Este não é apenas um conselho,
Obedeça ao que sente,
Siga as ordens do seu sentimento,
Assim o digo, e o faria se pudesse,
Porém, quem amo já ficou para trás,
Entreguei-me com tudo que pude,
Contudo, esquecer não sou capaz,
Da mesma maneira que não o fui para o apetecer,
Fiz um juramento perante Deus,
Se o conquista-lo uma noite que o seja,
Ah, o farei meu!
Nisto tudo esqueci de amar por inteira,
Não falei tanto de sentimentos,
E amar fiz muito menos,
A alma é soberana,
Depois que se apaixona nem adianta indagar:
Que há que agora não consegue esquecer,
Ela alega ter tudo sobre seu alcance,
Mas quanto a deixar de amar já não está em seu poder,
Queria ter entendido isto antes, muito antes...
É como se cada vez que vejo alguém,
O coração me olhe através do olhar dele e indague:
-E agora, querida alma, o que está fazendo?
Acho que ele não acredita mais em mim,
Não acha que eu seja capaz de esquecê-lo,
Não o coração me refiro ao primeiro que tive,
Aquele que amei por uma vida e deixei para trás,
Sei lá hoje o por quê,
Tivesse uma resposta talvez evitasse este sofrer,
Quem obedece ordens não sofrerá mal algum,
Me vejo refletir sobre esta frase,
Mas já sei que está fora do alcance,
Obedecer... a alma que insiste em amar,
Ou ao coração que se recusa a achar que ainda é capaz?
O coração não sabe a hora ou maneira de agir,
A alma diz apenas que ama e que sempre será assim,
Bem, sabe-se que coração pulsa
E se deixar de pulsar também para de existir,
Mas não sei por que inflama a cada olhar que se desvia,
É um ver-me de outro alguém e ele pulsa,
Parece que se apaixona mas depois se refugia,
A alma coitada já nem sabe se defender,
O sofrimento de uma apaixonada diz muito sobre ela,
Penso se cada homem que passa imagina o quanto foi amado,
Sim, porque para cada mulher há um coração que gosta,
Não há?
Mulheres amam e homens gostam disso,
Penso até que nos incentivam,
Eles amam e amam-se, assim o é,
Afinal, ninguém conhece o futuro,
Apenas baseiam-se num passado imaginado,
Visto pela superfície e de resto acreditado,
Ninguém tem o poder de dominar o amor,
Mas, pulsar por cada homem bonito?
Ai meu Deus já nem sei se mereço,
As vezes, por poucas vezes ainda olho para trás,
E quando olho o vejo,
Aquele que amei, sei que não está lá,
Mas um dia estivemos juntos e isso foi bom,
Vale o instante do recordar,
É como se o coração pulsasse e os dissesse:
-Pois é, e quem sabe o que pode acontecer?
Me indago se eles o veem como uma promessa,
Gostaria apenas que cada homem bonito que passa
Soubesse sobre minha alma,
Que amou um dia ela foi capaz,
Mas esquecer ainda acha que não poderia,
Este coração que pulsa é capaz de acreditar,
Mas, tampouco tem o poder ou efeito de escapar,
Está preso a esta que ainda pensa num nome,
Em um rosto e com isso, em única pessoa,
Que o amor os livre da maldade que isso possa parecer,
Que são belos o são,
Se valem a pena, valem e muito,
Mas alma que ama não esquece de um dia para o outro,
Olho o calendário e verifico o ano,
Então, na verdade não esquece nem em décadas,
Tudo isso me pus a pensar andando debaixo do sol,
Há ocasiões em que um pulsar domina sobre o outro,
Penso se eles se bastam de horas,
A cada vez que me afasto de suas bocas,
Imagino que horas não me bastam como o foi lá atrás,
Nessas ocasiões vejo muitos rostos indo e vindo,
Se aceito beijar é porque gosto,
Nisso, o número não é muito alto,
Todavia, os sinto esquecidos pela cidade,
Quando uma alma ama e não se sente castigada,
O coração também não se esforça para esquecer,
Aquele que um dia amei ainda tem valia,
Outros não se auxiliam no quesito ser melhores que ele,
Bem, me vejo pondo qualificações neste e em outro,
Sopesando valores e qualidades,
Nisso, o número torna-se menor ainda que antes,
Há uma coisa de pouco sentido na terra:
Não há nada melhor para passar o tempo que um homem,
Ai que pena sinto daquela que fecha os olhos e não vem o
sono,
Reza para que o sol passe e chegue a noite,
Se não se sente amada por alguém pensa que acaba o mundo,
Me esforço para dar sentido as coisas,
Talvez ele ainda me procure,
Mas a que fui um dia não encontrará,
A alma pode me sussurrar que entende,
Penso que concorda:
Não, ele não encontrará...
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