sábado, 23 de agosto de 2025

Lá no Alto

Lá no alto do moro,
Tão alto,
Um tanto acima
Da copa das árvores,
Se eu subir lá
Posso tocar uma nuvem,
Se eu puder toca-la
Com muito pouco
Posso subir nela,
Lá do alto do moro
Agarrado aos ramos
Do final da copa da árvore,
Acima de todo o verde
Encontro o azul celeste,
Agarrado a última árvore,
A mais alta de todas,
Eu estendo meu olhar
E posso ver Deus,
Agarrado a árvore
Tão perto das nuvens,
Se subo um pouco mais
Eu estendo a perna
E encosto numa nuvem,
No azul cinzento esbranquiçado
Do céu
Eu posso pisar,
Pisando na nuvem eu toco
Em Deus?

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

Rosie, cadê?

Rosie juntou seus livros,
Pegou o caderno
Pôs embaixo do braço
E seguiu para o colégio,
Aos quinze anos de idade,
Não pensou que um policial
Lhe ofereceria carona,
Nem que ele jamais a esqueceria.
Este foi seu erro cruel,
Logo ela irritou-se com a mãe,
Que fazia uso de remédios
Antidepressivo,
A mãe foi até o quarto
E enforcou-se.
Sobrou o pai,
Que logo arranhou outro casamento,
Optou por deixá-la sozinha,
Embora lhe desse alimento
E sanasse as contas,
Dava poucas notícias,
Quis saber pouco dela.
Sozinha,
Ela passou a ouvir vozes,
Sem saber de onde vinham,
As achou irresistível,
E obedeceu a cada uma.
Obcecada pelo que ouvia,
Foi até o pai com uma faca,
E o sangrou até a morte:
- você não vai esquecer de mim.
Ela o disse,
Assim que ele abriu a porta,
O deixou de joelhos:
- me perdoe, filha,
Perdoe.
Não houve regalias,
Ali ele sangrou com a faca
Cravada no peito,
Ela não presenciou o velório,
Se irritou com a morte,
Acusou a madrasta pelo assassinato.
O policial tomou frente
Da operação,
Conhecedor de suas ordenanças,
Alegou que foi roubo
O motivo da morte,
Feito por algum estranho,
Bandido próximo do local,
Se comprometeu de descobrir
Tudo e responsabilizar o criminoso.
Ela temeu,
Escondeu-se em casa
E chorou.
- eu quero um filho.
Ele disse.
- não.
Ela respondeu serena
E amedrontada.
Ele retirou o cinto da calça
De trabalho,
Bateu nela com ele,
Até deixar marcas de sangue
Por seu corpo.
- você é casado.
Ela disse.
- não importa.
Ele respondeu.
Bateu mais forte nela,
Até fazer sangrar,
Até deixá-la desmaiada
No chão da sala.
Depois deixou a porta destrancada
E saiu pra fora.
Os vizinhos não mexiam
Na casa,
Não feriam ela,
Obedeciam ele,
Tinham medo.
Ele tinha uma câmera
Na porta da casa
E escutas por todo o lugar,
Ouvia tudo que fazia,
E dava ordens
E exigia que ela seguisse.
Com medo
Por ele segui-la tanto,
Ela pegou a faca
Com a qual matou o pai
E arrancou a pele do rosto.
Não achou que merecia
Ser vista,
Quis sumir,
Ganhar novo rumo,
Desejou ter uma vida.
O policial irritou-se,
Pegou a viatura de trabalho,
Arremessou contra o portão,
Chegou até ela,
Puxou a arma e empenhou
Contra seu rosto.
Encostada na testa dela,
Na carne viva,
Esfregando contra sua dor,
Causando sangue,
Farejando seu medo.
- você quis me trair.
Ele falou,
Então, invadiu com o cano
A boca dela,
E ficou com o dedo no gatilho
E a arma dentro dela.
Depois retirou,
Ferindo seus lábios,
- você é capaz de me trair.
Ele insistiu.
Ela ficou silenciosa,
Apenas chacoalhava
A cabeça em negativa.
Irritada
Por ser obrigada a vê-lo,
Ela odiou os próprios olhos,
Ela não podia feri-lo,
Era incapaz de defender-se,
Não podia afasta-lo,
Então, perfurou ambos os olhos,
Ficou completamente cega.
Juntou uma máscara de gesso
Da infância,
Um trabalho feito no colégio,
E pôs sobre o rosto,
Uma máscara sem expressão
Ou buracos onde seriam
Os olhos,
Nela havia um risco de batom
Em formato de sorriso,
Mais nada.
Agora ela seria dele,
Completamente dele,
Sem olhar outro,
Sem falar com ninguém,
Sem um único sorriso,
Somente obedeceria sua voz,
Sabendo que em sua mente
Ela nunca o pertenceu,
Tanto quanto deixou de ser
Dona de sua vontade,
Agora, dentro dela,
Ela podia sonhar um amor,
E imaginar que este que a toca
Seria um alguém,
E não aquele monstro estuprador,
Do sistema policial “vigie-me”.
Seus cabelos negros
Soltos no lado do rosto,
Jamais receberiam carinho,
Seu rosto sem afeto,
Agora não tinha nem ao menos
Pele ou sentimento,
Seus lábios nunca beijados,
Não pertenceriam a armamentos,
O cheiro fétido do suor daquele
Monstro estuprador
E daquela farda maldita
Nunca chegariam as suas narinas,
Nem seus olhos veriam
O sorriso de triunfo
Daquele desgraçado municiado,
Protegido e assassino.
Restou dela o corpo,
A vida totalmente controlada
Por uma voz irresistível
Sob pena de morte,
Mais nada.

