sexta-feira, 30 de junho de 2017

Despedida

Com a alma a sangrar,
E o sorriso manchado de lágrimas,
O coração clama por calma,
A me ver te procurar no rosto de cada pessoa,

Como se ainda estivesse ao meu lado,
Ouço sua voz nítida a atacar meus ouvidos,
Com palavras afiadas,
Que feito um punhal sangrava a alma,

E ao buscar explicação em seu olhar,
Senti meu coração gelar,
Ao te avistar de mala feita,
Decidida a sair pela porta,
E ir embora da minha vida,

Como se fosse algo simples de se decidir,
Simplesmente arrumar suas coisas e partir,
Como se fosse fácil arrancar de mim,
Todo o amor que me fez sentir,

Como se todo o sentimento que vivemos
Pudesse ser guardado em um retrato,
E ao rasgá-lo pudéssemos quebrar o vínculo,
Destruindo-o em mil pedaços,

Para que seus fragmentos fossem levados pelo vento,
Para qualquer lugar onde não pudessem ser encontrados,
Onde seria consumido pelo tempo,
Ou dilacerado pelo fogo,

E, assim, fosse apagado o seu espaço em meu peito,
Sem encontrar abertura para conciliação,
Procurei resguardar o coração

E lhe deixei se retirar,
Apenas para que se um dia lembrasse, e decidisse voltar,
Encontrasse o meu abraço a lhe esperar.

Seu Amor

Sonhei que na magia do luar,
Conseguia tocar as estrelas,
Mas logo que as tive em minhas mãos
Senti o fascínio se desfazer,
Como se o universo coubesse em um pequeno instante
Do amor que pulsava em seu coração,

Uma pequena fagulha,
Se comparado ao sentimento que você emanava,
E na magia do amanhecer
Senti o amor acontecer,

Ao acordar segura no calor do seu abraço,
E avistar as estrelas tão próximas, a brilhar em seus olhos,
Pude sentir a magia do luar
Penetrar minha alma no afago de sua voz rouca,

Parecia um encontro com Deus
Sentir o afeto de seus lábios cheios sobre os meus,
Segura no aconchego de seu corpo,
No espaço reservado do seu peito,

O universo se tornou ofuscado,
E até mesmo inglório,
Diante do carinho com que afagava meu rosto,
E ao contemplar o esplendor do seu sorriso,

Percebi que até mesmo um mensageiro do inferno,
Se converteria ao sagrado,
Apenas para ficar sob a proteção de suas mãos,
E alcançar, mesmo que apenas um pouco, de sua afeição.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Caminho para o Inferno

Uma dor aguda lhe acertou o coração,
E uma súbita raiva tomou sua feição,
Com o veneno de um punhal,
Seu olhar queimou com um ódio letal,

Ao se deparar com sua amada
Presa na armadilha de uma cilada,
Como um anjo de cabelos negros, olhar raivoso,
Jeito perigoso e andar silencioso,

Arrumou seu punho esquerdo em sentido de soco,
E no direito empunhou a arma como uma extensão do seu braço,
O ódio percorria gélido em seu corpo,

Tal como o aço frio e metálico da arma,
E com sangue na alma,
Foi levar a morte a quem procurava,
Como um predador partiu para a caçada,

Ao ver o inimigo tirar o pino detonador de sua granada,
Tão logo decidiu ferir sua amada,
Sua voz furiosa, rouca, aveludada e perfeita,
Soou feito uma lâmina a cortar a distância

Que os separava e a feria,
O cheiro do pânico de sua amada,
Era para o inimigo, um caminho sem volta para o inferno,
A pontapés e socos, ele desfigurou o rosto do adversário,

E amputou seu saco a tiros,
Pouco antes de derrubá-lo, inofensivo, com um disparo no peito,
Agonizando em sua dor, o inimigo levou a mão no peito

Visando estancar o sangue 
Que o carregava para a morte,
Mas antes que a morte cegasse sua visão,
Ele pode avistar o casal apaixonado se envolver em um beijo,

Em que o anjo salvador a segurava firme sob a proteção de seu abraço.

