segunda-feira, 3 de março de 2025

Sim

Eu lhe juro amor.
Ela o disse,
De forma simples,
Enquanto ele passava.

- não acredito.
Ele respondeu e foi.
Ela sentiu-se deprimida,
Triste e vazia.
Seu verdadeiro amor,
Seu único sentimento,
Lhe desacreditou de seu afeto.

Prostrou-se de joelhos,
Tal como pedra,
Não comeu ou bebeu
Do que não lhe viesse.

Choveu,
Correu água
Ela bebeu,
Cresceu gramado
No seu redor,
Ela comeu.
O tempo passou,
Ela ficou.

De joelhos e coração elevado.
Allah, consciente de suas verdades,
Mandou até ela um raio.
Ela negou-se a mover-se,
Jurou afeto a um único amor.

Allah se apiedou,
Juntou-a em seu raio do chão.

Ao homem Allah indagou:
- Duvida ainda do amor
Da mulher que o espera?
O homem muito cético confirmou.

Allah lhe enviou um raio
Tão intenso e poderoso,
Que a quilômetros clareou,
Abriu seus ouvidos,
Descortinou seus olhos.
O homem sentiu medo,
Seu corpo tremeu violento.

- apiede-se de mim, Allah.
Ele clamou.
Do fim do raio
A mulher surgiu
De joelhos jurando afeto,
Sem mover músculo
Ou sentir deslumbramento.

O homem perdeu o medo,
Correu até o raio,
Subiu nele com seus pés,
E a retirou.
- acredita em mim?

Ela indagou.
O homem não precisou
Ver a face de Allah,
A um erguer de cabeça,
Firmar de olhos
Ele o veria.
Mas, tinha em suas mãos
Obra única,
A mulher que o amava.

- Sim.
Simplesmente disse.
Lhe ofereceu a mão
E a conduziu de volta.
Ela deu seus passos certos,
Contudo, lhe doía as pernas,
Tornou-se está mulher
Por muito tempo pedra,
O esperou.

Ele entrou no seu castelo,
Deu a ela de beber
A melhor água,
Deu a ela de comer
Seu melhor alimento.

Foi perdoado,
Antes mesmo que o rancor
Tomasse os sentimentos dela,
De costas para o local do raio,
Assim ficaram
Sentados os dois a mesa.

Um clarão esplendoroso
Surgiu de suas costas,
Eles não olharam para trás,
Mas, souberam através de Allah,
O raio queimou-se em fogo,
Nem fagulha sobrou
Ou mesmo cinzas,
E onde eles estavam
Nada os tocou.

Abraçaram um ao outro,
Nem o fulgor do raio,
Sua esplendorosa chama,
Seu tamanho que multiplicou-se,
Ou seu intenso barulho
Os separou,
Ou deixou resquício.

Grande Amor

Disse seu coração,
Escolherei um esposo na terra,
Indagou a sua mente:
“ Por quê única pessoa
Quando podes ter quantas quiser”?

A moça calçou seus chinelos,
Desceu a escada
E andou pouco,
Descobriu a resposta.
É porquê mesmo o invisível
É reconhecido por Allah.

Nada se esconde Dele,
Nele a mentira não prospera.
Ao suplício pendem
Aqueles que possuem
Ouvidos e coração selados,
E também os olhos encobertos
Por véu.

Buscam enganar
E não há engano maior
Que enganar a si próprio
Tentando enganar o outro.

Assim, a moça entendeu
Que as raízes da mentira
São tão compridas,
Profundas e fortes
Que solo onde ela prospera
O triunfo não ganha vida.

Apenas ao insensato
Deve-se a vida de engano,
Mas surgem sempre
Os demônios,
Estes são aqueles que dizem:
“ estaremos sempre contigo,
Rimos do outro,
É ao outro que negamos auxílio”.

Porém, a mulher que reconhece
No olhar do seu amado
O grande homem que ele é,
E reconhece em sua face,
O lindo sorriso que ele
Guarda somente para ela,
Está sim,
É a verdadeira mulher,
Que não merece menos
Que o verdadeiro homem.

Por face que apenas a ela
É permitido ver,
Entende-se o sorriso de completude,
A felicidade terna ao receber
O alimento preparado com carinho,
A satisfação que toma a face
Ao receber seus carinhos.

Carinhos são coisas
Guardadas para grandes homens,
Entregar carinhos
É coisa que somente
Uma grande mulher consegue fazer.

Consciente do amor que sentia,
A moça sentiu seu coração completo,
Agradeceu a Allah por ser tão bom
E lhe ter guardado um homem único,
Que lhe nutre amor,
E lhe reserva seu melhor.

Mas, os demônios que a todos
Perseguem e juram lhe guardar,
Estes são aqueles que também
Não sabem abandonar,
Vendo a felicidade dela,
Trouxeram escuridão terrível,
E sangue escorreu de seus olhos,
E o medo roubou sua visão,
Seus ouvidos ficaram surdos,

Mas, quando sua voz calou
E ela ajoelhada para Allah,
Dali onde estava,
Mesmo no escuro,
Não se moveu,
Ela recordou de sua decisão,
E clamou por seu amor,

Dizendo-lhe se fores verídico
Que ressurja
Se não fores capaz
Que os demônios o afastem.
Foi quando uma mão
Tocou seu ombro,
Naquele escuro, vazio e assustador,

E a luz se fez em seus olhos,
Uma apaixonada voz
Abriu seus ouvidos:
“querida esposa, amo você.”
Ela pode contemplar
Seu grande homem a ampara-la,
Viu-o com aquele olhar
De quem passou por escuridão terrível
E foi salva.

“Meu amor, amado esposo.
Eu te amo.”
Então, ela se assustou pois 
Sua voz retornou,
E no mesmo instante
Em que levantou-se para abraça-lo,
Os demônios simplesmente sumiram,
E testemunha nenhuma
No mundo
Poderá provar que existiram.

Se dissiparam no pó,
Foram consumidos pela escuridão,
Ela não pode ouvi-los,
Vê-los ou o que for.
Este é o poder do amor!
Do amor de um grande homem
Por sua grande mulher.

A Hora

Anunciaram os djins, - aproxima-se a Hora. O povo daquelas areias Sobre o mar azul e limpo Estremeceu. Aguardaram uns de Al...