sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Pois é


Porém, devemos investir neste ponto,

Ele não sabia o quanto a amava,

Essa ideia embora assustadora,

Lhe era plausível e peculiar,


Mil pensamentos entre tormentos,

Entre as escadas em que caminhava,

E se alguém tivesse perguntado onde estava,

Talvez, ele pensasse para responder,


Teria respondido: entre as trevas,

Em qualquer lugar onde ela não estava,

Nisso, seu extinto servia bem,

Estar longe, era de fato a salvação possível,


Somente a palidez das poças de água suja onde estava,

Denunciavam algo a respeito do lugar,

Lá a luz parecia brilhar sutilmente,

Parecia abrir margens para um outro espaço,


Um lugar em que pensava estar agora,

Porém, distante, muito distante,

A lua não tardaria a declinar,

Em pouco tempo o sol ressurgiria,


Assim é que é,

A luz que se ofusca não tarda a voltar,

Porém, o que não possui lua some,

Assim é e todos sabem.


Se as sombras predominam, por sorte,

A morte é rápida,

Havia uma luz que queria enxergar,

Esta luz pertencia a ela,


Seu olhar, era tudo que mais queria,

Ocorre nele a submersão instantânea,

Neles há morte lenta – um sepultamento,

Se vejo-o não quero outra coisa,


A não ser me ver neles e me indagar como estou,

Acho que gosto da forma como ela me vê,

Da maneira como me sinto acolhido,

Imagino estar sentindo aquele ponto em que não se descrê,


Um lodo aos seus pés,

Onde se cai sem perceber e a morte lhe acode a garganta;

De um lado a areia quente e derradeira,

Do outro a terra fresca e ressequida,


Imagina que estar ali dentro deve ser como em um vazio profundo,

De lá com certeza se grita e ninguém ouve,

Triste tormento,

Estar preso onde ninguém o socorre,


Retorce-se, esmaga-se os dentes,

Algo o puxa para perto e este perto não tem limites,

Apenas cai-se nele e se vê consumir-se,

Debate-se até agonizar entre dor e imprecisões,


Mas, ao menos ali dentro tem-se a certeza:

- Sim, minha querida: seu olhar me importa!

Perdido por esta cidade enorme,

Não consigo ver nela mais que escombros,


Lugar onde não se sabe de nada,

Sob a luz ofuscante do luar tudo se perde,

Mesmo a lua sobre sua cabeça parece não estar,

Há um frio que envolve,


E este frio parece ser perigoso,

Desconfia dele,

Por qualquer motivo escreve um número de telefone,

Joga-o sobre a calçada,


Por entre todo este lodo,

Ele não se importa que este número se perda,

Muito menos que seja encontrado,

Diriam-no: ele o oferece!


Diria ele: e quem se importa?

Lá muito distante,

Um olhar se acorda e parece brilhar,

Mais intenso que o luar do escuro da noite,

Mais ameno que pudesse ofuscar-lhe!


 

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Você Me Aceita?


Minha boca sentia fome e sede,

No exato instante em que pus os olhos nele,

Senti-me tremula e segura do que sentia,

Amava-o e o queria,


Sobretudo sede,

Minha saliva escorreu um pouco,

Meus lábios molhados estavam intolerantes,

Precisava de algo diferente e arredio,


Algo que não havia provado antes,

A garganta seca parecia pedir-lhe: aproxime-se,

Eu teria feito tudo que fosse possível,

Eu teria feito o máximo que estivesse ao meu alcance,


Mas, se você vir como ele é,

O homem intenso e verdadeiro,

Bem, você dirá que não fiz muito,

Dirá também que fiz pouco esforço...


E ali era,

A boca sedenta e arredia,

Era o último lugar em que me faltaria água,

Mas não, não o foi,


Meus lábios sedentos e escorregadios

Pareciam chamar-lhe e até mais que isso,

Eu ansiava por um segundo com ele,

Meu olhar lacrimejante parecia implorar-lhe,


Como um mar cheio de água,

Inundado por si mesmo e vazio ao mesmo tempo,

Doce água que não sabe saciar,

A água que não adianta beber...