A Unicidade

A gente quando
Se aproxima dos quarenta
Começa a refletir
Sobre o passado,
Rever os sonhos,
Replanejar os passos.
Olha na parede
Onde está pendurada
As chaves do carro,
Pois as pernas
Já não levam tão longe
Quanto levavam aos quinze anos.
Avistada as chaves,
Suspira-se em alívio,
Já se começa a pensar
Quando se trocará
Por um modelo novo,
Um carro mais bonito,
De ano mais moderado.
Assim nos assemelhamos,
Aos quarenta anos,
Já não somos um carro novo,
Recém adquirido,
Do contrário,
Já se avalia os estragos,
Pensa-se em reparar enganos,
E se adapta ao que estamos.
Com o uso do carro
Vem os raspões, as batidas,
Os reparos.
As vezes, substitui-se a peça inteira,
Outrora é um pneu furado
Ou a gasolina que está
Chegando ao fim.
No entanto, nós também
Sofremos raspões,
Também temos danos
Em nossas peças
Que se evidenciam
Com o transcorrer do tempo,
Porém, não podemos trocar
Nossos membros
Como substituem-se os pneus,
Não trocamos de pele
Como renovamos a tinta
Da lataria,
Com o tempo,
Os cabelos brancos surgem
E nada mais os esconde.
De gasolina usamos a água pura,
Os sucos e chás buscando
Ter energia,
Renovar as esforços,
Alimentamos e nutrimos
Nosso corpo o melhor
Que pudermos,
Mas, aos quarenta se colhe
Todo o alimento ingerido errado,
Todos os descuidos
Que sofremos até então.
As vivências dos quinze
São como os arranhões,
Contudo, aos quarenta
Vê-se o que a maquiagem
Não esconde,
Chegaram as dores,
E não podemos ser trocados
Por novos modelos,
Uma pessoa não é substituível,
Deveríamos pensar
Sobre isto aos quinze,
Talvez, cheguemos aos quarenta
Com menos dores
E danos,
Agora, dos quarenta
Faremos os sessenta,
Vive-se e perde-se
Conforme se queira,
Também pode viver
E ganhar,
Perdeu aquele
Que se abandona
E não se vê
Único como realmente é:
Insubstituível.
Tem quem 
Planeje mais seu tempo
Em busca de melhorar o carro
E esquece de melhorar a si mesmo,
Um carro é tão compravel,
Quanto um ser humano 
É inalterável.

