sábado, 4 de maio de 2024

Vassalo

Adorava o caule da flor 

Que tinha entre os dedos,

Esmagado.

Quase até ficar caído,

A arrebatar sua flor,

Até que lhe tocasse,

Sem que fizesse esforço.


Qualquer coisa no mundo.

Tudo para não vê-lo.

Não iria.

Evitaria a todo custo.

Olha-lo era esforço demasiado,

Por mais ensaiado,

Petrificado e sólido 

Que pudesse mante-lo,

A mero encontro

E esforço dele,

Esmorecia,

Tremia por dentro.

Derretia em seu olhar

Sem o mínino de esforço.


E isso era tudo que não queria.

Lhe demonstrar sentimento!

Queria estar vazia.

Despida nem que fosse de sua honra,

Mas o evitaria!

Se poria longe de sua figura alta,

Poderosa e meticulosamente linda.


Forçaria a voz a todo custo.

E por nada no mundo

Deixaria transparecer o que sentia.

Mentiria.

Usaria de todas as artimanhas,

Mas jamais lhe declararia.

Antes o ódio.

Por Allah,

Que o ódio pudesse ser ensaiado,

De tal modo,

Que em sua frente

Soasse perfeito,

Exalassem, seus lábios,

O máximo de temor,

E nada de amor.

Do contrário,

Distanciamento!


Pasma ela tomou o celular em suas mãos,

Embasbacada por ele ainda

Lhe fazer oferta

De ficarem juntos,

Pelo menor tempo que fosse,

Suas últimas palavras soavam gritantes,

Então, veio o adeus e pronto.

Por quê agora reencontro?

Lentamente,

Ela quis gritar-lhe ódio.

Proferir ofensas,

Resgatar pudores perdidos.

Qualquer coisa que impusesse distância.


Mas a mínima lembrança de sua presença,

Seu olhar cheio de encantos,

E seu efeito era fulminante,

Acabava com suas defesas,

Deixava o ódio pairar no ar,

Em palavras que nunca seriam ditas,

Feito navalhas afiadas perambulantes,

Próximas o bastante para feri-la,

Tocar a garganta,

Fazer calar.

Distantes e imunes para mentiras.

Não era forte o bastante para odiar,

Não tinha resistência contra seus beijos.

Após seus carinhos,

Não era mais que uma fraca,

A emoção lhe queimava o peito,

Como se as navalhas o percorressem,

E quanto mais ela o negasse,

Mais ficavam próximas 

Até despi-la,

Romper em fio afiado de peça a peça,

Nua e sua.

A mercê.

Efeito paixão avassaladora.

Dele.


Uma parte dela

Queria enfrentar tudo que sentia,

Forçar-se ao máximo,

Ver até onde estas navalhas iriam,

Romper a pele,

Sentir escorrer o sangue,

Mas não ceder,

Se negar até suas últimas forças,

Recusar-se tanto a ser dele,

Até unir esforços 

E jogar de navalha a navalha

Contra ele.

Ve-lo sofrer

Até arrepender-se…

Por ser tão frio e desdenhoso.


Mas nenhuma navalha 

Precisou toca-la,

E a menor esforço,

Um sorriso lhe ganhou o rosto,

Vassalo, profundo e feliz,

Novo encontro,

Outra chance de estarem juntos.

Prazer por tê-lo outra vez.

Já se via a correr pelas escadas,

Romper corredores,

Zerar a distância entre eles.


Em suas primeiras palavras,

Como se sua voz

Despertasse mais que lembranças,

Deliciosas e inesquecíveis,

Despertassem um veneno

Em seu sangue,

E este o percorresse

Sem limites por cada parte,

E a ganhasse.

Simplesmente, a tivesse.


Um veneno tão mortal,

Que ser dele era mais que escolha,

Tornava-se necessidade.

Uma espécie de vício doente.

