Adorava o caule da flor
Que tinha entre os dedos,
Esmagado.
Quase até ficar caído,
A arrebatar sua flor,
Até que lhe tocasse,
Sem que fizesse esforço.
Qualquer coisa no mundo.
Tudo para não vê-lo.
Não iria.
Evitaria a todo custo.
Olha-lo era esforço demasiado,
Por mais ensaiado,
Petrificado e sólido
Que pudesse mante-lo,
A mero encontro
E esforço dele,
Esmorecia,
Tremia por dentro.
Derretia em seu olhar
Sem o mínino de esforço.
E isso era tudo que não queria.
Lhe demonstrar sentimento!
Queria estar vazia.
Despida nem que fosse de sua honra,
Mas o evitaria!
Se poria longe de sua figura alta,
Poderosa e meticulosamente linda.
Forçaria a voz a todo custo.
E por nada no mundo
Deixaria transparecer o que sentia.
Mentiria.
Usaria de todas as artimanhas,
Mas jamais lhe declararia.
Antes o ódio.
Por Allah,
Que o ódio pudesse ser ensaiado,
De tal modo,
Que em sua frente
Soasse perfeito,
Exalassem, seus lábios,
O máximo de temor,
E nada de amor.
Do contrário,
Distanciamento!
Pasma ela tomou o celular em suas mãos,
Embasbacada por ele ainda
Lhe fazer oferta
De ficarem juntos,
Pelo menor tempo que fosse,
Suas últimas palavras soavam gritantes,
Então, veio o adeus e pronto.
Por quê agora reencontro?
Lentamente,
Ela quis gritar-lhe ódio.
Proferir ofensas,
Resgatar pudores perdidos.
Qualquer coisa que impusesse distância.
Mas a mínima lembrança de sua presença,
Seu olhar cheio de encantos,
E seu efeito era fulminante,
Acabava com suas defesas,
Deixava o ódio pairar no ar,
Em palavras que nunca seriam ditas,
Feito navalhas afiadas perambulantes,
Próximas o bastante para feri-la,
Tocar a garganta,
Fazer calar.
Distantes e imunes para mentiras.
Não era forte o bastante para odiar,
Não tinha resistência contra seus beijos.
Após seus carinhos,
Não era mais que uma fraca,
A emoção lhe queimava o peito,
Como se as navalhas o percorressem,
E quanto mais ela o negasse,
Mais ficavam próximas
Até despi-la,
Romper em fio afiado de peça a peça,
Nua e sua.
A mercê.
Efeito paixão avassaladora.
Dele.
Uma parte dela
Queria enfrentar tudo que sentia,
Forçar-se ao máximo,
Ver até onde estas navalhas iriam,
Romper a pele,
Sentir escorrer o sangue,
Mas não ceder,
Se negar até suas últimas forças,
Recusar-se tanto a ser dele,
Até unir esforços
E jogar de navalha a navalha
Contra ele.
Ve-lo sofrer
Até arrepender-se…
Por ser tão frio e desdenhoso.
Mas nenhuma navalha
Precisou toca-la,
E a menor esforço,
Um sorriso lhe ganhou o rosto,
Vassalo, profundo e feliz,
Novo encontro,
Outra chance de estarem juntos.
Prazer por tê-lo outra vez.
Já se via a correr pelas escadas,
Romper corredores,
Zerar a distância entre eles.
Em suas primeiras palavras,
Como se sua voz
Despertasse mais que lembranças,
Deliciosas e inesquecíveis,
Despertassem um veneno
Em seu sangue,
E este o percorresse
Sem limites por cada parte,
E a ganhasse.
Simplesmente, a tivesse.
Um veneno tão mortal,
Que ser dele era mais que escolha,
Tornava-se necessidade.
Uma espécie de vício doente.
Em cada frase,
Se via paralisada,
Atingida física e verbalmente,
Cada parte sua o respondia,
Com importância e audácia.
Se via entre seus contornos,
Revia o momento em quê
Mandou-o embora de casa,
Com as duas mãos contra seu peito,
Empurrando-o,
Enlouquecidamente para fora,
Enquanto ele lhe puxava a seu encontro,
A deixando presa contra seu peito,
Que ele sutilmente e desgraçadamente,
Abriu os botões da camisa
Por entre seus dedos,
Como se ela fosse uma espécie de dama de ferro,
Ou rainha do gelo,
E ele não soubesse
Que iriam se amar ali fora mesmo,
Sem vergonha ou simpatia,
Apenas sexo quente.
Ainda se via
Sucumbir ao desejo
De explorar seu pênis exposto,
Eliminar toda a sua roupa,
E desistir de rir da cara dele
Por ele imaginar
Que ela não saberia o jeito
De deixa-lo nu
E de pênis ereto e pronto.
Escorregar até seu zíper
Era sua maior perícia,
Não sabia não reagir
Aquele pênis viril e sedento.
Puta pênis gostoso.
Colou-se nele em pouco custo.
“Goze feito um louco”,
Disse antes que ele pudesse
Ve-la, deliciosamente,
Por seus músculos.
Uma mão presa ao peito másculo
E exposto,
Outra a percorrer seus íntimos,
Enquanto a boca gritava
Toda espécie de discurso estúpido,
Até se ver gulosa e repetidamente,
Em seu pênis bonito
E terrivelmente gostoso,
Sexo público, louco e prazeroso.
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