-Eu gosto de você! – ouvi ele dizer,

Sorri absolutamente feliz,

- Eu também gosto de você e você?

Ele não me deu resposta,


Pareceu-me que não soube responder,

-Você cuida de mim?

Este cuidar inclui um amigo,

Você se importa por eu me sentir assim?


Ele sorriu não me pareceu indeciso,

Apenas demonstrou não entender,

Mas acreditei que dentro dele

Ele sabia bem do que eu me referia,


O cuidar do outro,

Inclui o cuidar-se quando se é amado,

E ele era intensa e profundamente amado,

Antes de dizer que me amava,


Antes do seu olhar sedento secar a água da minha boca,

Antes mesmo de eu imaginar

Que a partir daquele instante eu não em bastaria,

Podiam ser três horas da tarde quando nos vimos,


Mas eram quatro quando paramos,

Nos viramos e finalmente nos olhamos,

Antes não foi mais que soslaio e conversa fora,

Agora era de frente e olho no olho,


Minhas pernas já estavam sequias,

Eu já não tinha mais força para seguir,

Eu sabia que ele estava melhor que eu

Mas me poupou e isso me fez bem,


Meus joelhos doíam mas eu tinha ele,

Não teria como haver nada melhor que isso,

Os lábios ansiavam ainda mais que antes,

Bem, estava apaixonada,


Outra pessoa teria ficado indecisa quanto ao caminho,

Este não foi nosso caso, nem um pouco,

Ele diminuiu e muito suas passadas,

Apenas para me acompanhar,


Eu fui até onde minhas forças permitiram,

Eu iria mais longe por ele e por nós,

Mas, naquele ponto não houve dúvida:

- Descer ou subir?


Estavamos em frente a um prédio,

Podiamos adentrar ou insistir...

Ele pensou que a situação exigia pressa,

No que falou foi absolutamente preciso,


- A qualquer risco, ganhar um beijo da sua boca!

Em outras palavras: ficarmos juntos!

Esta foi sua escolha, não teria como ser mais perfeito,

-Vire-se para a minha esquerda...


(Ele virou-se de modo encantador)

-Então, você me aceita?

Indaguei levando uma mão ao seu rosto,

Até a orelha, cruzando por sua pele,

Sentia-me árida e sedenta.


terça-feira, 18 de outubro de 2022

Seu Beijo

Olhando desconfiado em torno de si,

Tremia de frio embaixo daquela blusa ensopada,

Chovia lá fora,

Mas isso não foi o bastante para contê-la,


Ele tinha o aspecto de uma pessoa clássica,

Ela um tanto mais eclética,

Dizem que sol e chuva não se fazem num mesmo dia,

Mas, naquele instante tudo se fez na mesma hora,


Usava um casacão com cara de autoridade,

Abotoava-o até o queixo,

De que adiantava isso, indaga-se ele,

Que ao menos não estava molhado,


Ela corre pela chuva sobre a grama escorregadia,

Desliza com leveza e certa gravidade,

Daria para se acreditar que desejava a tempestade que vinha,

Pelo menos estava feliz por estar ali ensopada,


A roupa colada sobre o corpo bonito,

A maquiagem escorrendo aos poucos pelos olhos,

O rosto com gotículas de chuva,

Guardavam um aspecto realmente másculo,


Algo de altivo e soberbo,

Típico de homens – pensava ele,

Bem, ela devia não estar se enxergando tanto,

Parecia não conhecer seu efeito sobre as coisas,


De imediato as flores se abriam,

O sorriso tomava o rosto dele,

Embora não concordasse em correr na chuva,

Não tinha de que reclamar ante a tudo que via,


O leitor talvez reconhecesse este casal

Se os visse percorrer as vielas das ruas estreitas e mal feitas,

Mas ali imersos naquela grama macia,

Não saberia, realmente que opinião guardar,


Como eu que aqui lhe escrevo também,

Qual seria o objetivo último?

