Conta a lenda, que próximo a algum lugar,
Entre dez e onze horas da manhã,
Um forasteiro teve todos os seus bens saqueados,
E o corpo e alma violados,
Acuado por cinco bandidos,
Que o espancaram com toda força do corpo,
Assustado e inconformado
Ele gritou alto por socorro,
E lágrimas cobriram sua face,
Ao se deparar com a indiferença e ódio dos presentes,
Como se atendessem ao chamado do demônio,
Fecharam olhos e ouvidos ao sofrimento,
O desprezo que sentiu nos olhos daquelas pessoas,
Foi como provar o gosto amargo do beijo de Judas,
Ao longe pode ouvir a palavra de Deus sendo lida,
E um suspiro de esperança alimentou sua alma,
E o fez chorar mais ainda por ver o próprio religioso
descumpri-la,
Satisfeitos com as feridas, lucros e sangue derramado,
Os bandidos o abandonaram desacordado,
Já era escuro quando abriu os olhos,
Sob o orvalho frio do firmamento,
Estava vivo, e isto era suficiente para seguir seu
caminho,
Andou um pouco adiante, e sentindo-se demasiadamente
dolorido,
Encontrou uma pedra e fez dela o travesseiro,
E tendo ele resistido para contemplar o dilúculo,
Acordando com os primeiros raios de sol a afagar seu
rosto,
Recordou em seu coração as palavras do Divino,
E decidindo acreditar em seus sonhos,
Arrancou do pescoço o jugo que pretendiam colocar,
E daquela pedra fez o primeiro alicerce da sua casa,
De uma a uma, juntou todas as pedras do lugar,
E nelas trabalhou do chão as colunas da sua morada,
Nisso um amigo, que também havia passado pelo mesmo
sofrimento,
Se compadeceu da sua dor,
E juntos, das pedras ergueram um castelo,