sexta-feira, 2 de junho de 2017

Noite sem Lua

Com a sorte a me acompanhar,
Ao entrar pela porta do grande salão,
Olhei fixamente em seus lindos olhos sem respirar,
E no espaço de segundos nem senti minha pulsação,

Perdida no escuro dos seus olhos felinos de caçador,
Que com um mero olhar parecia me cegar sem fazer dor,
E pelo espaço de um instante, me vi envolta pela noite,
Me senti imobilizada, tal qual uma presa indefesa,
A vagar pela noite sem lua,

E feito uma estrela guia que surgia ao fundo,
Uma luz intensa brilhou em seu olhar profundo,
Como um chamado a me guiar para o seu lado,
Um forte impulso que aquecia o sangue em meu peito,

E que, com o encanto e fascínio da noite me incitava até você,
E ao me aproximar, o azul do céu tomou seu olhar,
Em um tom intenso e puro que afastava o dia nublado,
E que alcançava a beleza e profundeza do mar,

Tão lindo e genuíno que parecia afogar,
Ou trazer vida,
Como um mistério a ser desvendado,
Tão perfeito que gerava o efeito
De um golpe na autoestima de qualquer pessoa,

Como se fosse pintado por um antigo mestre,
Uma cópia fidedigna do rosto de um anjo
Tão inumano que parecia falar comigo,
Mesmo sem pronunciar uma palavra,

E ao lhe tocar, a luz branca do Sol tomou seu olhar,
E lhe deu uma tonalidade castanha, feito o Sol do horizonte,
Em uma cópia perfeita da cor dos meus olhos,
Denotando nossa sintonia,
Feito uma espécie de prenúncio de que você seria meu destino.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Noite de Amor

Adormecida em um sono profundo,
Envolta pelo manto de um sonho intenso,
Parecia avistar seu vulto no escuro do quarto,

Tamanha a vontade que sentia por sua proximidade,
Sentia seu cheiro adocicado penetrar minha pele,
Fazendo meu sangue esquentar e acelerar meu pulsar,
Ao som da sua voz calorosa que me fazia estremecer,

Como um sussurro a acariciar meu ouvido,
E na ânsia por te tocar, afagava o ar para te alcançar,
Sentindo a voz rouca pela emoção,
Pela saudade que assaltava o coração,

Murmurei seu nome com a pureza de uma prece silenciosa,
E estendi a mão em um gesto de afeto,
Ou uma promessa de amor eterno,
A depender da virtude do seu sentimento,

Com a finalidade de que entendesse,
Que invadir minha noite sem que eu o tocasse,
Alcançava do insensato ao desumano,

Pois apenas aguçava minha afeição,
Mas não trazia segurança quanto a sua paixão,
Então, como se ouvisse as súplicas do meu coração,
Seu vulto se afastou da escuridão,

Que apenas permaneceu no tom escuro do seu cabelo,
E uma luz tênue pareceu irradiar de sua pele,
Enquanto a cor bronze resplandecia em seus olhos cintilantes,
E refletia na beleza de suas sobrancelhas e face,

E com um olhar meigo, se agachou ao meu lado,
Oferecendo carinho ao tocar meus dedos,
Fazendo-os roçar em seu rosto,
Enquanto sussurrava com a voz rouca: Eu te Amo!
E quando o Sol acordou pode contemplar o nosso amor.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Promessa de Amor

No calor da discussão,
Como se fosse possível arrancar o amor do coração,
Ela abre a porta e o manda ir embora,
Diz que está nervosa e que prefere ficar sozinha,
Com a expressão tristonha, ele envolve sua mão com ternura,

E se encaminha para a saída,
Segurando seus dedos em um gesto silencioso de quem quer ficar,
E com lágrimas nos olhos, sente seus dedos se soltar,
Enquanto a porta é fechada às suas costas,

Desolado ele se encosta na parede do apartamento e fica a esperar,
Consternada, ela se recosta na mesma parede,
Permitindo que as lágrimas deslizem por sua face
E sem forças sente o corpo resvalar até o porcelanato,

E ao sentir o piso frio congelar seus sonhos,
Que partidos em mil pedaços, voltam-se contra seu peito,
Levanta os joelhos e os abraça,
Como se desta forma, pudesse amenizar a angústia,

Do lado de fora, ainda inerte a pensar,
Sentindo uma dor aguda no peito,
Ele força a porta e entra, e ao encontrá-la no chão,
Acolhe-a em seus braços, apertando-a em um abraço,

Junto ao coração, como se fizesse dela sua pulsação,
Dizendo sem palavras que é ali o seu lugar,
Acalma seu choro e em prantos jura que a ama,
Segura de seu sentimento, 
Ela o contempla por um momento,

Toca seu rosto, fecha os olhos e desliza a boca do rosto ao queixo,
Parando na maciez dos seus lábios,
E em um beijo apaixonado, 
cela a promessa inaudita de que o ama.

