Não são poucas coisas
Que fazem minha vida
Se assemelhar a uma novela,
Com roteiro escrito
Por mais estranhas a eu,
E o pior nisso tudo
É que mesmo meus familiares
E amigos compõe um papel
Descrito para representar
Dentro dos meus dias,
Sem que haja aquele algo
De novo,
Aquele fator que modifica,
Que dá o ápice,
O impulso para acreditar
Que pode ser diferente
De tudo que foi previsto,
Ou ainda melhor
Que eu posso construir
Meus dias conforme
Minha própria vontade,
Sem que isso prejudique alguém,
Ofenda seus interesses
Ou crenças.
É muito complicado
Você estar próximo
A pessoas que você goste
E ter que sorrir da piada
Porque era a hora de sorrir,
Chamar a pessoa para perto
E lhe oferecer um abraço
Porque aquele instante
Iria requerer está atitude,
Não,
Eu não gosto disso,
Eu anseio por amigos
Que aceitem meu mal humor
E não apenas isso,
Mas que queiram horas
Que sejam construídas por
Nós próprios.
Eu me canso
De ter como única surpresa,
A minha bailarina
Da caixinha de música
Que eventualmente eu esbarro
Sem querer quando vou
Até a penteadeira
Para pentear os cabelos
E ela abre a tampa
Então começa a rodopiar
E tocar uma musiquinha
Da minha infância.
Se o café da manhã esfriou,
Já não quero jogar fora,
Se o almoço atrasou
Não esperou me preocupar,
Se o bolo caiu no assoalho
Já nem sei se jogou tudo fora,
Se a água do banheiro
Está quente demais,
Não me desespero
Para trocar o treco do chuveiro,
Diminuo o calor
Para até o quanto
Eu considere necessário,
Já é um início,
Me canso do roteiro
De fazer sempre conforme
Outros fariam,
Isto é ser independente,
Respirar a liberdade,
Agir com amplitude.
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