domingo, 11 de junho de 2017

Dor Solidária

Logo que a tarde caiu na cidade,
Quando o outono de maio
Foi perdendo espaço para o frio de junho,
A dor da minha alma se expressava em lágrimas,

De forma tão angustiante que anuviava dias e noites,
Um sofrimento purificador que subia aos céus para entregar amor,
E descia a terra através da chuva para gerar vida,
Um pesar solidário que ultrapassava o humano

Para alcançar o universo,
E fazia o tempo chorar a angústia que sangrava em meu peito,
E feito o milagre que faz a terra receber a água da chuva,
E a guardar em si para gerar vida,

Vi minhas lágrimas secarem e as marcas se apagarem,
Tão logo entrou pela porta um anjo guardião,
Que no abrigo de seus braços,
Mostrou que minha agonia não foi em vão,

E enquanto o medo e o sofrimento batiam a porta,
E fazia o desespero gritar ao nosso redor,
Seus olhos cor água marinha
Faziam do meu mundo algo melhor,

E como um amuleto precioso penetrava meu silêncio,
Para encontrar minha alma,
E buscar as palavras que eu não conseguia falar,
E quando nossos corpos e almas se uniram,
Todo o medo se dissipou,
E o sol então retornou, brilhou, aqueceu e iluminou.

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