Esta é a história de uma garota que morava na cidade,
E trabalhava de segunda a sexta-feira para cursar a
faculdade,
Das sete às dezessete horas exercia um cargo
administrativo,
Das dezenove às vinte e três horas frequentava um curso
de direito,
Dedicava o tempo de intervalo para alimentação,
E reforço do conteúdo recebido em aula,
Conciliar estas duas atividades lhe exigiam muita
dedicação,
E o salário normativo que recebia
Era insuficiente para se vestir conforme a moda,
Mas era o bastante para custear os gastos,
Considerando a bolsa de estudos.
No trabalho era obrigada a enfrentar
As investidas de chefes e colegas,
Sob a promessa de regalias e aumento na remuneração,
A pedido de um pouco de colaboração,
Em resposta recebiam um olhar de aversão,
Pronunciado em frases que alegavam falta de audição,
No seu inconsciente ela colocava os olhos no horizonte,
E buscava ser eficiente, abrigada pela dignidade.
No que tange a faculdade, a realidade não era diferente,
A falta de dinheiro e a necessidade de sucesso
Eram recompensadas com dedicação exclusiva aos estudos,
O que a exilava das piadas,
Mas a tornava o motivo,
A excluía das festinhas,
Por acreditar que não convinha por prejudicar o
aprendizado,
Entre uma prova e outra,
Não lhe escapava a atenção do
professor,
Oferecendo o benefício de aumentar a nota e outras
regalias combinadas,
Também não faltava um colega ou outro para oferecer cola,
Com os objetivos mais variados,
Tornando-a renegada e assediada dentro do próprio curso
jurídico,
Mas a fome, o frio e a exclusão,
Foram insuficientes para lhe impedir a formação,
Mas a fome, o frio e a exclusão,
Foram insuficientes para lhe impedir a formação,
Todas estas adversidades apenas lhe reforçaram o caráter,
E a fizeram entender tantas pessoas sobrevivendo às margens da
sociedade,
E tantas outras pessoas preparadas, mas sem ter
oportunidade,
Como se dissessem estude a lei, mas se cale,
Apesar de fictícia esta é a história do dia-a-dia.