Assombro Antigo

O campanário de cores desbotadas
Das casinhas que de longe vejo
Me inspiram medo,
Para não dizer pavor.
Um aglomerado de pequenas
Construções numa civilização
Do medo.
Quando voltei para a minha cidade natal
A avistei aquelas construções,
De longe me pareceu ver
Aquele povo se espalhando
Pelos casebres a espalhar fofocas
E fazer intrigas.
Meu caso não é certamente
O único,
Ainda sinto aquela velha náusea
Só em pensar de passar perto
De pessoas que nada fazem
Ou buscam de suas vidas
Exceto se engrandecer as custas
Dos outros.
Muitos que partiram a pretextos
Nunca mais voltaram a seus lares
Não importando que circunstâncias estivessem,
Preferiram entregar-se ao esquecimento
E tracejar suas vidas da maneira
Como foi possível,
Sendo que em nenhuma hipótese
A ideia de retornar
A este vilarejo lhes fosse acolhida.
Alguns partiram em busca
De educação,
Outros crescimento profissional,
A verdade é que este vilarejo
Nunca proporcionou nada
De positivo a ninguém,
Eu mesmo me indago:
Como alguns sobrevivem?
Meu auge do medo
Foi numa manhã bem cedo
Quando levantei para tomar
Meu banho
E na minha janela já havia
Um grupo de fofoqueiros
Postos para buscar boatos,
E espalhar mentiras por entre
Os preguiçosos
Que nada desejam a não ser isto:
Falar mal da vida alheia.
Meus pensamentos
Com relação a eles
São curtos e rudes:
Vão se embora,
Afastem-se deste que sou.
Mas, para sobreviver aqui
Eu preciso me enturmar,
Fazer parte destes grupos,
Interagir com os vizinhos,
Penso se devo frequentar
Alguns igreja,
Mas, a distância já ouço
Os discursos acalorados
Em busca de dinheiro,
E espalhando os boatos
Sobre os residentes,
É eles falam alto,
Usam microfones,
A igreja é local disto:
“Falar o que eles gostam de ouvir”.
A distância se vê a cruz da igreja
Se distinguir por entre os casebres,
Uma onipotência de oração,
Onde tudo se apregoa,
Menos o que defino por religião:
Fazer bem ao próximo,
Ajudar o vizinho...
Tudo permanece sempre igual,
Não importa quanto tempo passe,
Menos as construções de orações,
Estas crescem e se aperfeiçoam,
Se distinguem das pequenas casinhas
Do seu redor que a tinta escorre,
E pequenas lascas de madeira
Ou cimento caem.
Até mesmo os frequentadores
Da igreja se distinguem,
Nas vestimentas,
Nas palavras,
Parece que só entram os escolhidos,
Não sei se se deve aos discursos,
Ou se é mesmo uma operação financeira 
E pronto.

