sábado, 19 de novembro de 2022

Noite de Tormenta


Do alto do deck,

Ela olhava tudo de cima,

Era como se estivesse no ponto máximo,

Porém, buscava as estrelas,


Lá do alto de onde estava procurava,

Buscava no horizonte ver alguém,

Mas, por maior o esforço não encontrava,

Existem máximas maiores que um ponto,


Algo que até poderia definir-se desta forma,

Contudo, seria reconhecido como ponto de apoio,

Ali onde estava era seguro,

Bonito como o véu de um luar apaixonado,


Mas, de onde estava até o fim do horizonte,

Ele, simplesmente não estava,

E isso a entristecia e muito,

A chuva fria começava a cair e molhava,


Ganhava do cabelo ao rosto até sua roupa,

Sem entender o porquê,

Ela retirou-as de peça a peça –desnuda,

Uma lágrima molhada percorreu a face- macia,


Era uma vista que valia a pena estar,

Certamente- certamente que não tanto,

Se o preço era estar sozinha,

Então, já não contentava a paixão,


Aquela que faz o acelerar do coração,

Que agora batia forte e descompassado,

Pelo frio e a saudade sem razão,

Ela sabia, e com isso sentia as pernas fraquejar,


Que não trazia o contentamento do final do beijo,

A satisfação tórrida da paixão,

Teria que se contentar com isso,

E até então era tudo que queria,


Por que agora, simplesmente, não preenchia?

Ele, talvez agora seguisse um outro caminho,

Um que por mais que procurasse,

Ela não iria encontra-lo,


Ela como uma louca errante,

Fadada a espera-lo ou procurar para sempre?

Mil trovoes povoavam os céus escuros,

Nem um pensamento lhe ocorria que servisse,


O vento, uivava e arquejava de forma desconhecida,

Era como se tudo ao redor dançasse de alegria,

Ele soprava baixo, quente e afiado,

Penetrava-a, ela gemia e se contorcia,


Uma garoa fina passou a tocá-la,

Tudo então, tomava outra forma,

Embora sem tanta expressão a frase “um ponto”

Tinha um sentido descomunal,


Todo um auge ao alcance,

Menos o ponto – o ponto inicial,

Lá onde tudo foi essencial para o desenlace,

Lá ela escolheu deixar dele,


E ali, ela escolhia vê-lo, ao menos vê-lo,

Na terceira vez em que o vento soprou forte,

Ela sentiu como se ele disse o seu nome,

É costuma daquele que ama ouvir o nome do amante...


Então, ela não disse nada,

Ficou imóvel como se petrificada,

Ai de mim, usar aqui outra palavra – morta!

A situação beirava agora,


Em termos simples em algo como horror e agonia,

Mãos firmes a tocam pela cintura,

A erguem junto ao peito,

Um sujeito masculino a leva embora...


Do amor que teve e perdeu ela nunca mais quis falar,

Diz-se que nem ao menos teve notícias,

Dizem, ainda que depois daquele dia,

Ela também, não desejou tê-las.


 

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