quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Castelo de Pedras

Conta a lenda, que próximo a algum lugar,
Entre dez e onze horas da manhã,
Um forasteiro teve todos os seus bens saqueados,
E o corpo e alma violados,

Acuado por cinco bandidos,
Que o espancaram com toda força do corpo,
Assustado e inconformado
Ele gritou alto por socorro,

E lágrimas cobriram sua face,
Ao se deparar com a indiferença e ódio dos presentes,
Como se atendessem ao chamado do demônio,
Fecharam olhos e ouvidos ao sofrimento,

O desprezo que sentiu nos olhos daquelas pessoas,
Foi como provar o gosto amargo do beijo de Judas,
Ao longe pode ouvir a palavra de Deus sendo lida,
E um suspiro de esperança alimentou sua alma,

E o fez chorar mais ainda por ver o próprio religioso descumpri-la,
Satisfeitos com as feridas, lucros e sangue derramado,
Os bandidos o abandonaram desacordado,
Já era escuro quando abriu os olhos,
Sob o orvalho frio do firmamento,

Estava vivo, e isto era suficiente para seguir seu caminho,
Andou um pouco adiante, e sentindo-se demasiadamente dolorido,
Encontrou uma pedra e fez dela o travesseiro,
E tendo ele resistido para contemplar o dilúculo,

Acordando com os primeiros raios de sol a afagar seu rosto,
Recordou em seu coração as palavras do Divino,
E decidindo acreditar em seus sonhos,
Arrancou do pescoço o jugo que pretendiam colocar,

E daquela pedra fez o primeiro alicerce da sua casa,
De uma a uma, juntou todas as pedras do lugar,
E nelas trabalhou do chão as colunas da sua morada,

Nisso um amigo, que também havia passado pelo mesmo sofrimento,
Se compadeceu da sua dor,
E juntos, das pedras ergueram um castelo,
Movidos pela força do amor.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Lutar Pela Vida

Alvo encontrado e não identificado,
Mãos ao alto, de joelhos e cara na chão,
Culpado pelo crime não cometido,
E um tiro seco parte em sua direção,

A uma lágrima de distância,
Sinto uma dor profunda no coração,
Sua imagem vem a minha lembrança,
E o vento traz seu beijo suave como uma oração,

Sinto o sangue queimar em minhas veias,
Ao detectar o gosto da morte em minha boca,
Percebi que o diabo andou ocupado,
Em conduzir seres humanos para sacrifício,

Através de impulsos psicológicos e físicos,
Mas cometeu um erro,
Quando não calculou que eu acreditava em sonhos,
E que alcançaria até os anjos do firmamento,
Pelas pessoas que eu amo,

Com sangue no olhar saí para o salvar,
Sob a mira de armas e guerra nuclear,
Enfrentei a areia movediça aos meus pés,
E uma mina terrestre um pouco mais adiante,

Então gritei ao universo pela redenção,
Convoquei os seres humanos a lutarem pela salvação,
Lutar pela condição humana,
E pelo direito a uma vida digna,

Quebrar as algemas que nos prendem ao sistema,
E nos coisifica feito máquinas programadas,
Quando cheguei ao seu encontro,
O encontrei desacordado,

Fiquei de joelhos e o envolvi em meus braços,
Com um beijo suave toquei em seus lábios,
E roguei a Deus que poupasse sua vida,
Ao limpar com lágrimas o sangue da sua roupa,

Transcorridos alguns minutos de desespero,
O vi abrir os olhos e forçar um sorriso,
Então nos levantamos com a coragem daqueles que acreditam em sonhos,
E vozes ecoaram atrás de nós,

 - Ouvimos seu pedido pela raça humana,
E decidimos nos juntar à luta pela vida,
Escolhemos resistir a opressão,
- Então vocês escolheram acreditar na força do coração,

Lhes falei com um sorriso iluminado,
Escolheram lutar por um destino seguro,
Em que a força do coração humano
Seja o imperativo para a construção do nosso futuro,
Sigam conosco!

