quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Em Sua Busca

 

Ele estava ao seu lado,

A um passo do beijo que não veio,

A certa distância de querê-lo,

E ela incerta de tentar ou não convencê-lo,


Poderia ter-lhe afagado os cabelos,

Sim, desejava com ardência um abraço,

Mas, ao invés disso,

Ergueu o olhar o bastante para encará-lo,


Sustentou este olhar por algum tempo,

Ele era pouco mais alto,

Porém, gostava de ficar esquivo,

Algum dia o perdoaria por isso;


Com porte altivo e circunspeto,

Abriu seu sorriso com dentes brancos,

Diga-se de passagem: convidativo,

Desviou o olhar para o seu abraço,


Desejo incontido de estar em seu abrigo,

A medida que ela buscava as palavras,

Elas lhe fugiam em velocidade imprevista,

Por duas vezes ela puxou suas mãos para trás,


Nestas vezes ela juntou-as uma na outra,

Com força, buscava algum tipo de conforto,

O tinha ao seu lado, mas precisaria resistir ao contato,

Pior que isso, talvez, nem houvesse aproximação,


Buscava um porquê disso tudo,

Não encontrava um motivo,

Ausência de resposta para a indagação que não veio,

Esfregou o lábio com a mão solitária,


Apenas um dedo era o bastante para acalentar,

Fossem palavras escritas talvez pudesse apontar,

Mas não encontrava nada – direção ou estratégia-,

Estava presa ao que sentia,


E sentir tanto a libertava de estar vazia,

Lutava para manter a calma,

Notou que as mãos dele tremiam- solícitas-,

Pareciam notar que faziam falta,


Se mantivesse a calma, talvez, ela pudesse falar,

E este falar lhe abriria o caminho,

Ele parecia estar tão tranquilo em tudo aquilo,

Era como se soubesse o que fazer,


Ela se perguntava se ele saberia ler pensamentos,

Assim poderia falar o que ela desejava ouvir,

E tudo se simplificaria em demasia,

Era apenas abraça-lo e ir embora,


Ou então, preparar uma resposta convincente,

Qualquer uma que evitasse o fim,

Ela temia começar a chorar e não poder parar,

Abriu a boca e pôs-se a dizer tudo que sentia:


- Te amo, meu amor, não sei viver sozinha,

Depois de tudo que passamos juntos,

Não sou capaz de conseguir, não me julga, por favor,

O amo mais que tudo na vida, preciso de nós,


Desculpa a avalanche de palavras,

Sim, estou em queda livre a desmoronar,

Depois que o tive em meus braços,

Não sei viver de outra forma nem sou capaz,


Estas palavras que eu digo saem sem querer,

Me desculpa por serem impensadas,

Mas, veja, meu amor eu sinto muita saudade,

E este amor que sinto por você não sai de forma alguma,


Sim, meu amor as palavras retardam, retroagem – fogem do meu alcance-,

Mas o amor que sinto, este só aumenta e o busca,

Bem, o roteiro das frases, me perdoa, o perdi ao seu encontro,

Mas, quanto ao amor – este nunca senti tanto,

Perdoa a fuga das palavras destes lábios trêmulos,

Mas, quanto a mim, você sabe meu amor: eu não fujo!

Eu Prometo - Me Comprometo


Não tinha garantia alguma,

Além do amor que sentia,

Mais nada a fazia levantar-se cada dia,

Em que baseava-se ela para amar?


Em uma promessa, a que nunca seria esquecida,

Dissera ele, “querida estou ocupado, agora,

Mas, prometo, por favor, não esqueça,

Falarei com você todos os dias,


Apenas pelo tempo que puder fazê-lo,

Mais que isso, perdoe-me, não prometo”,

Abaixo dos olhos que levantam-se aos céus,

Um coração parte-se ao meio,


Petrificado pela ausência que dói,

Mas, que restaura algo por dentro,

Por baixo de toda a dor que demonstra,

Um olhar busca no horizonte e é capaz de vê-lo,


Por vezes, uma lágrima cai,

Nem isso a faz desistir muito menos esquecer,

Sua face está desanimada,

Como negar com maestria a saudade?


Mas, no fundo já sabe: jamais o esquecerá,

Como se ele tivesse penetrado no fundo,

Como se ele, inteiro, estivesse em sua alma,

Não há como negar tudo que foi vivido,


Nem existirá chances para esquecer,

A saudade de tudo que existiu no passado,

Dói um pouco, mas acalenta o rubor da face,

Faz olhar adiante e isso basta,


Ela olha para trás e todos os dias o procura.