Não Convém se Arriscar

Como um sinal de alerta,
Um arrepio lhe percorreu a espinha,
Estava encurralada no final da rua,
Com as mãos para cima, pretendia se virar,

Logo que sentiu o aço frio e metálico tocar sua nuca,
Sentiu-se gelar sob a mira de uma arma,
Que a curta distância,
Nem o calibre importava,
Pois o estrago seria o mesmo,
E ainda sob a mira do inimigo

Planejou escapar e estourar seus miolos,
E o cheiro da morte lhe aqueceu o sangue,
Tão logo a raiva lhe tingiu o olhar
De um castanho cobre,
E o ato impensado de um assassino medíocre,

O fez tomar uma atitude que lhe conduziria a morte,
E o resultado tomaria as manchetes,
Porque na pedra da desonra, ela ia lapidar seu nome,
Por escolher a vida sob a segurança das sombras,
O inimigo se decidiu por uma morte penosa e imediata,

Tudo que precisava era agir de forma estratégica,
Escapar e esmagar o rato, como se estivesse em uma ratoeira,
Pois com certeza, não seria uma mera vítima de uma guerra particular,
Para mostrar que com ela, não convinha se arriscar,

Em um gesto planejado,
Se virou e desferiu um soco que desfigurou o rosto do inimigo,
Com o impacto um Colt foi ao chão, inofensivo,
Ela, então, pegou o frio metálico e fez dele uma extensão do seu braço,

Puxando o gatilho e desferindo um tiro no saco do inimigo,
E o outro entre os olhos,
Fazendo uma perfuração entre o cérebro e o osso,
E um corpo sem rosto foi ao chão, sangrento, em um ruído abafado.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Sangue no Olhar

Motivado pela raiva e a injustiça da cilada
Em que sua amada foi vitimada,
Ao ser acuada e machucada em uma emboscada,
De forma dissimulada,

Por indivíduos que visavam macular sua conduta ilibada,
Tendenciosos a manipulá-la através do uso da força e ameaça,
Um ar raivoso emoldurou seu rosto honesto,
E feito um guerreiro solitário

Saiu para protegê-la do inimigo,
Com a raiva de um gladiador,
Marchou com sangue no olhar,
Rumo à batalha de uma guerra particular,

Com a habilidade de um predador,
O guerreiro invadiu a noite farejando o temor,
Abrigado na sombra da escuridão,
Ele fundia-se ao cenário que escondia sua feição,

E feito um fantasma movia-se por entre as sombras,
Enquanto as lágrimas de sua namorada
Vertiam em seu pensar,
Falando-lhe de honra, amor e vingança,

Em que teve como resposta
Uma simples promessa
De que apenas o sangue resolveria esta caçada
Pois estes covardes, agora tinham dívidas a pagar,

E com o cheiro da morte a penetrar suas narinas
Ele ajustou o silenciador de sua pistola automática
E o inimigo nem ouviu o tiro que lhe tirou a vida.

sábado, 24 de junho de 2017

No Espaço de Um Abraço

Não há melhor lugar para se encontrar
Do que no conforto do peito de outro ser humano,
Através de um abraço apertado,

Espaço destinado para aliviar a alma,
Lugar incumbido de ofertar segurança,
Espaço a ser preenchido com amor,
Lugar em que se encontra o calor
Que sustenta e alimenta,

Que toca o coração e agita a pulsação,
Jeito sensato de fazer um coração
Ressoar com ternura dentro de outro coração,

Afeto que prende sem aprisionar,
Afago que acende só para ver acalmar,
Jeito de ouvir a outra pessoa pelo ritmo do seu pulsar,
Modo de sentir o outro ser
Como se ele fizesse parte de sua própria carne,

Maneira segura de ultrapassar as barreiras
E encontrar a alma da outra pessoa,
Lugar mais seguro para chorar,
Esfera mais tranquila para se acalmar,

Cura para o coração dilacerado,
Porto seguro contra todo tipo de infortúnio,
Espaço que preenche ao se permitir ficar,
Cura para as noites mal dormidas

Força que alicerça,
Pode ser de mansinho, apertadinho, com jeitinho, ou escondidinho,
Mas sem dúvida alguma é o espaço reservado para trocar carinho.