Provavelmente agasalhar-se um no outro,

Espero, vejo e descrevo...


Ele a olhava com fome e sede,

Seus lábios molhados e avermelhados

Tinham um aspecto perfeito,

Sobretudo ele sentia sede - sede de toma-los,


Queria ganha-la em seus braços,

Ser merecedor de tudo que sentia,

E ali ele era, ao menos acreditava nisso,

Como o rio que seguia,


Mas neste instante tomava novo rumo,

Subia as encostas,

Ganhava as margens e conhecia os bosques,

Um lugar cheio de água que não se pode beber,


Águas límpidas que se fazem turvas,

Percebeu que sua visão também se embaçava,

Aproximou-se dela e a tomou pelo braço,

A conteve a tempo de evitar que caísse,


Ou quase causou o tombo,

Algo deste aspecto,

A puxou confortável até seu peito,

- O que é que há que foge tanto?


Indagou com o rosto quase colado ao dela,

A chuva que molhava seu rosto agora,

Passava por ele e percorria, então, o dela,

- Bem sabes, eu te odeio!


Disse ela altiva com seu jeito inevitável,

-Odeia eu por completo,

Posso saber o que a fiz de tamanho desfeito?

Ela procurou as palavras como se procuram os atos,


Ele sorriu por sua atitude compassiva,

Então, não haviam motivos:

- Não se odeia uma pessoa por completo,

Se odeia, então, atos dela,


Sendo os atos deve-se, então, encontrar o motivo.

Um ato de um homem é parte dele,

Mas não é o todo dele.

Ela parecia chorar, abaixou a cabeça,


Parecia procurar um lugar em que se encontrar,

Ele a traz para seu peito,

Não tem certeza se ela chorava ou não.

-É realmente, odiei o instante em que você


Se recusou ao beijo.

Com isso, levantou a cabeça e encontrou seu queixo,

Com lábios sedentos procurou sua boca,

Com mãos tremulas acariciou seu peito,


Desejou de toda sorte encontrar sua alma,

Um ato, um gesto, talvez não faça um homem,

Mas um beijo, este sim é capaz de fazer...


 

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Por Um Beijo

Confesso que me olho no espelho e pigarreio,

-Sim, estou agora a me enganar.

Acredito que estou no caminho certo,

E sigo adiante, o que faria diferente?


É será uma pena caso eu não esteja,

Eu entendo e acredito assumir o risco,

Embora aos vinte e poucos anos,

Não se possa dizer ter certeza de alguma coisa,


Por quê?

Uma brisa fria sopra contra o meu rosto quando saio,

-Sim, amor. Estou chorando.

Imagino que onde ele estiver ele saiba disso.


Ignoro o pensamento e persisto,

Não há lágrimas fora de mim,

Guardo todas comigo,

Talvez, algum ele tome conhecimento,


Quem sabe isso nunca interesse.

Esse perigo é grande,

Mas o risco de recuar sempre se fez maior,

Será que se eu voltar atrás eu o encontro?


Lá atrás deixei o vazio de uma casa oca,

Não há nada além de momentos,

Continuei avançando.

Em pensamento escrevo algo,


Erro as letras e distorço as palavras,

Eu gosto de como o seu nome se forma de diversas formas,

Continuei, veja bem, tem seu feitio,

Seu feitio não está nos rostos que vejo,


Espero que você possa entender, algum dia,

Eu olho para os lados,

Busco rir e disfarço,

Você acredita que estou a procura-lo?


Pois é, os outros tem certeza disso.

Então, por que não estamos juntos,

Eu não saberia dizer o motivo,

Bem, o sete vem em mente e vira oito,


Infinito – o eterno de um beijo...

Felizmente há dentro de mim uma lanterna,

Movida a bateria e outras coisas recarregáveis,

Eu não diria que esta luz tem vida inteira,


Tudo um dia se acaba,

Se o vejo, me perdoa, agora o vejo mal,

A janela esta embaçada, mas meu coração acelera

-Não, morena, não é ele...