Já confessei o fato de ela ser incapaz de esquecer.

Lá longe, onde havia um gramado e flores,

Eles ainda se amam da mesma forma,


Os animais, as borboletas do parque,

Todos ainda sabem disso, negam apenas quem queira,

Entre eles e a estrada que margeava o horizonte,

Houve sim uma promessa,


Agora ela lembra com nitidez a resposta que dera,

Dissera com poucas vírgulas e espaços de pensar,

Lembra o quanto as pernas bambearam,

Mas, ele não a tomou nos braços, não precisava,


Soluços a despertam para o pranto no rosto,

Bem, respondera ela a ele: “meu querido, adoro promessas,

Principalmente as cumpridas,

Por cumpridas entenda as que tenham efeito,


Por compridas: compreenda as que se prolongam no tempo”,

Sim, ela recordou que a frase dele fora longa,

Então, certa a sua resposta ou não, fizera algum sentido...

E em seu coração ainda guarda o mesmo entendimento e efeito - comprometimento.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Chamo Por Você

Achou ele parecido com uma flor

Que desabrocha, solta o perfume e vai embora,

Mas, algo dela sempre fica,

Por mais distante que esteja – permanece,


Talvez, a simples lembrança,

Ou quem sabe o doce do perfume,

Ele faz o tipo que não se pode esquecer,

Esforço empregado em vão,


A sensação ou algo dele fica na pele,

Com uma emoção que busca o coração,

E, simplesmente, permanece,

Me vejo caindo sem ele agora,


O busco por todos os lados e em cada pessoa,

Não é mero querer é necessidade,

A boca sedenta estremece, - o busca,

Os outros são apenas os outros- ofuscados,


Não sei se ele se esforça para manter-se,

Ou se lhe é próprio, - sem imunidade para seus efeitos,

Não, se eu cair agora, como ficarei diante dele?

Não sou mais que uma mulher sedenta por seus carinhos,


Meu Deus, me mande um álibi, preciso ser forte,

Não posso quedar aos seus caprichos, mas quero muito,

Como farei para trazê-lo de volta?

A saudade me abraça e o chama,


Silencio o seu nome, mas, não os seus efeitos,

O arrepio que me percorre, a vontade dos seus beijos,

Tudo isso e um pouco mais me faz cair de joelhos,

Acho que não me permitirão levantar-se jamais,


Preciso tê-lo comigo, ao menos um pouco mais,

Um ruído rompe o ar e corta o silêncio ao meio,

Meu coração dispara desmuniciado - chamo-o,

Em cada pulsar vejo uma letra do seu nome,


Não sei, acho que uma espécie de dor me percorre,

Clamando por ele devagar e estratégica,

Bem, talvez, eu poderia defini-la outra coisa – tesão?

Calor a incendiar cada medo e devorá-lo,


Não me sinto mais, acho que não me pertenço,

Do instante em que provei o seu beijo até o eterno,

Sou dele, e não tenho querer algum de ser de outro,

É um entregar-se e não se buscar mais de volta,


Pertencer a ele sem desejar mais nada,

Meu sutiã é rasgado sem que eu perceba,

Mas, a mão que percorre a minha pele é minha,

Embora não me pertença é minha ainda,


A calcinha é removida com um segundo movimento,

Um rugido sai de mim, não o reprimo,

Seu nome grita alto lá no fundo,

Seu nome devia, precisava ser pronunciado,


Mesmo que não seja ouvido,

Dos meus lábios trêmulos não sai mais que um gemido,

Caio sobre a cama soluçando e chamando-o,

Um gosto bom chega aos meus lábios cheios,

O coração pulsa forte dentro do meu peito,


Se eu fechar os olhos sinto que posso ver ele chegando,

Porém, não o faço, há um fio de esperança e eu o busco,

Ergo apenas um pouco a voz – seu nome eu digo alto,

Um pouco antes do sono me buscar e eu ir buscá-lo.


 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Juro, Em Deus, Meu Amor

 

Oh, querido Deus, que me falhem as estrelas do céu,

E juntem-se as do oceano rumo ao infinito,

Se por um segundo que for,

Eu possa estar mentindo,


O amo, como a nenhum outro,

Sim, eu sei que ele sabe disso,

Apenas peço a este querido amor, importe-se comigo,

As palavras saem secas dos meus lábios trêmulos,


Me sinto desprovida das suas carícias,

Desesperada já não sei mais o que digo,

Falta um incentivo ou seria um antídoto?

Estou carente do seu abraço,


Perdida por entre os vazios de um coração quebrado,

Se estou hesitando?

