Ninguém duvidaria
Que conhecer uma garota
Dentro de um casamento
É o maior erro da vida,
Exceto eu,
Que encontrei a madrinha
Em maus bocados.
Foi desta forma,
Eu me servi da décima taça
De champanhe,
Me cansei dos risos moderados,
Comentários sérios,
Peguei uma garrafa e saí.
-Adeus, Anderson.
Feliz casamento!
Gritei na saída,
A uma distância singela
Do noivo que sorriu
Um tanto ruborizado,
A festa pelo visto seguiria...
A caminho do meu carro,
Em meados da calçada
Do jardim,
Uma mão enluvada sai
De uma moita de flores
E pega em meu pé.
Eu teria caído,
Contudo, estava com
Uma garrafa em mãos,
Tropecei,
Olhei para o chão
E a vi.
- uau, garota.
Você bebeu um pouco?
Indaguei.
Ela levantou o rosto
Que babava de tão alcoolizado,
Avermelhado e desejoso.
- me ajuda.
Me perdi da festa.
Me respondeu.
Eu ri alto.
- se perdeu bem distante.
Informei me acocorando,
Coloquei a mão no seu rosto,
Ela tomou a garrafa
Assim que me olhou nos olhos,
Sorveu um gole intenso.
- estou com muita sede.
Me disse.
Parecia ser uma das madrinhas,
Estava deslumbrante
Em um vestido lilás de seda
Colado ao corpo cheio.
A ajudei a ficar sentada,
Olhei para trás,
Vi que nada tinha para fazer,
Me sentei ao seu lado,
Lhe tomei a garrafa,
Bebemos juntos
Recostados naquela flor.
Ao final da garrafa,
Transcorreu horas,
Veio o sereno da noite,
Um véu de nuvens sobre o céu
Estrelado
E enfim, Miríades sobre meu peito.
Nos abraçamos
Empolgados,
Embriagados
Totalmente distantes
De quem sabe o que faz.
Logo, ouvimos burburinhos,
Nos escondemos mais
Para o meio do jardim,
E fizemos amor em pleno gramado,
Nus próximos a todos
Os convidados,
Suficientemente escondidos.
Ela era a irmã da noiva,
Trazia com ela
O anel de noivado
Que foi removido
E trocado pelas alianças,
Dado a ideia engraçada,
Eu não resisti em pedir
Para ver.
Ao ver,
Me encantei mais
Com o olhar de Miríades,
O anel estava já em sua mão,
Merecia estar naqueles dedos,
Era incrivelmente perfeito.
-Miriades, casa-se comigo?
Sou Lucir.
Indaguei.
Ela sorriu,
Se encaixou em meu pescoço,
Eu coloquei o anel em seu dedo,
Foi tudo tão rápido,
Encantador.
Meu peito acelerou,
Eu percebi que a traria
Por toda a vida
Junto comigo
E que não havia nada
Mais que eu quisesse.
A abracei,
Segurei firme suas costas,
Beijei seu rosto,
Sua orelha.
Fizemos amor,
Outra vez,
Sem conter o desejo,
Sem conter os gemidos,
Lá no fim,
Com ela sobre meu corpo
Eu não resisti:
- vou gozar,
Gostaria que fosse
Dentro de você!
Ela baixou o rosto
Para meu peito,
Beijou-me até os lábios
Então disse : “sim”.
Sei lá,
Acho que estamos grávidos.
Ela agora dorme serena
Sobre meu peito,
Eu espero as estrelas,
E se não vierem não importa,
O que há de mais perfeito
Já houve:
O amor!
- “sim.
Eu te amo”.
Falei em seu ouvido.
Ela ressonava
Segura em meus braços,
Mexeu a cabeça
Em confirmação.
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