Vento tem força?
Ah, o vento possui um rosto?
Teria,
Contudo,
Poderia não ser capaz.
Ah, Deus, mas é tão terrível,
Tanto me toca
E tão pouco posso saber,
Ah, quem me dera possuí-la,
Desejar não ser tanto de você,
Fugir já sei não consigo,
Só mesmo o vento para entender.
Ele talvez, algum dia dissesse,
-Querida, se não for minha nem ouse dormir...
Parecia saber do que falava,
Meu sono não é intranquilo,
Porém, sobre os sonhos nem tento contar,
São escuros e vazios,
E quando tomam conta me enlouquecem,
Me vejo cair de mim,
Voar aos pedaços,
De pouco a pouco me perder,
Mas como poderia caro vento,
Se como você sabe,
Não pertenço a outro apenas você,
E ainda ele me apresenta um rosto,
-Querida, entenda, venho de outro.
“Então, ele não sente minha falta.”
Eu tento pensar,
Mas ele é mais rápido:
-Querida, você não conhece essas terras!
Como eu não poderia?
As ideias me veem,
Se tais terras são apenas minhas?!
Sua mão direita me pega na testa,
Ele sabe me manter,
A esquerda em posição ereta e forte,
Desenha uma espécie de certo sobre meu ventre,
-Ora, vento possui agora vontade!
Eu penso e quero sorrir,
Não lhe basta a força,
Desejou ainda um rosto,
Agora quer um nome ou mais- reconhecimento!
O sorriso nem vem se esvai,
Minha pele não é mais minha,
Sinto que fica para trás,
Me vejo quebrar,
Inerte e intacta e aos pedaços,
Me vejo quedar,
Mas como posso?
Aqui deitada e a me perder aos poucos,
Já não sinto meus ossos,
Já não tenho os mesmos sonhos,
Por que desejei dormir depois de tê-lo?
-A quem?
O vento!
O vento é como uma coisa que leva,
O tempo não,
O tempo enterra,
Lá se vai ou não,
Mantive a janela aberta contudo a porta fechada,
Mas ele é capaz de sair por onde entra,
Tanto quanto poderia ficar,
Acho que me pertence,
Tanto mais que eu a ele.
Ele sabe disso,
Ele quer isso,
O vento!
Possui agora sentimento,
Lhe entrego minhas forças,
Meu rosto até mesmo,
Reconheço-o, mas, não posso chama-lo,
Porém, possui meus sorrisos,
É dono também dos meus sonhos?
Me vejo em enjoo,
Não, eu não posso vê-lo...
Antes a terra entre meus olhos,
Ah, Deus, que será destes sonhos insanos?
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