quarta-feira, 6 de abril de 2022

Caminho Em Busca De Quem Amo

 

Claro, se tudo se encaminhasse bem,

E no dia seguinte, logo ao amanhecer,

O sol decidisse por conta própria brilhar,

E que as nuvens, estas nem outra coisa,


Não fizessem nada que pudesse impedir...

Saí do quarto, tranquei a porta atrás de mim,

Não precisei olhar para ela,

Apenas a puxei sem ruído e a fechei assim,


Certo foi que ao final saiu um estalo,

Deixei a chave aonde estava,

Não me pertencia esconder nada,

Ao contrário, não queria mais que falar,


Desci as escadas de uma a uma,

Não me sentia apressada,

Nem estava tão desatenta,

O vaso com a flor estava fora do lugar,


Ela cheirava a rosas mas era outra coisa,

Há um sentimento que nunca se cala,

Este é mais forte que tudo de que se acredita,

Talvez, se chame amor,


O que sei é que o que vivemos não será abalado,

Quando os sinos baladam os vazios em meu peito,

Sim, não afirmo nunca que sou perfeita,

Até mesmo aí, este amor eleva a voz,


E eu o ouço, mesmo que permaneça em silêncio,

Ainda assim posso ouvi-lo,

Com o decurso do tempo, da distância e todo o resto,

O ouço, e o sinto, confesso;


Se houvesse algo que me impedisse,

Poderia jurar que agora derreteria,

E por mais esforço que fizesse,

Em nada me abalaria,


Este algo que sinto dá fim as guerras,

Aquelas internas que se sente e as vezes, se silencia,

Da minha boca, à minha voz até a alma,

Ele põe fim a toda evidência em falso criada,


Quebra o arco e despedaça a lança,

Do que me põe em dúvida,

Depois deste instante de reflexão,

Não sobrou nada,


É certo que a lembrança de tudo que vivemos me chama,

E eu não tenho um motivo para resistir a ela,

Doce amor, que destrói os escudos com o fogo,

Se ergui minha armadura me despi dela a muito tempo,


Antes ainda que chegasse a me tocar,

Pouco depois de cruzar com o seu olhar...

Paro agora e respiro, não estou a lutar,

Do que sinto, não me nego a nada,


Chega de impor distância que nunca chegou a te apagar,

Se vivemos, sei que sim, que o amo,

Admito enfim e não quero mais calar,

Saibam que eu o amo,


Confesso que arfei o peito para gritar,

Mas, ali onde eu estava ninguém ouviria,

Se é que um amor é capaz de passar despercebido,

Espalharei o que sinto entre as nações até toda a terra,


Se eu o amo e tenho certeza quanto a isso,

Não irei mais negar por nenhum segundo que for,

O Senhor dos exércitos caminha comigo,

Ele conhece tudo que sinto


E agora, deseja que todos o saibam,

O abraço de quem eu amo e nenhum outro lugar

É minha herança segura,

É no seu abraço que me erguerei,

E direi que o amo como evitei até esta hora...

Sem outra pausa me guio e o vejo a minha espera.

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