Estava escuro e frio e nada respondia ao meu peito vazio,
Com medo da ameaça que se aproximava,
Me sentia acuada, feito uma presa indefesa,
Sem defensor ou testemunha, nada afora da agonia,
Me sentia impotente e lágrimas quentes cobriam minha face,
Instante em que minhas pernas oscilaram,
E me fizeram sentar abraçando meus joelhos dobrados,
E a raiva desarmada percorria por minhas veias,
Em uma atitude intolerante a infâmia que me cercava,
Nem mesmo um único sussurro ousava rasgar
O manto escuro que teimava em me assombrar,
De súbito, fagulhas de luz preencheram o ar,
Com pequenos estilhaços dilacerando as sombras,
Com um piscar de olhos assustados,
Me deparei com o anjo mais perfeito
Que meus olhos já contemplaram,
Ele vinha ao meu amparo com as mãos formando garras,
O filho da lua, feito um anjo a romper as trevas,
Com traços tão divinos, quanto se fossem desenhados,
Seus olhos magníficos hesitavam entre o escuro da noite sem luar
E o azul de um dia ensolarado,
Com lábios carnudos que guardavam um sorriso acolhedor,
E um brilho metálico sugestivo à força de seu corpo másculo,
Tão logo se aproximou,
Com os dedos tocou meu queixo e levantou meu rosto,
E fitando o castanho-terra do meu olhar,
Ele disse: - Baby, Eu te Amo minha menina,
E um sorriso tocou meus lábios e emocionou meu pulsar,
Com um beijo apaixonado,
Ele se agachou e envolveu meu corpo em seus braços,
Formando um escudo metálico e impérvio no contorno do meu corpo,
Um escudo magnético que enquanto me protegia preenchia meus vazios.