quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

Saudade

Raramente, esta que sou pensa no que acabou,

Volta-se para trás,

Numa espécie de reprise do que vivemos,

Mas, hoje, não é um dia normal,


Remei meu barco,

Estagnei em meio ao rio,

E fiquei parada, apenas vendo a água passar,

Pensei em quantas vezes sonhei em estar ali,


Nas inúmeras que sonhei em dividir isso com você,

Imaginei como ficaríamos,

Até as conversas, brincadeiras e beijos,

Me peguei deitando e olhando para o céu azul,


Sentindo o sol queimar a pele,

Vendo os pássaros voarem e os peixes,

Sim, até eles voavam no meu redor,

Ainda tinha as águias que os predavam,


Como é breve a vida,

Mas, não o que sentimos,

Beijei-o por poucos segundos,

Mas acho que Deus estava ocupado,


Quis repetir isso mil vezes em minha alma,

Até que, talvez, um dia,

Ele nos presenciasse de novo,

Vi ainda árvores crescerem ao sol,


Não com tanta alegria no coração,

Isso pesa bastante no que refere-se ao abrir da flor,

Deus deve rir sobre isso,

Ao que meus olhos desejavam não faltava nada,


Mas, quanto aos meus lábios,

Como eu gostaria de senti-lo!

Mas Deus, agora, não me permite desfrutar de quem amo,

Neste instante ele está distante,


Eu confesso que a brisa fria me faz tremer,

E não é porque o barco está descendo o rio sozinho,

Tomando rumo próprio e curso incerto,

Temo outra desfrutar dele em meu lugar,


Isso não faz tanto sentido mas produz dor terrível,

Ah, querido Deus, antes o tivesse esquecido!

Abro meus olhos e vejo o azul incandescente,

Não, não, mil vezes o tê-lo comigo,


Apagar o que vivemos não me faria bem,

Isso que sinto me percorrer,

É o bastante, mesmo que não o tenha,

O amor não nasce em vão,


Não parte para tão longe,

Nada que eu não possa buscar com paixão,

Se é amor então que não resista,

Seu nome não me passa despercebido,


O que sinto é verdadeiro,

Não há por que deixa-lo escondido,

Embora, jamais tenhamos dormido juntos,

Eu não descanso de amá-lo,


Pois de que me valeria dois mil anos,

Se em nenhum destes eu pudesse o conhecer?

Vivi este amor por pouco tempo,

Mas foi em verdade,


Afinal, o destino para todos não é o mesmo?

Algo toca no barco,

Eu o sinto sacolejar,

Então acordo destes pensamentos indistintos,


Tomada pelo medo de não o ver,

E o risco de que ele queira isto,

Sinto em evidencia,

Que nem um destes dois sentimentos são capazes de ferir,


Mas a solidão fere e sangra,

Sim, esta sim!


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Cobrança de Aluguel

Quinze dias na casa nova. Cidade nova. Saudades do pai. Não haveriam novas notícias. Ele estava distante, Estava onde não h...