Chance Única

O futuro não está escrito nas estrelas,
Nenhuma vida humana nasceu em vão na terra,
Mas eu não me sinto seguro,
Porque apesar de ser dono de mim mesmo,

Por vezes, eu me sinto manipulado,
Como se estivesse sendo computadorizado,
E todo meu passado pudesse ser apagado,
E com ele, bilhões de vidas que desfaleceram sob meus olhos,

Em campos organizados para o extermínio,
Ou em guerras maquiadas em vontades sistematizadas,
E eu aqui a espera de ser salvo pelo homem do futuro,
Um ser humano de aço,

Que acredita na raça humana,
E defende o estandarte da vida,
À custa do próprio sangue luta pela família humana,
Por acreditar na escritura sagrada,

E que todo aquele que chora merece uma oportunidade,
Por ser incapaz de fechar os olhos para a maldade,
A distância de um tiro de flecha,
Ou de um mar de lágrimas,

Por sentir Deus pulsar em seu coração,
Permitiu que lhe conduzisse pela mão,
Prolongando através dos tempos,
O acordo firmado nos primórdios com o Deus Eterno,

Por acreditar na voz do anjo sagrado,
Defendeu a liberdade do corpo e do psicológico,
O direito de saciar-se na fonte da vida
A todo o ser humano, inclusive os animais,

Faltando dois minutos para a meia noite parou o relógio,
E no cair da tarde o mundo conheceu a escuridão,
Um eclipse solar envolveu o firmamento,
Fazendo acelerar em um só pulsar cada coração,

A Lua gelada se colocou entre o Sol e a Terra,
A coroa solar aprimorou os olhar das pessoas,
E o vento solar tocou sereno o campo magnético do Planeta,
Dando mais uma chance única à raça humana.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Batalha Pela Vida

Em algum lugar no passado
Os cavalos foram selados,
A espada empunhada
E a armadura vestida,
O estandarte na mão direita
Marcava o início da batalha sangrenta,

Em um espaço longínquo do futuro,
Máquinas se erguiam das cinzas
E agonia do inferno nuclear,
E seres humanos recrudesciam seus corpos
E intelecto pelo resgate da família humana,
Buscando o reconhecimento do seu valor como pessoa,

Passado e futuro unindo seus homens de aço,
Inconformados em viver as margens da sociedade,
Em pagar com a alma o preço pela liberdade,
Justos e ímpios encaminhados aos campos organizados,
Aprisionando sonhos em corações apavorados,

Mentes dormentes em corpos errantes,
Vendo o cálice do direito esvair-se feito o seu sangue,
Sentenciados a miséria da sede e fome,
Inertes e largados a própria sorte,

A eminência do momento do extermínio,
Dois minutos para a meia-noite marca o relógio,
E a justiça divina se avista no horizonte,
Fazendo o fogo romper o azul celeste,
Até a terra arder feito uma fornalha,
Condenados pelo pecado da ganância e indiferença,

- Mãos ao alto, de joelhos e cara no chão,
Grita o ser endeusado e sem coração,
- Vamos lutar para romper as cercas,
Fala a voz emudecida pelo olhar da injustiça,

- Apostar o sangue se o preço for a alma,
Correr risco de vida,
Quebrar as algemas,
Romper o sistema,
Pelo direito de salvar o pensamento
E o corpo de serem violados.

Sentimentos

A noite havia descido sobre a terra,
E a lua iluminava entre as estrelas,
Quando aconteceu uma história real,
Que retrata o instante em que um jovem casal,

Tomava uma cerveja e brindava a vida,
Ela, uma moça linda e delicada,
Ele, um rapaz honrado e íntegro,
Seus olhares apaixonados retratavam sonhos

Tão intensos quanto o brilho dos seus sorrisos,
Sentados em um bar, um de frente para o outro,
Com as mãos entrelaçadas á luz do luar,
Mesmo o som da música que abraçava o ar,

Não era tão belo quanto suas juras que acolhiam a alma,
Não demorou para despertarem o olhar
Da inveja e cobiça alheia,
E assim que a moça se dirigiu ao banheiro,
Foi alvo de elogios desrespeitosos,

Ignorados, dois homens levantaram de suas mesas,
E mostraram armas em suas cinturas,
Neste momento seu namorado já estava ao seu lado,
Engoliu em seco o desrespeito,

Sentindo as palavras rasgar a garganta,
E perguntou qual era o motivo da ameaça,
Porque mostrar armas a uma moça pura
Que possuía em seu corpo o dom da vida?

