Ellah tinha dezesseis anos,
Rob tinha dezessete,
Na noite de festa
Quando todos comemoravam,
Ambos decidiram beber champanhe,
Contudo, não mentiram copos,
Nem pouparam o gole.
Metade da noite,
Após um encontro no jardim,
Resolveram-se casados,
Fizeram amor,
Trocaram anel,
Juraram amor,
E amor de adolescente é fogo.
Não é aquele amor comedido,
Em que a razão predomina,
E ambos planejam o matrimônio,
Não, nada disso.
O fulgor do sentimento predomina,
Primeira noite,
Após o primeiro beijo,
Optaram por ter um filho.
A luz das estrelas
Para celebrar o carinho,
O elo que os ligaria
Por uma vida,
Pois nada os separaria.
No entanto, chegou a luz do dia,
Relatada a novidade
Para ambos os pais,
Eles vacilaram.
O julgaram imaturos,
Alegaram que a idade
Não combinava com os fatos,
E todo amor
Que inicia tão prematuro,
Tem fim sofrível.
Separados,
Impedidos de se verem,
Ellah foi trancada no quarto,
Impossibilitada de ir às aulas,
Fez as disciplinas em casa,
Rob chorou na calçada,
Fugiu da escola,
Buscou por Ellah,
Tudo que obteve foi o sinal
Dos pais de Ellah abraçados
Na janela de vidro
Mexendo o dedo
Em negativa.
Ellah, porém, não desistiu,
Seus dezesseis anos
Não tinham disciplina,
O amor havia sido feito,
Era tarde para decisiomismos.
Juntou sua maleta de couro preta,
Pôs nela muitas joias
Da família,
Juntou também dinheiro,
Nem uma coisa a mais.
Saiu pela porta dos fundos,
Encontrou Rob chorando
Sobre a calçada,
Sem se aproximar,
Atirou uma pequena pedra
Até próximo a ele,
Lhe chamou a atenção desta forma,
E o convidou para partirem
Rumo a vida que sonharam
Para os dois.
O rio estava cheio,
Ele era o meio mais fácil
Para chegar até a cidade vizinha,
Juntaram um barco,
Subiram nele
E ambos decidiram atravessar.
Estava cheio demais,
Rob não sabia nadar,
Árvores inteiras seguiram
A corrente de água suja
Indo para distante.
Muitos troncos podres,
E outras sujeiras,
A água parecia viva
E profundamente irritada.
- você vai levar tosa está maleta?
Indagou Rob alto.
- não grita,
Não quero que saibam
O que estamos fazendo.
Ellah gritou de volta.
Sentou na parte de trás
Do barco ainda desligado.
- este rio está cheio.
É muito perigoso!
Rob falou trêmulo
Enquanto subia no barco.
- você está inseguro,
Então, está inseguro quanto
A nosso futuro.
Ellah disse trêmula.
- nós nos conhecemos ontem.
Rob argumentou.
- você fez um filho
Em mim ontem,
Vai fugir disso?
Ellah revidou.
-o que há nesta maleta
Para que você a leve?
Rob foi incisivo.
- dinheiro.
Precisamos sobreviver.
Ellah encerrou,
Olhou para o rio cheio
Pôs a maleta sobre
Suas pernas,
Depois olhou para dentro
Do barco entristecida.
- muito dinheiro?
Rob indagou.
-sim.
Ela respondeu baixo.
Ele levou a mão até a maleta.
- é pesada!
Ele disse.
- não mexe,
É da minha mãe.
Ellah falou.
Levando as pernas
Para o lado direito
Tentando impedir
Que Rob tocasse na maleta.
- eu te amo.
Rob falou.
Levou a mão até o queixo
De Ellah e o acariciou.
Um tronco enorme
Bateu contra o barco
Que ainda estava amarrado
No porto,
Ellah se desequilibrou
E caiu na água suja,
Rápida e funda
E submergiu para o fundo.
- socorro.
Gritou.
Rob sem pensar
Mergulhou atrás dela,
Alcançou seu vestido,
A puxou e a trouxe
Para o barco.
Depois foi até a maleta,
A alcançou e voltou com ela.
- você me salvou.
Obrigada.
Ellah disse.
E ficou em pé
Para abraça-lo.
Rob se afastou dela,
Erguendo a maleta
Para o alto
Para se desvencilhar.
Irritada, Ellah sentiu medo
E o empurrou no peito.
Rob caiu de costas
Na água suja
Na parte mais profunda
Do rio,
Ao final do barco.
Levou a maleta com ele.
- volta Rob,
O que houve?
Ellah gritou atrás dele.
- é cedo demais meu bem.
Rob gritou.
Outro tronco veio de encontro
A ele e se chocou contra
Sua cabeça,
Rob afundou no rio,
Levou a maleta consigo.
- não devolvo.
Ele falou enquanto submergia,
Mandando bolhas
Para o leito.
Ellah se abaixou no barco
E pôs-se a chorar.
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