-Quem?

-Não aquele que você finge: o outro.

Abro a boca para dizer então você sabe,

Ele simplesmente me olha sério e arredio,


É como se perguntasse: por favor, tem como isso?

Então, engulo o choro no riso,

Me engasgo e busco o assunto,

Acredito que estou falando,


Mas percebo muito tempo depois que não,

Até a música do rádio é desligada.

Levo um susto quando percebo ele ri,

Percebe isso,


Chego a pensar que sabe o que faz.

Me sinto longe, mesclada as trevas de algum lugar,

Não vivo o novo apenas repito,

Ele percebe isso,


Eu vejo na forma como dirige pelas ruas,

Deus me livre cruzar por você,

Ou Jesus me ajude que cruze,

Quando percebo estou com as mãos em prece,


Ele se irrita e muda totalmente o trajeto,

-Vamos para outro lugar!

Eu não pergunto para onde já não sabia de antemão a rota,

Talvez, agora estejamos mais distantes,


Ele para o carro em meio a rua,

Pessoas se assustam e buzinam,

Ele vira para trás,

Sinto medo: será que irá pegar uma arma,


Eu disfarço e busco o assunto,

-Será que ele te perseguiria?

-Como, quem e por quê?

... É como se ele dissesse:


É hoje você é minha... e segue,

Eu não, nem sei mesmo aonde estou.

Encosto-me na parede do carro,

A porta abre-se,


Tento me jogar eu acho,

Mas ele é mais rápido, um carro passa,

Eu rio, imagino que fosse você,

Ele me segura,


Retornamos a algum trajeto ou algo do tipo...

-O que é isso?

Me pergunto em tom alto,

Não tenho resposta,


Talvez ninguém a tenha.

Não compreendo – me respondo,

Ele ri, gosta deste jogo,

Os homens em ronda poderiam ouvir-nos,


Mas este que está comigo não,

Olho e não vejo nada,

Consultamo-nos um ao outro com o olhar...

-Então, eu to metendo na buceta dele agora,


Meus olhos embaçam de lágrimas

Eu já não vejo nada,

Nem sei se estou ali,

Preferia mesmo não estar,


-Você gosta tanto dele tanto assim?

Os olhos dele que estavam marejados,

Agora escorrem,

O queixo treme e a boca cai,


Mas não, não fala nada.

E eu, ainda tenho que beijar sua boca.

Fecho os olhos desejo morrer,

Finjo que estou noutro lugar,


Em outra coisa,

Em minha cabeça formo uma imagem,

Eu sei me perdoa, você não está.

-Você é de comer chorando eu digo,


Mais para mim que para qualquer outra pessoa.

-Você é uma buceta que vale um homem,

Ele fala com orgulho eu acho,

Eu entendo e entendo bem,


Talvez, em algum lugar você me espere...

(Com este será mais fácil)

Eu digo para mim de olhos fechados,

Não quero abrir, mas olho, preciso ver que... existo?


-Então, me traga ele.

Eu digo e levo um tapa no rosto,

Me defendo.

Embora não revide.


 

Fecho a Porta Atrás de Mim

 

Depois de dar cinquenta passos,

Ele vira-se e discute algo,

Seus olhos estão espertos,

E o porte altivo,


Eis que levanta o queixo,

A pose? De orgulho,

- Não, não gosto disso.

Você levanta o tom de voz comigo,


Me perdoa não mereço isso.

Então, num impulso,

Ela se aproxima diz algo baixo,

Quase inaudível,


Ele ri debochado,

A curtos passos de distância,

Ergue o rosto segura o olhar fixo,

E no olhar leva o soco,


Meio que a esmo e imperto,

Porém, atinge-o no queixo,

Usando entre o segundo e terceiro dedo,

-Qual é o motivo disso?


-Me perdoa, preferi não levantar o dedo...

-Você me atingiu com um soco, isso?

-Sim, sou frágil mas sou capaz de te socar.

