou
Pelo sofá segurando
Suas malas.
Entregou o documento
Batendo com ele
Contra o peito de Valdez.
- é o fim?
Indagou outra vez.
- sim.
Ele respondeu.
Ergueu a perna
Sobre o sofá,
Colocou o documento sobre ela
E assinou o fim
De oito anos juntos.
- em casa dia
Destes oito anos
Você disse eu te amo.
Ela respondeu rápida,
Vendo ele chegar até
A porta de saída.
- não haverá outro dia.
Ele respondeu e saiu.
Pôs tudo no carro
E se foi.
Ela ficou sozinha,
Recostada no sofá,
Sem chorar ou lutar.
A empresa onde trabalhava
Foi convidada para apresentar
Sua função num evento da polícia militar,
Designada com uma amiga
Para fazer isto,
Ela foi.
Ao chegar lá,
Felipe veio vestido de farda,
Colete a prova de balas
E fuzil nos braços,
A cumprimentou
E cumprimentou a outra
Amiga de Carol,
Yanka que estava com ela.
Lá, houve uma situação estranha,
Carol e Yanka não estavam
Preparadas para isto,
De repente,
A banda Rammstein
Chegou no pátio
Em frente ao palco,
Carol e Yanka estavam atrás
Do pátio sob a sombra
Do Batalhão de Polícia militar
De Chapecó,
Em frente ao pátio havia um palco,
Lá estava a polícia.
Nisto a banda começou
A fazer um show,
“Renuncio minha felicidade,
Nela há sempre
Um rosto irado
Que me põe em reserva,
Me vejo correr até
Minha parede,
Pegar alguma de minhas armas,
E desmuniciar meu arsenal,
Eu encho o pente de balas,
Colocou na arma,
E atiro.
Minha felicidade
Vem disto:
Pegar na bala fria,
Jogar no pente,
Rolar a arma
Por entre meus dedos
E sorrir do barulho
De soltar o gatilho
E esperar o estouro.
Eu amei aquela garota,
Aquela que você viu
Percorrer as calçadas,
Me viu correr atrás dela,
Mirar da janela
Do carro em que a esperava,
Você viu isso,
E ainda assim,
Ousou estupra-la,
Garoto do diabo,
Você pôs fogo no rabo dela,
E agora eu vou queimar
Está sua garganta
Até chegar na sua maldita bunda
A balas,
Estúpido foi o seu erro,
A estuprou e jogou nela
Seus desacertos,
Eu vou acertar sua testa
Com este tiro
E com outro te ver correr,
A jorrar sangue
E implorar para morrer.”
Carol não conhecia
A música,
Subiu na mesa onde estava,
Retirou a roupa,
Gritou e cantou para a banda,
Felipe aproveitou
O recado
Mandou prende -la por desacato,
Dois homens a seguraram
De costas para ela,
Com o rosto imprensado
Contra a mesa.
Felipe retirou o pênis
De dentro de sua farda,
Baixou a calça dela
E meteu em sua bunda.
- grita, vadia, grita!
Nisto chegou no pátio
O Edivar,
Aquele de sua paixão jovial.
Ele levou um susto
Ao ver Carol jogada
Contra uma mesa
Fazendo sexo em público,
Subiu até o palco
E desligou o sistema
Que fazia uma imagem
Da banda
E fazia o som nas caixas:
- acalmem-se,
Isto é apenas um sistema tecnológico,
O show é falso,
Acalmem seus sentidos.
Carol
Conseguiu se livrar de Felipe,
E os outros dois policiais
A liberaram.
Ela simplesmente fechou
O zíper da calça,
Fechou a camisa de botões
Toda aberta,
E foi embora.
Escolheu nunca voltar
Para lá,
Ou se entregar
A qualquer policial.
Declarou ódio,
Tanto quanto se apegou
A solidão,
O show era falso,
O sentimento irrisório,
As provas frágeis,
Então, ela pegou a faca
De cozinha,
Afiou sobre a pia,
Colocou contra o peito,
Escorou-se na própria pia
E empurrou.
Depois caiu no chão,
Com os olhos abertos
E chorando até que cessou,
Mas, não fechou,
O sangue escorreu
Por sua camisa branca,
Por sua calça,
Foi até o chão.
De porta aberta,
Vida escancarada,
Ela se entregou ao seu fim,
Eu li sobre isto e odiei,
Aumentei o tamanho da parede
E a quantidade de armas,
Se eu ver algo
Como isto
Eu atiro,
Eu juro.
Não tolero covardia,
Emboscada ou estupros.
Carol nunca foi
A nenhum show do Rammstein
Mas os conheceu no supermercado
E tirou fotos com eles,
Também ganhou autógrafo,
Contudo, morreu muito cedo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário