Parece que meus pecados vieram atrás de mim,
Para assustar feito bala de festim,
Um encontro com o mais profundo da alma,
Uma cortina de fumaça buscando afugentar minha calma,
Feito uma arma municiada foi o impacto com seu olhar,
Um reencontro com um amor que há muito havia
Sido envolto no manto da deslembrança,
Tornando nossas promessas meu único mantra contra a angústia,
Fazendo sua ausência se arrastar nas horas pesadas
Feito uma adaga que rasga a alma,
No intervalo de uma batida do coração,
Foi embora feito a areia que escapa da mão,
Mas agora voltou a minha vida,
Com a mesma beleza e ternura de outrora,
Por instinto senti o ouro dos meus olhos ficar sólido,
Como um escudo contra o encanto do seu sorriso,
Nisso, vi o azul do seu olhar se anuviar,
Se dissipando em lágrimas,
Denunciando uma tristeza incontrolada,
- Por favor, não diga nada se for incapaz de perdoar,
Apesar da distância, nunca consegui me afastar,
E mesmo sabendo que possa não acreditar,
Alimentei minha alma com cada palavra das nossas
promessas –
Me falou entre lágrimas.
- Posso até lhe permitir ficar em minha vida,
Desde que se comprometa a uma única premissa:
Ficar, mas somente se for por uma vida inteira –
Respondi entre lágrimas.
Com um gesto afirmativo se prendeu em meu abraço,
E deixei que nossas lágrimas reprimissem nossas faltas.
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