Bem são palavras de Érika,
Filha da Brunna,
Cunhada de João,
Esta mulher declarou com emoção:
O amor, mas ele não!
Sentiu-se a mais sábia das mulheres,
Pois amava mesmo sem retribuição,
Mas, um dia sucede o outro,
E certo dia, não muito distante,
Cruza ela por ele e o acha no chão,
Caído e por morto!
Ergueu as mãos aos céus e clamou por socorro,
Por algum motivo íntimo
Não queria tocá-lo,
Jurou a tantos anos antes
Nunca mais amá-lo,
Lembra-se de todos os danos,
De sua pele a descamar ante a dor,
Agora, com a pele e alma refeita: tocá-lo!
Não, ela não tinha o entendimento de um ser humano,
Amar exige esforço e isso implica em cuidar,
Mas, deveria abandonar a si mesma?
Tanto tempo, e tantas mentiras descobertas,
Inflou o peito e gritou alto:
-Por favor, alguém o ajude,
Que me perdoem mas não quero me obrigar a tocá-lo,
Que horror!
Mas, parecia não haver ninguém tão próximo,
Ou alguém que se importasse com ele da mesma forma,
Faz-se o homem,
E dele provém suas atitudes!
Quem é este que sobe aos céus e desce?
Ela levantou as mãos ao vento
E foi como se as estregasse a ele,
De alma limpa, sujar-se-ia e nisso suas roupas,
Suas mãos, nada além.
Eram como se os limites fixados
Agora fossem postos por terra,
Ajoelhou-se sobre aquele corpo por morto,
Percebeu águas escorrerem sobre sua roupa,
Nela as suas lágrimas,
Era como se não o tocasse,
Não merecia tamanha sujeição,
Mas, qual era o nome dele?
O nome deste que agora nem podia pedir socorro,
Se disto dependesse sua vida,
Nem conseguiria pedir-lhe o perdão,
Quem era este nome?
Caído ao chão,
Um corpo vazio mas com vida,
Ela podia sentir-lhe a vida pulsar por entre os dedos,
Sim, ele não estava morto,
Apenas aparentava,
Conseguiria salvar este que só tinha dele suas atitudes,
Este que por ela pôs o nome em esquecimento,
-Conte-me, você sabe!
Ela pediu a ele enquanto tocava em seu peito,
Conhecia aquela pessoa de forma íntima,
Agora, já não recordava,
Precisaria?
Cada palavra que provém de Deus é pura,
Mas da boca que por Ele fala, ela seria?
De repente, seus lábios moveram-se,
Ele se esforçava por si mesmo,
Daria para acreditar que queria viver,
Será que seria forte o bastante?
Estava em suas mãos agora,
Aquele que um dia lhe virara as costas,
Aquele que feriu-a,
Ele da forma como estava,
Se assemelhava a um escudo impenetrável,
E acho até que este escudo o feria...
Não tentou movê-lo tanto,
-Diga-me, diga seu nome,
Você o têm, não têm?
Como é que você é conhecido pelos outros,
Não, não tente me reconhecer,
Quem eu sou agora não importa,
Nem aquele que você foi para eu,
Diga para mim,
Como você é reconhecido lá fora?
Me parece que ninguém se lembra...
Não ouviu nada a se acrescentar,
Conseguiu com muito esforço colocá-lo sentado,
Quase se arrependeu do tempo em que o definiu- o mentiroso!
De sua boca jorrou sangue,
Sangue coagulado e grosso...
Um sangue escuro e inconsciente...
(Penso que ele ainda não sabe quem é,
Mas sim, está a salvo!).
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