... Vez que a Rainha foi ao Supermercado

Aconteceu de a rainha
Ir ao supermercado
Para fazer suas compras domésticas.
Neste dia,
Um indivíduo aparentemente inofensivo
Prestou atenção nela,
Vendo que ela tinha dinheiro,
Quis aproveitar-se de sua idade avançada
Para lhe tirar proveitos
Dentre eles dinheiro.
Ocorre, que o rei foi junto,
E ao ver a rainha Luana
Agachada procurando seu vinho,
Percebeu do estacionamento
Onde ele estava,
Sentado ao volante do seu carro
Esportivo modelo rosa escarlate,
Com pontas de diamantes coloridos
Que este indivíduo abaixou
O cabelo estilo chanel
Sobre o rosto
E tomou o carinho de compras
Da rainha
O levando para distante dela.
Quando ela virou-se
Com o vinho em mãos
O carrinho de compras havia sumido,
Nisto o indivíduo retornou
Rindo do desgosto dela.
A rainha Luana envergonhou-se,
Pensou que tivesse perdido
O carrinho por entre os corredores,
Acanhada soltou o vinho no chão,
E pôs-se a buscar o carrinho.
Ao encontrá-lo haviam papel higiênico
Sobre ele,
Muitos pacotes
E isto não fazia parte de suas compras,
Com isto, ela ficou triste,
Escondeu o rosto por entre
Os cabelos grisalhos.
Depois foi até o estacionamento
E reiniciou as compras,
Ao retornar até o vinho,
Ele havia se partido no casco,
Ela não entendeu que não
O soltou com força no chão,
Porém, o rei Luan notou
Que o indivíduo passou ali
Outra vez,
Desta vez,
Com o cabelo penteado
Rente a cabeça,
Como se fosse curto,
E bateu com o próprio pé
Para quebrar o vidro.
A rainha levou a mão
Macia e enrugada aos lábios
Entristecida,
“Como foi que ela soltou o vidro
Tão forte no chão?”
Mesmo assim, levou o vinho,
Também pegou outros dois.
No caminho, o indivíduo notou
Que ela iria dobrar o corredor
Para comprar cosméticos,
Neste ínterim de tempo,
Ele esbarrou contra o carrinho
De compras dela
E derrubou muitas coisas no chão,
Ela ficou amedrontada,
Deu um passo para trás.
O rei saiu do carro
E caminhou até lá,
Empertigado e sério,
Então, o indivíduo o pegou
Pelos braços,
Passou os braços dele
Por trás das costas,
E o prendeu com uma mão,
Na outra ele pegou uma faca
Que estava a venda
No próprio mercado
E colocou contra as costelas do rei
Ameaçando sua vida.
O príncipe Pitelmante notou
Que os pais estavam sendo
Reféns daquele estranho perigoso,
No entanto, ele não sabia
Como reagir
Se chegasse perto
Poderia ser feito de refém também,
Se ficasse distante
Corria o perigo de que aquele
Estranho malfeitor
Fizesse mal a seus pais,
Ambos velhinhos
De cabelos grisalhos,
Rugas de expressões e lábios sérios, e olhos assustados.
Pitelmante lembrou que ele
Tinha um poder especial,
O poder de amar os pais intensamente,
Então, ele se dividiria em dois
Ou quantos fossem necessários
Para salvar aqueles que tanto ama.
Por isso, Pitelmante usou sua sombra,
A projetou onde o bandido estava,
Fingiu que estava lá
E foi fazendo gestos,
Para chamar a atenção do malfeitor,
Enquanto entretia malfeitor
Ele aproximou-se
Pois viu que os pais estavam seguros.
Pitelmante projetou sua sombra
Diversas vezes
Até que o bandido moveu-se
Ainda prendendo seu pai,
O bandido andou cinco passos,
E o corredor até ele
Ficou aberto para ser percorrido
Sem ser visto,
Então, Pitelmante chegou por trás
Do assassino e empenhou uma faca
Contra a barriga dele.
No susto ele soltou o rei,
Imediatamente, Pitelmante
Prendeu o bandido
Cruzando seus braços
Para trás,
E jogando seu corpo
Contra o chão,
Prendendo ele com um joelho
Sobre sua coluna e cabeça.
A rainha foi salva,
O bandido ferido foi preso,
As pessoas do mercado
Aplaudiram Pitelmante,
Pois todos tinham medo
Daquele homem desprezível,
Mas não sabiam como conte-lo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Palavra de Deus