A Farda Que Não Serviu

Acordei e percebi que a farda não servia mais,
Olhei no espelho e procurei ver o que o reflexo escondia,
Recordei as honras da formatura e o que o uniforme militar significava,

Lembrei do heroísmo do juramento
De exercer o ofício mesmo com o risco da própria vida,
Relembrei que era reconhecido por um número na corporação,
Treinado na hierarquia e disciplina para agir com precisão,
Um ser humano a mais, sem face ou identidade,

O braço forte do estado, armado para seguir comandos,
Revivi os combates que seguiam ordens superiores de eliminar testemunhas,
Feito peças em um tabuleiro,
Apanhei minha espada que representava a patente de liderança que alcancei,

Toquei as estrelas da farda, as medalhas,
Símbolos auferidos por me prestar como um joguete a disposição,
Um oficial armado a chumbo, mas sem feição,
Guardei a farda com seus símbolos, tirei as armas e o colete balístico,

E dei voz a minha raiva,
Me apresentei ao superior e pedi dispensa do comando,
Ele quis saber a razão, apenas dei como explicação,
Que agora estava à procura do direito,

Avisei que havia cansado de treinar golpes,
Quando na prática tudo se resolvia com um chute entre as pernas,
E que cansei de dar voz de prisão, do cheiro fétido de sangue e de sujar as mãos,
E sem mais a declarar, apenas virei às costas

E procurei a saída em busca da minha própria vida,
E para finalizar este relato, apenas para esclarecer os fatos,
Contei a história de um amigo na primeira pessoa.

sábado, 27 de maio de 2017

Beijo na Chuva

Com o peito aos saltos por ele caminhar ao meu lado,
Vejo o vento quente e úmido a brincar com seus cabelos,
Como se lesse meus pensamentos,
Ele me olha quase no mesmo instante em que uma chuva 
delicada molha nossos rostos,

Estremeço, estarrecida com a beleza de seu corpo másculo,
Inebriada ao ver a chuva acariciar sua pele e molhar sua roupa,
Com o peito apertado por seu encanto,
Imagino que deveria haver imunidade para proteger-me 
de seu jeito altruísta e seu efeito arrebatador,

Afinal, ele é a soma de toda beleza masculina!
Não sei se pelo brilho intenso e firme de seus olhos,
Ou por ser alto e forte, mas ao fitá-lo tenho a sensação,
De que seus braços poderiam me fazer tocar o céu,
Ou bem próximo a isso, tamanho magnetismo seu,

Uma sombra de um sorriso paira em seus lábios,
E meu coração acelera iluminando minha feição,
Assustada com um trovão, tropeço e caio rumo ao chão,

Instante em que ele envolve meu corpo 
E me ampara de encontro ao seu peito,
Sua voz quente e encorpada feito chocolate derretido,
Faz uma brincadeira ao meu ouvido,

E quando sorri enigmático, 
Seus olhos brilham intensos, como se guardassem um segredo,
Em algum lugar profundo a espera de ser desvendado,
Com a fala rouca e trêmula apenas sorrio a contemplá-lo,

Seu corpo quente e tão próximo,
Faz uma corrente elétrica percorrer meu corpo,
E com um gemido involuntário pronuncio seu nome,
Em resposta ele beija minha boca docemente,
E pude constatar que o calor e abrigo de seu abraço
Era muito melhor que tocar o infinito.

A Face do Amor

Sentara ao sol da área de lazer de um hotel,
Cuja localidade preferira ocultar,
Sob a beleza tangível do céu,
Rascunhara em um papel algo que quisera guardar,

Instante em que um olhar lhe chamara a atenção,
Exitante o fitara em desafio, e percebera a sombra de um sorriso roçar sua feição,
Formando um traço encantador,
Que refletira nos olhos dele um lampejo sedutor,

Acometido de certa frieza enigmática em seus olhos sombrios e penetrantes,
Seu jeito impassível a deixara com a alma inebriante,
E no rosto um riso incontido a tocara levemente os lábios e iluminara seus olhos,

Ao queimar sob seu olhar, um tanto nervosa sentira seu sangue acelerar,
Pouco antes de seu peito parar, ao percebê-lo se aproximar,
Trêmula ela arrumara com os dedos o cabelo,

E levara um dedo junto a boca, Indecisa sobre como agir,
Então, simplesmente, o provocara a sorrir,
E com um tom macio na fala mortalmente calma,
Ele a cumprimentara e pedira para lhe fazer companhia,

Sobressaltada, ela respondera, rouca e súbita, em afirmativa,
Sem conseguir pensar devido a sua presença dominadora,
Ou por efeito de seus sentimentos que tornavam insensatos os seus pensamentos,
E ao contemplar um sorriso brincar em seus lábios, 
Repentino, ele a toca no rosto,

Deixando-a arrepiada à suprimir um grito pelo contato inesperado,
Seu jeito enervante, a tocara de uma forma radiante,
De maneira inovadora, como nunca antes se permitira sentir,
E no fascínio do seu olhar, vira a tarde passar,

Tão mélica quanto seu suco de açaí,
Mesmo contra a sua vontade, 
contemplara o sol se pôr,
Enquanto diante de si contemplava a eternidade, 
Ao reconhecer a face de seu amor.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Se Libertar em Deus

Deus prometeu sua luz aos puros de coração,
Por isso fez a oração,
E consagrou suas palavras na escritura sagrada,
Para que todo ser humano se libertasse do profano,

E se livrasse de toda inveja e maldade,
E ao se apegar na aliança divina,
Pudesse viver em conformidade com Sua fala,

Consciente de que tudo que for mau,
Não pertence ao reino dos céus,
E por ser contrário a Deus,
Não traz retorno benéfico e nem produz luz,

Por isso deve ser retirado do peito
E preenchido o espaço com bons sentimentos,
Pois sendo uma centelha do Deus soberano,
O ser humano foi feito para levar amor ao próximo,

Respeitar sua liberdade e viver em fraternidade,
E ao ter uma vida digna e honrada
Poder contribuir para uma sociedade mais harmônica e amorosa,
Onde o respeito seja mais que um direito,

E por isso, seja posto em prática,
Pois tudo que é contrário a palavra divina
Apenas aprisiona ao invés de libertar.

Busca aos Peixes

Masharey acordou, Subiu na alta cadeira Feita de pneu usados, E cantou alto: - estou no terreiroooo! Em forma de canto. Após iss...