sábado, 16 de setembro de 2017

O Passeio

Era metade da tardinha,
Coloquei o cão na guia,
Peguei nossos discos e fomos passear,
Seguimos pela calçada,

Aproveitando a brisa fresca da primavera,
Então entramos na praça,
Brincar com nossos discos na grama,
Entre sorrisos e brincadeiras
A coleira desengatou e ele correu incontrolado,
Desobedecendo meu chamado,

Por sorte um homem surgiu na sua frente,
E o alívio acalmou meu coração,
Logo que ele conseguiu ganhar sua atenção,
Lhe oferecendo seu sorvete,

O qual ele derrubou com lambidas no chão
E degustou com satisfação,
- Me desculpa - eu lhe disse sorrindo,
- Não se preocupe – me respondeu educado,

E me ajudou a recolocar a coleira,
Acariciando sua orelha,
- É um menino lindo- ele disse afagando seu pelo,
Enquanto olhava com um brilho intenso nos olhos,

Um pouco receoso para se aproximar,
Por se tratar de um cão raça rottweiler.
Com um sorriso carinhoso no canto da boca
Ele se agachou para beijar seu nariz,
- Lindo e teimoso – respondi feliz,

Então passamos o restante da tarde conversando,
Como de costume,
Um vendedor passou pelo local oferecendo flores e bombons,
Ele, então, os comprou radiante,

Escreveu seu telefone em um bilhete,
E os entregou para mim de presente,
Apenas quando cheguei em casa,
Rememorando a história 
E apreciando a lembrança,
Foi que lembrei que não perguntei seu nome.

No Aço da Espada

O crepúsculo aproximava-se,
Tingindo o céu em tons avermelhados,
Depois, lentamente, partia no horizonte do poente,
Dissipando-se em um manto escuro,

As estrelas, então, surgiram no mistério noturno,
Seguidas por uma meia lua, que brilhava ao luar,
De algum lugar ouvi o uivo de um lobo,
Acompanhado pelo sussurro do vento frio,
As sombras das árvores balançavam ao meu redor,

Como se estivessem vivas,
Atenta, desembainhei minha espada,
E vi o luar percorrer o aço,
Senti o coração parar no peito,

Ao ouvir gemidos indistintos,
Então, parti com cuidado ao encontro,
O vento soprou com mais força,
Por isso, amarrei os cabelos com um grampo,
Pondo a lâmina na boca,

O sabor do aço frio me confortou,
Sete passos adiante,
Um homem atacava outro ferozmente,
Atordoada, percebi se tratar do meu namorado,

Rolando no solo entre pontapés e socos,
Em um segundo de descuido,
O inimigo lhe feriu o rosto gravemente,
Então, ataquei em seu resguardo selvagemente,
Manejando a espada com ódio incontrolado,
Arranquei a cabeça do maléfico com um golpe de aço,

Com o inimigo caído em uma poça de sangue,
Me agachei abraçando apertado o meu namorado,
E com beijos limpei os ferimentos de sua pele,
Senti-o me abraçar recuperando os sentidos,
Se recostando seguro em meu peito, 
Então lhe jurei amor eterno.

Beijo Desejado

Já passava da meia-noite,
Eu estava acordada olhando o horizonte,
Através da parede de vidro,
Encantada com as luzes coloridas da cidade,
Que refletiam o céu estrelado,

Então ele chegou vestido de negro,
Com botas de chumbo
E punhos de aço,
Eu olhei no fundo dos seus olhos,

E sorri, sentindo orgulho do futuro,
Em pé diante do seu corpo forte,
Admirada com seu intelecto avançado,
O medo se tornou algo distante,

Ao passo que o mundo se aproximou do seguro,
Senti dor devido ao seu passado sofrido,
E alegria pelos sonhos construídos,
Uma lágrima solitária percorreu meu rosto,

E parou na mão do cavalheiro juramentado,
Que me acariciava entre o pescoço, 
o queixo e a nuca,
Com um sorriso cândido, 
ele me puxou para o seu peito,
E me envolveu em seu abraço apertado,

Me transmitindo ainda mais confiança,
Em seus sentimentos de força e honra,
Com os quais me garantia a justiça
De seus atos em prol da raça humana,

Eu estava nua, e não sentia medo,
Por estar diante de um homem íntegro,
E pela primeira vez, me senti mulher,
Por ser digna dos sentimentos de um homem de verdade,
Então ele se abaixou e me beijou,
Nunca um beijo foi tão desejado.

