-Olha não está dando.
Digo em tom de casualidade,
A conversa se tornou rotina,
Dizer que está sobrecarregada
Não é o bastante,
E pior,
Talvez nunca tenha sido suficiente.
Mas, por algum motivo bobo,
O casamento continuou,
E conviver a dois
Já não foi por amor.
E não deixaria de ser nunca,
Porque outro motivo não satisfaria.
Eu estou lavando a louça,
Não entendo porquê tamanha quantia,
Nem ele não estar auxiliando,
E o cara lá da sala
Parece nem ouvir,
Aliás nem parece estar ali
Um estranho seria mais conveniente.
Saio, deixo tudo,
Olho através da janela
E imagino que isso satisfaz alguém,
Não eu.
Outro alguém.
Olha vou te devolver.
O cara fala,
Não basta eu ter de aturar sua presença,
Ainda quer ter tom de satisfação,
Não conhece a religião,
Os costumes ou nada,
Apenas quer usar uma frase estúpida,
Para causar repulsa
E humilhação.
Desprezo.
Gosta de subestimar.
Olha cara, escuta:
Aponto o dedo em sua direção,
Bem no peito para que entenda.
Você não é objeto de valor
Para ser devolvido,
Aliás, aquela que te trouxe
Para cá,
Nunca lhe quis perto,
Do contrário você estava lá.
O valor que você não tem comigo
Por quê acha que teria com outra pessoa?
Cara idiota,
Não se posiciona como pessoa,
Não sabe valorar
E quer taxar outra no seu lugar,
O conceito valor é para quem o tenha,
Desvalorizar quem está a seu lado
Não o faz melhor,
O contrário,
A mentira mesmo espalhada
Não é capaz de omitir nada,
A violência física ou psicológica
Não faz calar a quem com ela se cala,
Aliás,
Só sabe dar a voz
Para quem nunca deveria
Sequer ser ouvido,
Muito menos correspondido,
No quesito usar, mentir, agredir…
Não vou quebrar meus pratos sujos,
Não vou atirar faca,
Limpar este fogão imundo,
Não lhe darei ouvidos,
Nem farei melhor que lhe atirar na cara
Este meu pano de prato sujo,
E quer saber?
Coloque está barriga enorme
Na máquina de lavar roupas e se vire!
Baby, fui, entendeu?
Estou saindo!
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