Uma arma fria que jamais poderia ser utilizada para promessas vazias,
Feita por embriagados que escondiam o medo no escudo do fogo,
Ele, por ter as mãos limpas se agarrava a honra,
E ignorando a raiva da injustiça que endurecia o olhar

Pediu que se desculpassem em respeito ao Deus do impossível,
Aquele que pediu que o ato dos justos
Fosse conforme as palavras sopradas aos seus ouvidos
E eternizadas na escritura sagrada,
Aquele que fazia o homem curvar-se a terra em sua presença,

O Divino que com um sopro, gerou a vida humana,
Que em seis dias fez o planeta Terra para abriga-la,
Fez o universo para inspiração,
Por acreditar no amor de cada coração,

Embriagados pelo cálice da violência,
E surdos ás palavras,
Os dois homens investiram contra o casal,
Usando na briga, inclusive, as cadeiras,

Sem saída, o casal aceitou as investidas,
E unidos, com movimentos rápidos,
Jogaram os malfeitores contra as janelas de vidro,

Condenando-os fatalmente á cegueira,
E a impropriedade de portar uma arma,
Ser deselegante com uma moça,
Ou descrente aos sentimentos da alma.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Três Horas da Tarde

Três horas da tarde de sexta-feira,
Ocorrência no centro da cidade,
Tendo como vítima uma advogada bem sucedida,
E como autor um homem não identificado que usava uma máscara na face,

O criminoso a esperava no estacionamento do subsolo do banco,
E logo que ela desativou o alarme do carro,
Este estranho saiu do nada e lhe apontou uma arma,
Pedindo que lhe entregasse a bolsa

Sem oferecer resistência,
Ela pediu calma com a voz alterada que denunciava fobia,
Com as mãos trêmulas pegou a bolsa,
E com lágrimas no olhar pediu que poupasse sua vida,

A alguns metros daquele ponto,
Um homem estranho aos fatos,
Achou os movimentos suspeitos
E se aproximou oculto para o caso de necessitar prestar socorro,

Alcançando o fim da conversa
Antes que o bandido oferecesse resposta,
O cidadão surgiu com um movimento rápido
Detrás de um dos carros com um salto,

E se posicionou atrás do bandido,
Com um movimento brusco fez a arma cair ao solo,
Com um estalo seco que lhe doeu aos ouvidos,
E o imobilizou aplicando uma chave de braço no pescoço,

Soltando o bandido desacordado no piso frio e sujo.
Ao se voltar para a moça, 
A viu agradecê-lo trêmula e angustiada,
Comovido, o cidadão ofereceu um lenço
Para secar suas lágrimas,

E se apresentaram um para o outro,
Reconhecendo-o como um homem íntegro,
Ela lhe entregou um cartão do escritório
E o convidou para tomar um suco.

O Coração Como Aliança

A padronização do ser humano,
É poeira que cega os olhos,
Ao invadir seus espaços mais íntimos,
Para aprisionar seu psicológico,

Tornando-o escravo de desejos inventados,
É como portar um revolver desmuniciado,
Servir de marionete nas mãos de opressores,
Ou ser valente sem possuir um estandarte,

Querer manejar a espada sem saber usar a inteligência,
É querer construir uma torre para alcançar o firmamento,
Movido pelo pecado da ganância,
Sabendo que são diversas as línguas faladas pelas pessoas

Espalhadas feito estrelas pela terra 
E entre os anjos que guardam o universo,
Pois foi no coração de cada ser humano
Que Deus colocou a chave para construir a aliança eterna,

Mas as pessoas, em busca da falsa perfeição,
Se condenam ao claustro da solidão,
Aceitando suas mordaças por se negarem aos seus próprios sonhos,
Perdendo seu valor como ser humano,

Ao estabelecer um preço aos seus valores e atos,
Endeusando seus corpos com dinheiro e exercícios,
Rendendo-se a discriminação da própria alma,
Se distanciando da sonhada família humana,
Embriagando-se no cálice de verdades ditadas,

Mórbidas ao próprio sofrimento,
Paralisadas ao pranto coletivo,
Presos aos paradigmas terrenos por não alimentar o espírito,
Carregados de prata e ouro a ponto da terra não suportá-los,

Pois ao avistar a terra fértil no horizonte,
Escolhem a separação de seu semelhante,
Porém, ao escolher Deus como escudo da alma,
Incontáveis serão as vitórias,

Tal como o pó da terra,
Como herança da justiça divina,
A qual não se romperá nem pelas trevas mais densas,
Porque nenhum sofrimento se esconde dos olhos divinos,
Mesmo que sua face não se apresente aos olhos terrenos,

Porque todo homem íntegro que prostrar seu rosto na terra,
Será tão prolífero a ponto de ser pai de doze príncipes,
Conforme a escritura sagrada,
Com direito a marca da aliança perpétua,
Doze que condiz com o tamanho de um coração adulto.

Comida do Leito do Rio

E, Houve fome no rio, Os peixes Que nasceram aos montes, Sentiam fome. Masharey o galo Sofria em ver os peixes sofrerem, ...