-Ah, é. E... está doendo,


Ele ri com a mão no queixo e sai,

Se afasta, parece rir mesmo sem gostar,

Algum tempo passa e olha de soslaio para trás,

Se volta num ímpeto,


E o sorriso que contemplo é lindo.

-Você me bateu é isso?

-Sim, e... foi na frente de todo mundo,

Eu meio que me aproximo,


Insegura e tremula e outra coisa,

Sei lá,

Penso se devo ajuda-lo,

Esta avermelhado,


Busco um lenço no bolso.

-Ah, você ainda usa lenço?

Ele fala em alta voz e ri com gosto,

Se afasta feliz e satisfeito,


Eu fico sem entender o que houve...

-O momento que eu vi você chorar,

Eu digo isso e levo um pé a frente,

Rodopio ele sobre o dedo,


Para frente e para trás e para os lados,

O outro eu deixo parado.

Talvez eu tivesse uma pergunta,

A sinto no rubor da minha face,


Mas não tive tempo algum para fazê-la,

O primeiro soco a gente nunca esquece,

O corredor dava para uma passagem transversal,

Ele sumiu por entre a multidão,


Eu fiquei lá e estaria até agora,

Ali se ofereciam dois caminhos,

Ele pegou o da direita e foi embora: a saída,

Qual deles eu deveria seguir?


Lembrei que tinha aula e fiquei ali,

Embora a esquerda e direita fossem ambas – tentadoras,

Como se orientar naquele labirinto negro?

As luzes estavam quase apagadas,


Contava-se mais com a luz do dia,

E o sol havia a pouco ido embora,

Nuvens encobriam os tempos daquela hora,

Esse labirinto, como o digo,


Tem um fio,

Este é seu declive,

Seguir o declive é partir para a rua,

Seguir estrada acima quem sabe dê em nada...


Para mim daria e para ele?

Deixou de estudar e pronto,

Agora, é capaz de alegar que a culpa é minha,

Corro para a sala e fecho a porta atrás de mim,


Deixo as dúvidas lá fora,

Mais tarde, quem sabe possa ajuda-lo,

Por ora me basta a honra satisfeita!


Olá, Josinei


 

-Josinei, eu te amo.

São duas da manhã,

Meu coração chama por nós,

Bem isso não é notícia.


Fecho os olhos,

Talvez, você acredite que eu tenha dormido,

Mas lhe pareceria que eu acordo,

Recordo nós dois juntos,


Tem como nos ver em separados?

Sim, o amo, eu o amo e você sabe disso.

-Ah, não me fala de amor mulher...

Parece que ouço você dizer,


Chamo seu nome outra e outra vez,

Meu coração parece te ver,

Não deve ser engano o amo tanto,

Não mereço este nosso distanciamento...


Bem, nem você,

Por dentro de mim há algo novo,

Algo infinito e abundante,

Meu coração transborda em sentimento,


Te amo muito mais que antes,

E se antes não te disse,

Bem, saibas, sim o amei desde o primeiro instante...

- E você o que fez dele?


Do homem que amei desde a primeira vez,

Você alega que agora parece que ele não existe,

Isso se deve ao fato de estarmos distantes?

Por que, bem, não me decidi quanto a que ser,


- O que afirmo é amo você.

Me fala, você: quem é este homem?

Este que amo tanto mesmo sem você perceber,

Você viu que eu te amava em cada ponto?


Os seus amigos, eu acredito que percebiam,

Eles te falaram sobre isso?

Meu coração fez da sua saliva um império,

Ela escorre por dentro de mim e sinto sua falta,


Então, por vezes choro,

Como faria de outra forma,

Sinto o meu interior se esvair de você

E não fazer outra coisa além de me percorrer,


O sinto em meu corpo outra vez,

Não falo nada, mas vejo você,

Então, você retorna para mim de novo,

É como se nunca estivesse estado em outro lugar,


-O mundo é triste sem você.

Meu coração deseja fazer uma coisa, Josinei...

- O quê?

