sexta-feira, 30 de junho de 2017

Despedida

Com a alma a sangrar,
E o sorriso manchado de lágrimas,
O coração clama por calma,
A me ver te procurar no rosto de cada pessoa,

Como se ainda estivesse ao meu lado,
Ouço sua voz nítida a atacar meus ouvidos,
Com palavras afiadas,
Que feito um punhal sangrava a alma,

E ao buscar explicação em seu olhar,
Senti meu coração gelar,
Ao te avistar de mala feita,
Decidida a sair pela porta,
E ir embora da minha vida,

Como se fosse algo simples de se decidir,
Simplesmente arrumar suas coisas e partir,
Como se fosse fácil arrancar de mim,
Todo o amor que me fez sentir,

Como se todo o sentimento que vivemos
Pudesse ser guardado em um retrato,
E ao rasgá-lo pudéssemos quebrar o vínculo,
Destruindo-o em mil pedaços,

Para que seus fragmentos fossem levados pelo vento,
Para qualquer lugar onde não pudessem ser encontrados,
Onde seria consumido pelo tempo,
Ou dilacerado pelo fogo,

E, assim, fosse apagado o seu espaço em meu peito,
Sem encontrar abertura para conciliação,
Procurei resguardar o coração

E lhe deixei se retirar,
Apenas para que se um dia lembrasse, e decidisse voltar,
Encontrasse o meu abraço a lhe esperar.

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