domingo, 30 de abril de 2023

Garoto de Uma Hora

 


Ouçam, céus e terra.

Pois, o Senhor de mim falou:

-Criei sentimentos para amar,

Mas, tudo que sinto se revolta.


Não, aquele de ontem não foi digno de amar,

E o de hoje, por quê será?

O coração reconhece seu dono,

A alma sabe a quem pertence,


Veja, toda a cidade sabe o que sinto,

Porém, não consigo achar aquele que merece,

Sou muito mais que isso,

Este qualquer coisa que ele me oferece.


Chega até eu e me pede juras de amor,

Após, diz ah, querida, me escreve...

Pergunto: para quê tudo isso?

Se sente o superior, o grande homem.


Não passa de um bosta,

Coisa pegajosa, noite inexistente.

Ah, coração pecador,

Porque tenta tanto convencer minha’lma?


Diante de mim está mais para malfeitor,

Diz que ama e deseja que o siga?

Ora, por favor, pense um pouco,

Este para quem se entregou o que lhe deu?


Sim, entenda você não merece este desprezo...

-A desprezada!

Tristemente intitulada.

A desprezada!


Abandonam tudo que eu sinto,

Abandonam tudo que sou.

A cada dia um nome,

A cada amanhecer um alguém que passou,


Não peno pela falta,

Penso que não queria desde antes,

Então, porra, por quê me entreguei?

Esta coisa de sentir é chata!


Esta coisa de ver que por mim não sentem nada,

Ah, isto é muito mais chato!

Olho para eles e não sinto medo do que sinto,

Porquê apenas sinto repulsa,


São desprezíveis os que não me amam,

Sim, o são para eu que não vivo de semanas.

Se quer fazer sexo porque jurar tanta coisa?

Pênis não combina com alma,


Sexo é coisa de prazer, de pele,

Porquê esta coisa de eu-te-amo-meu-amor?

-Ah, a querida grande noite!

Sim, eu a queria e você também,


Mas porra, essas suas juras estragam tudo

Logo no outro dia?

Que coisa chata para se lembrar depois!

Do coração a alma estou cansada!


Entenda, pênis esta fora de juramentos,

Você é falso e falso deve ter sido o seu orgasmo,

E isto nem me faz melhor?!

Você é feio para ser exibido,


Que porra, agora gosto de transar escondido!

Isto é coisa de adolescente ou de mulher fo-di-da!?

Vergões e ferimentos abertos,

Sim, eu não chorei hoje – obrigada,


O garanhão que secou as lágrimas não as fez cair.

Não agora,

A desculpa?

Ele está longe,


A técnica?

Esnobar para se sentir melhor,

Diz ele que gosta de me ver aos seus pés,

Ah, querida, o carro quebrou,


Não posso te atender o que senti já passou!

Tenho filho e mais o que fazer!

Cuide-se sozinha veja a sua idade,

Ora, entenda quem você é.


A terra parece um tanto devastada,

Bem, palavras não concertam,

Não entendem e não dão desculpas,

Mas, apenas para lembrar,


Eu sei esquecer tanto quanto sei odiar.

-Que cara pobre, medíocre!

Meu coração parece chorar fogo,

Agora se permite sofrer,


Que dó,

Diante de vocês,

Alma e coração,

Eu abrigo uma plantação de girassol,


Logo a lua chega e eles se fecham?

Para que tantos sacrifícios?

Queria poder não odiar,

Mas, me convém tanto o humilhar!


Uma reunião entre sentimentos,

E logo a lua muda,

Tudo ocorre durante uma semana,

Tempo o bastante para esquecer,


Estas mãos que sangram feito o sangue...

-Você me é repugnante,

Suas orações, mesmo que as faça,

Não as escutarei,


Não reúna suas desculpas,

É noite e você preferiu não estar,

Não faz falta.

-Ódio sinto por mim mesma, - que pena,


Ódio por tê-lo chamado por uma hora,

Garoto de aluguel,

Pobre idiota de motel!


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