No Som da Sua Respiração

A noite caiu em silêncio,
E o sono chegou mesmo sem consentimento,
Então me levantei e a tomei nos braços,
Emoldurando seu corpo em meu abraço,

Sentindo seu coração bater junto ao meu peito,
Em um gesto de carinho afaguei seu rosto,
E senti o brilho do amor envolver seus olhos castanhos,
Enternecido lhe trouxe mais para perto,

Envolvi seus lábios na doçura de um beijo,
E senti seu gosto percorrer todo meu corpo,
Como se formássemos uma unidade,
Lhe senti percorrer, inclusive, em meu sangue,

Como se penetrasse em minhas veias,
Com a leveza de suas carícias
E comandasse cada batida do meu coração,
E apenas me libertasse ao sair em minha transpiração,

Somente para envolver o ar com seu cheiro,
E me dar a liberdade de senti-la em cada um dos meus poros,
Como se fizesse parte do meu próprio ser,
E eu pudesse libertá-la, apenas para me pertencer,

Não imaginava que o amor pudesse ser tão perfeito,
A ponto de me fazer um homem completo
Por ser capaz de lhe dar segurança,
E ver o brilho da nossa aliança

Refletir na satisfação do seu olhar,
Com toda ternura, a deitei em meus braços feito uma criança,
E a levei no colo para a maciez do nosso leito,

Não foi necessário fazer amor,
Pois o amor já estava feito,
E com a ternura a abraçar meu coração,
Me vi adormecer ao doce som da sua respiração.

Amigo

Na magia que dá vida ao novo dia,
Os pássaros brincam pelo azul celeste,
Em um mergulho no infinito,
Dançam na sinfonia produzida pelo vento,
Como se cada amanhecer fosse um evento solene,
Uma nova oportunidade para renascer,

E transformar as noites de sonhos
Em dias de realização,
Para que os milagres dos destinos traçados
Em letras douradas dentro de cada coração,

Tenham a oportunidade de acontecer
E entregar aos humanos a alegria de viver,
Para que seus passos passem a ser coordenados
Com o mesmo impulso que move os corações apaixonados:

O amor por si mesmo,
O respeito pelo próximo
E o desejo incansável de vencer os obstáculos
Com a sagacidade de avistar as barreiras
Com um olhar visionista,

Vendo nelas uma nova oportunidade para alcançar a vitória,
Como se o embaraço fosse um impulso que direciona a glória,
E assim poder contemplar o infinito
Com o mesmo entusiasmo de quem avista o paraíso,

Sabendo aproveitar toda felicidade
Que cada momento tiver a oferecer,
Selecionar os amigos em quem confiar
Com o olhar minucioso de quem entrega

Seu tesouro mais precioso:
Sua atenção, um lugar em seu coração,
Para que cada ser humano que ande ao seu lado,
Seja tão único, a ponto de ser chamado de amigo.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Amor: O Sexto Elemento do Universo?

O amor lapidado a ferro e fogo na pedra da ternura,
Vem para saciar a alma com a energia mais pura,
Porque somos feitos de sentimentos,
E a exemplo do universo,

Que ilumina o dia e a noite,
Possibilita a existência de vida na Terra,
E inspira o homem a buscar seus sonhos,
Encontra-se o planeta Júpiter,

Maior astro do espaço,
Localizado em quinto lugar no sistema solar,
Quarto objeto mais brilhante da abóbada celeste,
Nomeado como Deus na mitologia grega,

Reconhecido como estrela de madeira,
Por simbolizar os cinco elementos chineses,
Que formam o mundo material,
E por representar o amor como algo além do ciclo vital,

No período sinódico,
Em que a cada 398,9 dias a Terra o ultrapassa
Ao orbitarem em torno do Sol,
Ele faz um movimento retrógrado,

Como um cavalheiro que se curva,
Para deixar a dama, deusa da vida, passar,
Como um gesto de reverência,
Como se avistasse nela seu sexto elemento,

O amor capaz de gerar a vida,
Como prova, pode-se citar sua grande mancha vermelha,
Que no período de seis dias, gira em sentido anti-horário,
Em torno de si mesma,

Vermelho a cor do sangue, a cor jurídica,
Que representa a vida e a forma de se relacionar,
E não por mero acaso,
Mas a cada 12 anos aproximados,
Júpiter completa sua órbita em torno do Sol,
Número que corresponde ao tamanho de um coração adulto.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Senti Saudade

Com a primavera a desabrochar as flores,
O sol se punha no horizonte,
Envolvendo do céu à terra com suas cores,
Nada mais propício para um romance,