Ora, por favor, não seja capaz de dizer isso,

Me ofende de modo pleno e a tudo que acredito,


Juro em Deus, que seria capaz de desviar o olhar,

E por uma única vez, não me permitir te encarar,

Então, te peço, por favor, não faça isso comigo,

Estou tentando te trazer de volta,


Gostaria de ao menos outra chance para nós,

Pare por um instante e pense nas nossas promessas,

De todas elas, não há uma sequer a unir-nos?

Como eu fiz da outra vez que você se demorou,


Você acha que seria capaz de suportar agora?

Não, meu amor, me entenda já não o sou,

Vivemos daquele tempo para cá, muita coisa,

Apenas o que me faz viver é o nosso amor,


Talvez, você tenha se acostumado a distância,

Ah, como me fere pensar desta forma,

Melhor reprimir esta ideia,

E você, querido amor, o que acha:

De tudo que falo não há nada que te faça desejar voltar?


Minha Oração é Você


Amor – sussurrei num sonido rouco,

Ainda torpe pelo sono e um sonho bom,

Sim, você estava aqui comigo,

Em meus braços, acho até que o beijava,

Passo a língua nos lábios quero sorver o gosto,

De alguma forma manter seu sabor na boca,

A verdade é que queria consumi-lo,


De alguma forma trazer você para dentro,

Arraigado a minha alma,

Disposto a viver este sonho de amor ao meu lado,

Não busco olhar para o lado – sinto medo,

O medo de perdê-lo me fere de novo,


Sei que se me virar posso não encontra-lo,

Então, o que poderia fazer depois de tudo que vivemos?

Sem perceber ao certo o que faço,

Reúno minhas mãos em oração,

E o pedido que sai dos meus lábios,

Ressoa o seu nome do fundo do coração,


Sim, você está em mim muito mais do que sabe,

Muito menos do que eu gostaria que estivesse,

Não ouso separar minhas mãos, não agora,

Ai de mim te buscar sem encontrar-te,

Quedaria em ruína nesta mesma hora,

Talvez, até mesmo preferisse o sono dos justos,

Daqueles que de tanto amor foram embora,


Não porque fosse pouco o que tinham,

Simplesmente, porque o dono dos seus sonhos

Não os sentem da mesma forma,

Sim, o amo, digo a Deus antes de mais nada,

Sussurro o seu nome feito um mantra,

O amo como nunca imaginei amar,


Dessa vez, estava me referindo a terra,

Baixo o meu olhar quase a fechá-los,

Fugi dos céus ou sei lá,

Poderia dizer que falava com o vento ou outra coisa,


Uma lágrima percorre meu rosto rumo a boca,

Molha-a enquanto contorna os meus lábios,

Será que nunca poderei sentir seu gosto?

Não ouso perguntar em voz alta,


Mas levanto os olhos em direção aos céus,

Não ouço resposta,

Por Deus, meu coração me indaga:

Será que algum dia ele receberá minha mensagem?

- Deus eu o amo para todo o sempre. Amém;

Encerro a oração e respondo-me.

sábado, 19 de fevereiro de 2022

Gostaria do Seu Beijo

 

Olhei para o seu olhar,

Sim, fui um pouco além da cor dos seus olhos,

Azuis um tanto acastanhados, sei lá,

Queria ver algo mais profundo de nós,


O sol refletia em sua pele num tom perfeito,

Nunca o vi mais bonito, o sol, me refiro,

Quanto a você, só tenho a falar

Que melhora a cada dia,


Bem, é o que penso, por isso falo,

Espero que entenda a minha ousadia,

Ou as palavras, caso estejam mal colocadas,

Diante de ti, o dia se ofusca mesmo,


Não poderia dizer coisa diferente dessa,

Mas, olho para o sol ainda assim,

Tento, ao menos um pouco fugir de ti,

É que este seu fascínio que você exerce

Ele me deixa sem saber como reagir,

Creio que você me entenda, bem, espero que sim,


Dou um passo adiante, e aí está você,

Desde antes sentia o seu cheiro, mas agora,

Bem, ele está um pouco mais inebriante,

Há um mistura de sentimentos nisso tudo,

Não sei se seria clara o bastante se o dissesse: amor,


Por isso, me perdoa mas nem o tento dizê-lo,

Há algo no seu interior que me chama,

Me puxa com certo magnetismo,

O fato dos seus braços parecerem perfeitos,


Acredite em mim, não muda nada quanto ao que eu penso,

É certo que já me imaginei encaixada neles,

Um pouco mais de uma vez,

Devo confessar,

Este seu interior ofusca o que há lá fora,


Ou afasta o que não é bom,

Quanto a este fato eu não poderia dizer outra coisa,

Sinto uma certa segurança ao seu lado,

Poderia até mesmo definir conforto,

De imediato o digo: amor – sim, não resisto,


O digo e se precisar eu repito,

Amor, meu querido, é tudo que sinto,

Não olho para nenhum outro lugar,

Apenas encaro-o no fundo dos seus olhos,


Penso como seria estar em sua alma,

Sei que não iria querer sair de lá,

Me indago será que haveria chances de estar nela mesmo?