Em cada frase,

Se via paralisada,

Atingida física e verbalmente,

Cada parte sua o respondia,

Com importância e audácia.

Se via entre seus contornos,

Revia o momento em quê 

Mandou-o embora de casa,

Com as duas mãos contra seu peito,

Empurrando-o, 

Enlouquecidamente para fora,

Enquanto ele lhe puxava a seu encontro,

A deixando presa contra seu peito,

Que ele sutilmente e desgraçadamente,

Abriu os botões da camisa

Por entre seus dedos,

Como se ela fosse uma espécie de dama de ferro,

Ou rainha do gelo,

E ele não soubesse

Que iriam se amar ali fora mesmo,

Sem vergonha ou simpatia,

Apenas sexo quente.


Ainda se via 

Sucumbir ao desejo

De explorar seu pênis exposto,

Eliminar toda a sua roupa,

E desistir de rir da cara dele

Por ele imaginar

Que ela não saberia o jeito

De deixa-lo nu

E de pênis ereto e pronto.

Escorregar até seu zíper 

Era sua maior perícia,

Não sabia não reagir

Aquele pênis viril e sedento.


Puta pênis gostoso.

Colou-se nele em pouco custo.

“Goze feito um louco”,

Disse antes que ele pudesse

Ve-la, deliciosamente,

Por seus músculos.

Uma mão presa ao peito másculo 

E exposto,

Outra a percorrer seus íntimos,

Enquanto a boca gritava

Toda espécie de discurso estúpido,

Até se ver gulosa e repetidamente,

Em seu pênis bonito 

E terrivelmente gostoso,

Sexo público, louco e prazeroso.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Sobre A Areia Fina

Impossível.
Totalmente, impossível.
Simplesmente, impossível.
Inescrupulosamente, impossível.

Tudo que ela se viu fazendo,
Enquanto o mundo ruía,
Ao avesso,
Foi pensar na única peça de roupa
Que vestia.
Molhada e colada ao corpo.
Tocando, timidamente o corpo dele.
A separa-los.
De forma tão unida
Como se fossem um apenas.

Paralisada.
Sentindo a maciez da boca dele 
Abrir-se quente e úmida,
Sobre seu ombro.
Ela sentiu os lábios dele 
Se separarem suave e macios sobre ela.
Bradou qualquer forma de ataque
Ou fuga de suas mãos poderosas,
Assim que ele ajoelhou-se por trás dela,
Agarrando seus ombros
E puxando-a.
Até sentir seus corpos colados.
Suando frio e trêmula.

Ela sentiu-se dominada lenta
E expressiva por uma felicidade,
Viu cada forma sua reagir ao toque,
E busca-lo.
Delicadamente, ele mudou seu joelho,
Para mais perto.
E depois o outro.
Deixando um sinal sobre a areia fina
De suas longas pernas.
Ela pode sentir cada músculo dele.
Ereta, ajoelhada entre suas cochas macias.

Sentiu a carícia dos pêlos dele,
Dispostos contra suas nádegas nuas.
O peito quente e acolhedor
Colou-se contra sua espinha e pele.
As mãos acariciavam seus ombros,
E a boca dele percorria-o com beijos.
Então, como se ela fosse toda sua.
E demonstrando a motivação de suas certezas,
Ele passou a mão direita dele
Para o seu quadril
E gentilmente, desatou o laço do biquíni,
Deixando-o escorrer por sua pele.
O lado direito ficou toda a mostra.
Numa espécie de triângulo fino.

Afastou-se deixando-a sofrega e quente,
E um maço de dinheiro foi jogado 
Ao seu lado.
Muitas notas bem colocadas,
Unidas umas a outra feito uma só.
Nenhuma se moveu do lugar.
Nem ela.

A Plantação de Pêra e Maracujá

Os pais de Pitelmario Fizeram uma linda plantação, Araram o campo, Jogaram adubo, Molharam a terra, Então, plantaram pêras...