Jonas decidiu sair
Mais cedo do trabalho,
Ao chegar em casa
Procurou pela esposa
E ao não encontra-la,
Decidiu dar uma volta
De carro em sua busca.
Ele estava inseguro
Com relação ao casamento,
Pediu a esposa
Para ter um filho
E ela se recusou.
Ele definiu o casamento
Como frio,
A esposa estava cada vez
Mais distante,
E em uma briga alegou repulsa.
A casa estava sendo
Deixada para segundo plano,
A comida no fogão
Tomou o costume de queimar,
E a roupa foi esquecida
De ser limpa,
De ser guardada,
De ser passada,
Também os abraços
Se tornaram escassos.
Jonas decidiu que amava
A esposa,
E optou por protegê-la,
Concluiu que não importava
O que estivesse ocorrendo
A culpa não era propriamente dela,
Ele iria descobrir
E ajudá-la.
Amava-a.
No entanto, temia
Descobrir uma traição,
A mentira lhe era motivo
De raiva,
Contudo, não desejava
O fim do casamento
De oito anos.
Três quadras após
Sua casa,
Encontrou-a sentada
Num bar acompanhada.
Ela estava bebendo bebida
Alcoólica,
E beijava um sujeito.
Jonas estacionou o carro
Próximo ao local,
Chorou recostado no volante,
Depois tomou coragem,
Retirou o terço que tinha
Guardado sobre o espelho
Retrovisor do carro,
Enrolou na própria mão
Buscando fé em seu amor,
E calma em nome da religião,
E foi até o bar.
Chegando próximo aos dois
Não gritou ou aumentou
O tom de voz,
Apenas retirou do bolso
Uma bíblia e leu alto um trecho:
“Aqueles que andam retamente entrarão na paz;
acharão descanso na morte. (Isaías 57:2)”.”
O homem que acompanhava Ruti
Sua esposa levantou assustado,
Ao levantar da cadeira
Bateu na garrafa de cerveja
E derrubou sobre a mesa,
 Então, se voltou de frente para Jonas.
Que continuou a ler,
Olhou seriamente para a esposa,
E não fez mais.
Amedrontado, Jerson sorriu,
Retirou a arma de dentro
Do bolso que possuía
E não acreditou na boa fé
De Jonas:
- você nos pegou em flagrante,
Hein Jonas?
Jerson falou alto,
Com a arma empunhada
Contra Jonas.
- calma Jerson,
Ele não fez nada.
Disse Ruti.
Jonas estalou os olhos,
Arregalou-os até ficar vermelho,
Seu rosto tornou-se ameaçador,
Então, ele fechou a bíblia
Com um estalo,
Se aproximou da mesa
Onde ambos estavam sentados
E atirou a bíblia de canto
Contra a cabeça de Jerson,
Que caiu no chão desfalecido.

Pela Igreja

Na parte da zona rural
Do município de Joaçaba,
Um agricultor levantou
Logo cedo para ir tirar leite.
Ao abrir a porta
Se deparou com uma raposa,
O bicho estava comendo
Um braço do que aparentava
Ser de uma pessoa.
O agricultor ficou assustado,
Fechou a porta
E saiu para fora,
Depois disso, seguiu o rastro
Do animal com uma foice
Em mãos.
Logo adiante,
Próximo ao rio
Encontrou o que parecia
Ser uma pessoa,
Ela estava imóvel
Deitada no chão,
Muito magro e parecia
Ser um homem.
O agricultor assustou-se,
Chegou perto sorrateiro
E notou que havia sinais
De fogo no local,
Mais perto do homem
Notou duas mulheres,
Todos os três apresentavam sinais
De terem sido consumidos
Por um animal,
Faltava alguns membros
Como braços, mãos,
Lados do rosto, partes da barriga.
Eles estavam soltos na terra
Sobre folhas secas queimadas,
Atrás de suas cabeças
Havia uma pedra que tinha
Algo escrito com sangue,
Lá estava escrito:
“E Deus limpará de seus olhos toda lágrima;
e não haverá mais morte,
Nem pranto, nem clamor,
Nem dor;
Porquê já as primeiras coisas são passadas.” Apocalipse 21:4
As três vítimas estavam deitadas
Com as mãos unidas
Como se rezassem,
Os pés estavam juntos,
Tudo se encaixava
Em um misto de culto e velório,
Como se fosse uma oferenda,
Um culto a algo subliminar.
Os rostos foram mutilados
Por objeto cortante
Onde desenharam uma cruz
Do início ao fim de cada rosto,
Seus lábios estavam colados.
O agricultor assustou-se,
Não mexeu em nada do que havia ali,
E correu até sua casa
Para chamar a polícia.
Animais se aproximavam
Dos corpos
Para comer sua carne,
Era difícil dizer
Há quanto tempo estavam mortos,
Os olhos de cada um
Foram arrancados
E no lugar foi desenhado
Uma cruz com seu sangue.
Havia pouca roupa,
Pouca pele sobre os corpos
Que foram queimados.
Ambos estavam próximos
Ao leito da água,
Recostados por entre o arvoredo.

Feliz aniversário dalvan

Hoje, dia 01 de setembro É seu aniversário, Parabéns, Estamos muito felizes E realizados Devido a este dia especial. São ...