segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Pois é

-Se o banco não é branco,
Por quê o nego tem que ser negro?
Ele indagou,
Com pás, machados, facão e foice,
Tudo em mãos.
Sorriu para a bonita mulher,
Mas a desejou de boca aberta 
E sorriso escancarado e trêmulo.

Não,
Não bastava a ele beleza,
Precisava caber nela
Todos os seus pênis,
Um por um que ele teve,
E outros que desejasse.
Sim,
Ele tinha um membro,
Grande, estúpido e ereto.
Para o que quer fosse
Diria:- sente-se.
Para quem quer que analisasse
Ele queria saber se tinha efeito,
Se fazia referência,
Agradava ou tinha jeito.

Não,
Não tinha jeito de pênis,
Seu pescoço grosso e enorme
Não tinha ares de fala,
Suas bolas eram como sinos
A badalar por onde passasse,
Tim toin Tim toin,
Membro fétido, fibroso e convencido,
Tim toin Tim toin,
Eram pesados de carregar,
Faziam barulho,
Buscavam espaço
E queriam mostrar-se.

Jogou-se a boca
Que o rejeitou,
Foi maltratado
E não compreendeu,
Jogou-se a mão 
Que o empurrou,
Foi ferido
E não compreendeu,
Jogou-se no primeiro espaço,
Quis esconder-se,
E lá teria ficado,
Não fosse podre, aberto e nojento.

As mãos daquele homem moviam-se,
A boca dele nunca teve nada para dizer,
Mas ela caia e arrastava-se,
As pernas nunca tiveram horizonte,
Mas jogavam-se
E não paravam de embevecer-se,
depois diga-se não possui valor a face?
Disse o negro que passava,
Não disse muito,
Mas foi ouvido.
Ali foi morto,
Mas dele lembram-se,
E nunca daquele estúpido a machado.

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