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Beijo na Chuva

Pouco depois do amanhecer,
O sol se escondeu atrás das nuvens,
Nos olhamos entre sorrisos,
Com o amor brilhando nos olhos,

E saímos passear de mãos dadas,
Pela estrada de terra e grama,
Margeada por uma floresta,
E um rio logo em seguida,

Observar os animais silvestres
E o desabrochar das flores,
A brisa soprou fria,
E trouxe com ela a chuva,

Brincando com nossos cabelos,
Feito um convite para um abraço apertado,
Então, de frente um para o outro,
Nos olhamos no fundo dos olhos,

Trocamos juras de amor
Em um beijo prolongado,
A chuva ensopava nossa roupa,
E lavava nossa alma,

Como se limpasse todos os erros,
E deixasse apenas nossos sonhos,
Deliciados, nos afastamos sorrindo,
Mantendo as mãos entrelaçadas,

E levantamos os braços para o firmamento,
Recebendo a chuva em nossos rostos,
Seguindo a alegria que contagiava,
Pisávamos nas poças de água que se formavam,

Sujando as roupas e causando gargalhadas,
- Eu te amo meu amor,
Gritei rompendo o som do aguaceiro,
- Também te amo minha vida,
Me respondeu com um carícia.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Aliança de Amor

Nas asas de um anjo,
É como me sinto em seu abraço,
Que me envolve feito um escudo metálico,
E me protege no mais puro amor,

Seu rosto parece ter sido desenhado por Deus,
Tão lindo, magnífico, feito os astros do céu,
Seus olhos meigos,
São feito luz em meu caminho,

Adoro o seu sorriso cristalino,
Que atrai o meu contento,
Seus beijos irremediavelmente deliciosos,
Com gostinho de paraíso,
Seus suspiros meigos,
Um pedido sussurrado para me aconchegar em seu peito,

Amo sua fala metálica aveludada,
Com sua mistura desmedida de proteção e sedução,
Que me convida a amar com toda a alma,
E um pulsar a mais do coração,

Eu te amo minha vida,
No infinito das estrelas,
Te amo com a força dos sonhos
Que, com a confiança do aço
Protege nosso amor
Em um campo magnético,

Te amo com a verdade 
Que constrói a aliança
Que une nossas vidas,

Eu te amo meu menino anjo,
Com um amor que vence o tempo,
E viaja além do espaço,
Mais forte que a lei da gravidade,

Porque com botas de chumbo,
E garras de adamantium sólido,
Ele se tornou um homem de ferro,
Apenas para provar que o amor ainda vive.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Como na Primeira Vez

A lua brilhava apaixonada,
E nós saímos passear de mãos dadas,
Apaixonados como na primeira vez,
Passeando por entre as flores,

Atentos ao canto dos animais noturnos,
E à brisa fria que aproximava nossos corpos,
Enquanto o luar brilhava em nossos olhos,
E o amor refletia em nossos atos,

Brincávamos com nossas sombras,
E com a entonação das nossas falas,
Então colhemos algumas rosas,
E cobrimos o chão com suas pétalas,

Depois nos deitamos sobre elas,
Abraçados, olhando as estrelas,
Traçamos desenhos na constelação,
Conforme os sonhos falavam ao coração,

Então usando uma rosa e a ponta dos meus dedos,
Desenhei o contorno de todo o seu corpo,
Iniciei no cabelo raspado, passei para o rosto,
Os olhos, o nariz, os lábios, o queixo,

Como as roupas se tornaram desnecessárias,
Tirei peça a peça, e continuei o caminho de carícias,
Regressei no pescoço, deslizei para os ombros 
E depois percorri os braços musculosos,
Voltei dos braços e acariciei o peito,

Fiz traços delicados em toda a sua pele,
Até chegar aos dedos dos pés,
Depois voltei pelo mesmo caminho,
Desta vez com beijos, mordidinhas e afagos,

Aceitei o convite ao paraíso,
Quando me permiti derreter em desejo,
Conforme regressava com os carinhos,
Me deitava carinhosamente sobre o seu corpo,

Então, quando enfim, retornei aos seus lábios,
Percorri com a língua o seu contorno,
E penetrei sua boca com ternura,
Me saciando em sua doçura,
Nossos corações pulsaram juntos,
No ritmo dos nossos corpos unidos.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Ato de honra

Há rumores de que a flecha de aviso,
Servia de lembrete,
De que chegavam ao fim os dias de inferno,
Mesmo que se recusem a verdade,
E continuem a lutar sem estandarte,

Pois se estou condenado à morte,
Morrerei como uma pessoa livre,
Defendendo minha terra e meu lar,
Para alguns, visto como um sacrifício pela raça humana,
No meu entender, um ato de honra,

Pois seja qual for o sangue,
Todos merecem vida,
Não para mera existência,
Mas para usufruir de dignidade,

Há uma lua maligna esta noite,
Com um brilho que estimula a liberdade,
Ou fui eu que cansei de ser prisioneiro,
Escravizado por este sistema corrupto?

Não suporto que queiram controlar meu destino,
Eu preciso tentar, há uma chance única de êxito,
Já vi maldade suficiente por duas vidas,
De corações ignorantes, fechados em suas feridas,

Cegados pela ambição sem limites,
Juro pelo meu sangue,
Em nome do amor e das rosas,
Com a força que ninguém pode pagar,

Que lutarei por este sonho que se revela,
Por amor à raça humana,
Mesmo com a lança na garganta,
Então vesti minha armadura metálica,
Peguei minha espada e saí para a batalha.

A colina

Sentadas. Lado a lado. Mãe e filha. O sol partia na coluna Em frente aonde Estavam sentadas, Ambas abraçadas. Pensativas....