Esta autora não tem certeza,
Porém, será necessário uma flor,
Um gesto de carinho e um beijo?
Um último beijo?
Esta autora treme só em pensar...
A melhor chance que descobriria ter
Chegou em um olhar, algumas horas depois,
Não importava o quanto negasse
Seus destinos pareciam entrelaçados,
Não foi isso que provou em seu abraço?
Não apenas porque viu escrito em seus olhos,
Mas porque pode provar isso sob o calor da sua pele,
É certo que suas promessas de amor,
Agora pareciam distantes aos seus ouvidos,
Por um momento, ela parou ouvir o silêncio,
Por um único passo em sua direção,
Ela caminharia quilômetros rumo ao seu coração,
Porém, nenhum aceno, nenhum passo, nada lhe foi dado,
Apenas duras palavras rasgavam seus momentos,
Ela chegara a desejar sentir seu abraço de novo,
Porém, frente ao olhar seguro dele,
Teve a certeza que o melhor era afastar-se,
Negando-se aos impulsos do seu corpo,
Ou de um pobre coração que implorava por amor,
Um único gesto, foi tudo que desejou...
Porém, a solidão foi tudo que lhe restou,
Desviou o olhar, como poderia encará-lo?
Sabia que seus olhos entregariam seus sentimentos,
Estava sozinha, era falso o amor que jurara para sempre,
Foi aí, que sem muitas palavras,
Se dirigiu para longe, tão distante que não pudesse encontra-la,
- Eu o amo, murmurou em prantos,
Baixinho o suficiente para que não a ouvisse,
Então cortou os laços que os prendiam,
Aquele amor era fadado ao fracasso,
Soubera disso desde o início,
Sempre teve a sensação de que ele poderia ter a mulher que
desejasse,
Então, porque haveria de escolhe-la?
Ela sentia em seu íntimo,
Que não tinha sido feita para ele,
Destinos entrelaçados,
Porém, distantes o suficiente para nunca aproximá-los,
Uma lágrima rolou por seu rosto choroso,
Ela fechou os olhos, buscando conte-las por um momento,
Tentou falar, esforçou-se para tomar uma atitude,
Porém, suas mãos soaram tremulas,
Ele estava distante demais,
Não importava como o definisse,
Ele, com certeza não iria, nem gostaria de voltar,
Ela estava sozinha mais uma vez,
Destino cruel dos que amam verdadeiramente,
- Não é justo! – gritou alto como se volume e convicção
fossem sinônimos,
Mas ele já havia partido,
Nem uma palavra, nem um gesto,
Silêncio foi tudo que restou de quem lhe jurou amor,
Não foi sua intenção perde-lo,
Não foi sua intenção ouvir o som gélido
Com que ele lhe mandou embora,
Não foi sua intenção sentir que não a amava,
Ela não queria nada daquilo,
E dentro do seu peito, só ela sentia o quanto doía,
Sentindo-o partir para um lugar distante,
Onde jamais pudesse encontra-lo novamente,
Ela baixou os olhos,
E disse em um sussurro que garantiu: não seria ouvido:
Eu amo, porém, escolho nunca mais vê-lo...
A escolha foi sua, se segurou a isso com toda a força,
Porém sabia desde o início: ele jamais a amaria!