Em um daqueles dias chatos,
Em que seus pais decidem visitar os amigos,
E você desconcertado, senta-se um pouco distanciado,
Um tanto mais quieto, por falta de assunto,
Não espera que por obra do acaso,
Ou prenúncio do destino,
Seu coração lhe fizesse perder fôlego,
Ao colocar em seu caminho,
Ao alcance dos olhos,
A uma distancia sensata do peito,
A moça mais linda que viu até aquele instante,
O azul celeste ao encontrar-se com o mar no horizonte,
Não se compararia ao infinito do seu olhar,
Que se irradiava com a pureza de uma promessa,
Transmitindo confiança e um brilho único,
Por um segundo, sentiu sua boca vibrar,
Como se dissesse eu te amo,
Em um edito do peito, uma ordem irrefletida,
Incompreensiva até que se encontre o amor verdadeiro,
Agradeceu a Deus pela distância que ainda os separava,
Pois isso o impediria de se declarar,
E esta parecia a decisão mais sensata,
Se é que seria possível falar em sensatez diante de tanta
beleza,
De salto alto e vestido comprido a contornar sua
silhueta,
Não saberia precisar se parecia um convite,
Tão delicado era o tecido que a envolvia,
Incitando-o a desejar conhecer a sua verdadeira face,
Ao desejar remover sua maquiagem e com ela suas
incertezas,
Instintivamente baixou os olhos para a mão e desejou uma
aliança.