sábado, 31 de outubro de 2020

Ânsia por seu Beijo

 

Eis que naquele instante

Tudo pareceu fugir do controle,

Com um olhar de soslaio,

Encontrou aqueles doces olhos,


E, em seu íntimo, teve a certeza,

Jamais poderia desviar,

Ele viera atrás dela,

Quando nenhum outro o fizera,


Naquele momento, outro alguém esbarrou em braço,

Pegando-a desprevenida, de forma abrupta,

Fazendo-a desequilibrar-se,

Teria ela ido ao chão e lá permanecido,


Não fosse outras mãos fortes e macias que a seguraram,

Tremula pelo toque, ela ergueu o olhar

Até poder encontrar o rosto dele,

Porém, o que encontrou a deixou trêmula, insegura,


Seu semblante era carregado,

Seu sorriso era cruel,

Com um gesto decidido ele afastou o outro rapaz,

Não permitiria que ninguém a ferisse,


Com um grunhido cruel ele afastou-a do outrem,

Virando-a para si, e a envolvendo em seus braços fortes,

- O senhor está bem?

Perguntou ela, afastando-se do seu peito para olhá-lo,


Naquele instante as palavras lhe falharam,

Ele apenas desejava que ela parasse de se retorcer junto ao seu corpo,

- Obrigada, conseguiu dizer ela ofegante,

Um sorriso calmo surgiu nos olhos dele,


Sem conseguir resistir, ela apoiou-se ainda mais em seu peito,

Primeiro com uma das mãos,

Ao primeiro toque já havia se juntado o segundo,

Fazendo-a perceber que havia perdido o controle,


- O que acharia se eu te desse um beijo?

Sugeriu ele, ofegante em seu ouvido,

Ela não conseguia responder aos seus calorosos olhos azulados,

- Ninguém é dono do meu coração,


Foi tudo que conseguiu dizer então,

Ele se endireitou, apertando-a com mãos macias,

- Já aceitei este desafio.

Um leve sorriso curvou sua boca sensual,


Os olhos cintilantes de prazer ou talvez algo além?

- A senhorita gosta de discutir ou é só comigo?

- Não estou entendendo, revidou

Sem conseguir encará-lo direito,


Pois ele era, de longe, o homem mais lindo que já havia contemplado,

E convenhamos, que toda aquela proximidade não lhe era favorável,

Suas forças esvaiam-se do seu corpo,

Sorte a dela poder encontra-se abrigada junto a ele,


Por um momento, ela acreditou que ele fosse beija-la,

E, por Deus, era tudo que ela mais desejava,

Ao invés disso ele a afastou,

Sem nenhum esforço,


Confusão foi a palavra que a definiu naquela hora,

Interrompida por um inesperado desejo pelo toque,

O carinho, do homem que jurou jamais amar,

Necessidade, era o que a definiria,


No entanto, mesmo demonstrando certa frieza

Com relação a ela, com aqueles movimentos calculados,

Por Deus: como ele a atraia!

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