Não ouso indagar em alta voz, me calo,


Bem ali, diante dos seus olhos, o encaro silenciosa,

Ele me indaga um tanto repentino,

- Bem querida, o que você gostaria de aprender-,

Sacana, acho que sabe bem o que sinto,


- O caminho da sua vida é o bastante –

Mordo o lábio trêmulo, queria contê-lo,

Mas, percebo que é o coração que está no comando,

Então, não há mesmo o que ser feito-,

Um segundo ao seu lado é meu horizonte,

Quem seria eu para pedir um beijo seu?-


Dou um segundo passo para frente,

Me encosto nele a ponto de senti-lo,

Mas, não ainda tocá-lo,

Apenas sinto mais forte o seu calor, seu cheiro imponente,

- Mas, querido, não se ofenda com o que digo,


Faça silêncio, caso discorde,

Não mais que isso,

Sobre o beijo, não o pedindo: você me daria?


Querido Amor

Amor, não me veja agora,

Te peço apenas isso nada mais,

Olhe para o outro lado, lá atrás,

Qualquer coisa que te impeça de me ver,

Sim, você olhou, eu disse amor, não,

Estou de joelhos o que irá fazer?


Quedar-se ao meu lado esquerdo?

Ou então, irá por acaso me dar a mão,

Mesmo tendo passado por tudo que me culpo

De tê-la feito passar em vão,

Querida, não significa que seja pouco o que sinto,


Não por favor, não me olhe agora,

Também não seja dessa forma tão compreensiva,

Se me cansei de lutar sozinho por nós?

Sim, estou de joelhos cabeça inclinada,

Perdoe-me por não poder olhar em seus olhos,

Me deixaram dessa forma, ora veja –jogado,


Estendo uma mão ou devo escondê-la?

Se desejo vê-la entrelaçada a sua,

Oh, por Deus, o quanto desejo, então você imagina?

O rubor de sua face escorria por entre os dedos,

Vermelhos e trêmulos como o medo que sentia,

Que, pouco a pouco se esvaia,


Mas, nem por isso o erguia – inclinado,

Impassível? Não, isso não o definiria,

Voltou a si, parado e incontido,

Tinha uma chance agora, diria tudo,

Sem esconder vírgula ou ponto,

Mas, ousar erguer-se e encará-la,


Será que teria forças para tanto?

De mãos vazias, porém, cheias,

Cheias do tanto que andaram escondidas,

Sem ter as dela entre as suas – desprotegidas,

Havia um grito a ecoar por entre os seus lábios,

Mas, este grito seria guardado – última alternativa,


Suado e trêmulo, talvez, um tanto gélido,

Disse para si, com um pequeno sussurro – amo-a,

Repetiu outra vez, então, ergueu o olhar,

Ela o olhava de frente agora – parada,

Como se não soubesse como reagir,

Ou apenas não esperasse por tudo isso,

- Sim, meu amor eu a amo e nunca a esqueci,


Não ouviu o tremor na voz que saiu junto,

Nem mesmo se o sonido ficou bom,

Mas, falou tudo o que mantinha guardado,

A mão ainda estendida e sozinha,

Agora tinha a dela solta feito uma carícia,

Segurou-a firma, de joelhos e arrependido,


Algum tempo depois do longo beijo,

Foi que percebeu que juntou forças para se levantar,

E que a tinha por entre os seus braços,

Enquanto todos os sentidos estavam inquietos,

Sussurros diziam o quanto a amavam,

Depois que voltou a si,

Despediu-se sem saber porquê,


Apenas não estava preparado,

O medo havia se dissipado,

O amor voltou à tona como nunca imaginou,

Mas, havia algo que o distanciava,

Algo que o levava para um outro lugar,

Pelo menos, por aquele momento,


Limpou um resquício de poeira dos olhos,

Agachado por tempo demais naquele chão,

Não cuidara quando o sol se pôs,

Mas tinha certeza sobre o quanto amava seu coração.

A Cobra Rosa

Houve invasão na chácara, De repente, Todos os bichinhos Correram assustados. Masharey subiu na pedra Mais alta, Que há a...