Espectros sussurrantes, rostos sem face,
Camuflados na escuridão,
Acorrentados ao reflexo das luzes,
Sobrevivendo da sucção de almas e corações,
Fantasmas sem vida, perambulantes na noite,
Derramando lágrimas por viver de açoite,
Vozes perdidas, vontades corrompidas,
Procurando uma lacuna em minha mente,
Para edificar o inseguro,
Cedendo suas vidas as vozes mórbidas do cemitério,
Neste desalento, perdida no vazio frio do sofrimento,
Reconheci um cheiro que acelerou minha pulsação,
E vi as vozes fantasmagóricas se calarem aos meus
ouvidos,
Emudecidas pelas batidas vigorosas do seu coração,
Assustadas com seus passos fortes,
Momentos antes de você se posicionar a minha frente,
Com seus traços tão perfeitos e estonteantes,
Irradiando chamas de ternura sobre minha pele,
Trazia um sorriso terno a iluminar dos olhos aos lábios,
E ao receber meu sorriso de contento,
Estendeu seus braços afetuosos e me puxou para o seu peito,
Fazendo meus medos se dissolverem,
No amor dos seus lábios ao tocar minha face,
Como um escudo metálico a proteger meu corpo,
E acalentar minha alma,
Mas mesmo agora, porém, um pouco mais distante,
Ainda podia sentir as falas fantasmagóricas a nos vigiar,
A espreita, buscando um meio de nos separar,
Feito um conto de fadas em que o sofrimento antecede o
para sempre,
Prendi a respiração, em uma atitude infrutífera de
acalmar o coração,
E sem conseguir resistir, olhei intensamente em seus
olhos,
E suavemente acariciei da sua face direita
Até a linha que contorna seus lábios,
E delicadamente me entreguei ao sabor dos seus beijos,
E com o desejo mais pulsante, avistei em seus olhos o para sempre.
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