quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Vivendo de Lembranças

Então restou o silêncio,
Em minha cabeça o eco de sua voz,
Frio e vazio ecoando pelo quarto,
Lágrimas teimosas molham meu rosto,

Contornando e penetrando meus lábios,
Me embriagando com seu gosto amargo,
Logo, veio a sensação de queda,
Que nem mesmo a lembrança de sua boca conseguiu afastar,

Como se o céu tivesse perdido o luar,
E só restasse um vazio inseguro em seu lugar,
Apenas uma escuridão espessa,
Enevoando sua lembrança em meu olhar,

Marcando nossas carícias,
Com fragmentos guardados em minha alma,
Já nem distingo a verdade do que é imaginação,
Pois no que dependesse do meu coração,

Jamais teria optado por rasgar minha alma,
Com a dor da partida que dilacera minha vida,
Como se minha dor me derretesse,
Perdi minhas forças e deixei meu corpo escorrer pela parede,

Ajoelhada soltei um grito mudo,
Tentando exclamar essa dor silenciosa,
Envolvi os braços em meu próprio corpo,
E senti minha alma se aquecer ao te lembrar,

Com a visão embaçada por lágrimas apaixonadas,
Me senti farta da sua dolorosa ausência,
Que preenchia meu redor com o que não estava,
Será que um coração sobrevive apenas de lembranças?

Uma escolha errada e um beijo de despedida,
Foi suficiente para lhe tirar da minha vida,
Mas se aceitasse minhas súplicas,
Mesmo que tardias,

Apenas te lembraria de suas últimas palavras,
Aquelas que ainda pairam vivas sobre este lugar,
As quais falavam de um amor tão antigo,
Sem o qual nem mesmo você resistiria,
Aquelas que me convenceram de que era um anjo caído,

Cujo destino lhe guardou em minha vida,
Feito um presságio de que eu lhe salvaria,
Amor, se viste a tristeza que consome meu olhar
Nestas lágrimas dolorosas,

Sei que gemerias minha dor palpável e brutal,
Que com um simples dar de ombros,
Me separou de você, minha alma gêmea,
Amor, sei que o som da minha voz não lhe chega tardio,

Veja, eu me sinto cair sem parar,
Perdida nesta escuridão solitária e tão densa,
Aquela mesma da qual prometeste me salvar,
Me sinto descer em direção ao nada,

Amor volte apenas para reavivar minhas lembranças,
Que agora sentem-se tão falhas e esvanecidas,
Sei que não houve outro amor em sua vida,
E como vês ainda estou vivendo de lembranças,

Mas entenda minha necessidade de senti-lo mais uma vez,
Seu silêncio está afogando meu amor,
Tenho medo que tenhas conseguido me esquecer,
Mas quando sinto a intensidade de nossos beijos apaixonados,

Me convenço de que nem tudo esta acabado,
Amor, não acho justo ver meu corpo,
Antes tão completo em seus afagos,
Agora vazio e frio,

Preenchendo-se de um choro doloroso e solitário,
Amor, todas as demais coisas caem em escombros,
Apenas nosso amor não conhece o declínio,
Quanto aos nossos sonhos caídos,
Nada nos custa reerguê-los,
Amor se não há outra em meu lugar,
Então posso me convencer de que sentes minha falta?

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