Se mulher significa plenitude,
Nunca ela foi mais apaixonada,
Nem mesmo ele mais amante,
Nunca encobrindo mais suas façanhas,
Declarou-se a mais entregue,
Plenamente sua,
Como não haveria outra,
Ele acreditou em cada frase,
Ela fez mais que isso,
Fez-lhe a declaração mais apaixonada,
Com um beijo em sua mecha de cabelo,
Recolheu-a por entre os seus dedos,
Utilizando-se de uma tesoura,
Coletou, também uma sua,
O entregou conforme a outra guardou,
Ele sentiu-se o detentor de sua onipotência,
Ela era sua, plenamente sua,
Guardar este amor determinou a queda de todas,
Ela não parou por aí,
Fez o máximo que pode,
Entregou-lhe uma cópia de uma das chaves de casa,
Certificou-se de manter a porta trancada,
Sem esquecer-se de fechar as duas trancas,
Mas metade de si já pertencia a outro,
Entrada facilitada,
Sorriso a brilhar pleno no rosto,
Com certeza não havia outra mais bonita,
De soberana moça,
Tornava-se quase uma mulher submissa,
Casar-se e ser de um único homem,
A satisfação feminina as vezes lhe pedia isso,
Sem dúvida algum dia chegaria este instante,
Dava quase pena ou sentimento de remorso,
Mas, sentia que se aproximava o dia,
Ser casado descolora o rosto e as roupas,
Núpcias: situação passageira e monótona,
Ver único rosto, tocar único corpo,
A entrega de uma mulher por um desconhecido,
O tabelião, cartorário – uma assinatura.
Mas iniciava o amadurecimento da ideia,
Sem fazer tanto alarme,
Acreditava fielmente nisso,
Ela sentia que amava,
Guardava em si particularmente a ideia,
O sonho e o medo misturavam-se em seu olhar,
De resto não guardava maldade alguma,
Apenas era plena em tudo que vivia,
A peruca era modo por entre os homens,
Cada um com uma mais bonita que a outra,
Porém, havia particularmente um homem
Mais orgulhoso que as outros,
Ele percorria as ruas com um sorriso no rosto,
Sentia-se o único e melhor por entre eles,
A pouco havia trocado uma mecha de cabelos com a amante,
Amava-a e sabia disso,
Queria-a somente para si e para sempre,
Isso deu-lhe o ímpeto de coragem como a nenhum outro,
Ousou tirar a peruca e mostrar os cabelos,
Sentir o sol pleno no rosto,
A quentura em sua cabeça feito os carinhos dela,
Porém, houve um segundo que vendo-o imitou a ideia,
Sentiu-se acometido pelo mesmo encorajamento,
Porém, com a diferença de dias sobre a atitude,
Após ele diversos passaram sorrindo e felizes,
Não havia indiferença por entre eles,
Eu diria que havia neles cumplicidade.
Esses diversos também retiraram as perucas,
Porém, alguns fizeram uso de pó sobre os cabelos,
Transmitiam um ao outro a sensação de tempo,
O tempo estava passando,
É certo que o dia do enlace final chega,
A todos é dado o momento de casar-se,
Ser feliz e pleno apenas com uma mulher,
-Oh, onde você estava até agora?
Ele indagou de modo súbito a uma transeunte,
Ela porém, usava uma peruca bonita,
Em instante algum retirou-a,
-O que você estava fazendo que não passou antes?
Ela sorriu-o em cumplicidade.
-Eu estava te procurando até agora em minha vida.
Ela baixou o rosto e o olhar para os pés,
Sentiu apenas que não procurava pelo beijo dele.
-Oh, deixa eu beijar sua amiga,
Gostaria de retirar o beijo que você entregou a ela...
Ele não viu bem quem passou e fez aquilo,
Mais ouviu que viu tanta coisa,
Apenas enxergou o que seria uma mulher beijando outra,
Envergonhou-se,
Quis retornar a peruca mas estava sem ela,
Então, dirigiu-se a porta de sua amada,
Passou suas chaves e não conseguir abril-a
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