Ter você mais perto, ao meu lado,


Junto comigo,

Estou errada em te amar tanto,

Acredite eu sofro de esquecimento,

Chego ao fim e ao início,


E sempre encontro você de novo,

Talvez, você não tenha me visto,

Mas eu persegui seu cheiro,

-Eu estava errada nisto?


Este homem perfeito que amo existe,

Não se esqueça de quem você foi e é,

-Josinei, amo você!

“Por seu desprezo ou respeito?!”


Levanto a taça com o vinho forte,

Parece o seu corpo, sua pele,

Sorvo cada gota, cada detalhe,

Lembro você tão quente derramando-se...


Já são quatro horas da manhã e eu não me importo,

Levanto e vou até a porta:

-Vou, hoje, sair com seu amigo,

Espero que não se importe!


Tranco a porta atrás de mim,

É como se eu o deixasse lá dentro,

Embora saiba que o levo comigo.

“Por seu desprezo ou respeito?”


Mereço a ambos!

Onde o espírito julga vagar,

Não é interessante que permaneça vazio,

Prefiro encher de algo,


Me inundar até encontra-lo,

Espero que nisso eu não me afogue,

Deus me livre fazê-lo sofrer,

Caminho por entre as sombras,


Antes você gostava disso,

Espero que recorde quando souber...

Nessa imundície em que piso,

Eu sinto o esplendor,


Sujo o calçado na grama molhada de névoa e poeira,

Me sinto um “monte” andando as cegas,

Ah, ao passado,

Olho para trás e vejo a janela aberta,


Esta porém, era preocupação de outrora.

-Josinei, olá.

Digo ao abrir a porta do carro,

Seu amigo nem se espanta!

Ele sorri, embora eu não saiba se gosta disso.

sábado, 15 de outubro de 2022

Tem um Nome? Sim, e Eu Sabia!

 

Ao mesmo tempo,

Isso ensina:

Olhar nos olhos e reconhecer,

Saber ouvir o que é falado,


Deixar por um instante,

O coração ao lado...

Sim, porque o que é dito é importante,

Porque o que a gente sente seria mais forte?


Amar é bom e é bonito,

Mas, amar-se e se valorizar é o bastante,

Luta-se, luta-se tanto por aquele,

E esquece-se...


Se tiver que lutar talvez obrigue a muito...

Não, me desculpe,

Desta vez não luto por você,

Eu o amo ou não,


Já não é mais o bastante,

Ouvi cada palavra,

Coloquei tudo sob medida ou não,

Não importa tanto e o quanto,


Você não quis ficar,

Bem, eu soube e soube bem,

Você nem ao menos quis se aproximar,

Entendo e é inútil...


Põe nisso tudo que vivemos,

Há pouco dissemos,

Algumas histórias passam pelo esgoto,

Isso não significa que precise passar pela bunda...


Bem, coloco-lhe aqui um: foda-se!

Não, não estou gritando nem ao menos brigando,

Como lhe disse jogue ao inútil,

O esgoto neste instante é bem-vindo,


De gota a gota acha que eu coleciono lágrimas?

Os grandes amores públicos,

Bem eles tendem a não durar muito,

E os secretos?


Nem chegam a existir,

Há uma carnificina lá fora,

Distante de tudo que vivemos agora,

Esta dilacerou cada parte que você tocou,


Não lhe pertenço,

Agora ou antes,

Não lhe pertenço.

No subterrâneo da civilização,


Foi onde você me deixou,

Ainda lembro a emoção,

Sabe, nunca olhei você ir embora,

Nem seu rosto recordo,


Se eu passar por você é proporção de que

Nem o conheço,

Mas há ainda um algo que me impele,

Os olhos, o seu olhar para a direita,


Eu sempre cuidei dele,

Cada vez que focava no espelho,

Eu a via.

Não se engane,


Ela vive lá ainda.

É a mesma de antes,

Tem um nome?

Sim, e eu sabia!


A colina

Sentadas. Lado a lado. Mãe e filha. O sol partia na coluna Em frente aonde Estavam sentadas, Ambas abraçadas. Pensativas....