O que gerou minha perda da imunidade,
E feito uma carícia um sorriso roçou minha face,
Tão logo seu rosto de anjo abraçou meu pensamento,

Tão vívido quanto um reflexo da minha alma,
Sua imagem linda e única parecia impressa,
Com aquele mesmo sorriso seu que me desarma,
Sua voz de veludo surgiu feito um afago aos meus ouvidos,

Como uma terna lembrança de nossas promessas,
Palavras ditas com a confiança de quem se ama,
E por isso guardam a mesma valia que teriam se estivessem escritas,
O que me fez recordar de seu olhar suave e penetrante,

Que feito uma lâmina rompia minha armadura,
E me despertava para uma loucura suicida,
Em que nosso amor detinha mais validade que a própria vida,
Pois a cada toque de suas carícias,

Me via explodir feito uma granada,
Uma espécie de bomba relógio sob suas coordenadas,
Onde a regra a ser respeitada era amar sem medidas,
E dando voz ao coração,
Que clamava seu nome sem perdão,

Dei um passo para esmorecer o silêncio,
Peguei o celular e digitei seu número,
Tão logo me atendeu, respondeu a sorrir:
- Estava pensando em você, queria você aqui.
- Também senti saudade. – respondi.

domingo, 18 de junho de 2017

O Infinito do Seu Olhar

O relógio soou meia-noite,
Enquanto a lua solitária iluminava o horizonte,
E o silêncio do apartamento me envolvia,
Com nossas lembranças a me fazer companhia,

Trazendo sua voz de veludo aos meus ouvidos,
Como uma sinfonia a embalar meus sonhos,
E na lembrança do seu sorriso,
Encontrei suas palavras proféticas a encaminhar meus passos,

E ao recordar seus olhos profundos e cristalinos,
Que se irradiavam sobre mim feito fogo líquido,
A aquecer o sangue em minhas veias,
Como um convite para despertar para a vida,

Me sentia como uma refém do destino,
E no espaço do quarto frio,
Ansiava por nosso reencontro,
E saber que a força bruta do seu corpo,
Com uma precisão minuciosa me assegurava em seu abraço,
Mas era incapaz de denunciar o doce suave dos seus beijos,

E mesmo o melhor dos meus sonhos proféticos,
Faria justiça a sua beleza,
Ou a satisfação que é estar ao seu lado,
Como um monumento em homenagem a um deus grego,

Seu rosto de anjo se destacava por sua inocência,
E sempre que seu hálito doce soprava em meu rosto,
E o amor tomava seu semblante perfeito,

Sentia meu coração a um passo além de mim,
Como se estivesse dentro do seu enfim,
E neste instante já não tinha nada mais para desejar,
A não ser uma criança com o infinito do seu olhar.

Coração Descompassado

Com um sorriso gentil,
Ele virou as costas e partiu,
E ela, com os olhos marejados 
E um sorriso trêmulo nos lábios,
Guardou consigo as lembranças,
E trouxe para os olhos o brilho da esperança,

De que o tempo apagaria as feridas,
E tendo o silêncio por companhia
Consentiu que o choro que emudecia sua garganta,
Rolasse descompassado rumo ao vazio
Do seu coração dilacerado,

O espaço antes por ele ocupado em seu peito,
Agora estava profundo e dolorosamente vago,
Aturdida, instantes antes, em sua presença,
Entre lágrimas ela gritava,

Suas palavras soavam como súplicas,
Porém ao se deparar com seu olhar,
Viu o ouro de seus olhos se solidificar,
E ao fitá-la parecia se estilhaçar
Em pequenos filetes a lhe perfurar,

E por mais profundo que pudesse penetrar,
Não conseguia se encontrar em seu olhar,
E mesmo quando suas lágrimas quentes,
Fizeram seus olhos gelados se derreterem,

O ouro líquido jorrou feito ácido em suas veias,
Fazendo-a sentir-se condenada
A vagar por uma noite sem lua,
E saber que como uma estrela cadente
Ele rompeu o escuro do seu horizonte,

E trouxe consigo luz e beleza para sua vida,
E agora tão seguro quanto chegou partiria,
Roubando de seu espaço as estrelas,
Sentenciando-a a viver sem a luz de sua existência.

Ela Foi

Novos rumos, Nova vida, Com a perda do esposo, Adeus a casa querida. Com lágrimas de despedida, Andanças por cada um de seu...