quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

A Tempestade e Outras Coisas

Meu amor deseja saber o quanto te amo?
Multiplica o pó da terra pelas gotas do oceano,
Levanta os olhos para o céu e conta as estrelas,
Se for capaz de multiplicá-las pela areia do mar,

E somá-las ao resultado anterior,
Sei que ficaria feliz, mas não alcançaria o meu amor,
Já faz tantos anos que estamos juntos,
E ainda me arrepio com o sabor do seu beijo,

A cada vez que me aconchego no seu colo,
E me deixo envolver pelo seu abraço apertado,
Sinto a mesma emoção do primeiro olhar,
Aquela que me fez apaixonar perdidamente,

Que me envolveu em sua fala macia aveludada,
E me fez te desejar para todo o sempre,
Ainda recordo aquela tempestade,
Que fez o sol se esconder em seus olhos,

Para nos unir sob os ramos daquela árvore,
Prenúncio de que o destino estava nos unindo,
Naquele dia não fizemos promessas apaixonadas,
Pois mesmo a jura se escrita na água pode ser levada,

Apenas roçamos as nossas mãos,
E seu calor adentrou em meu coração,
Com seu olhar que penetrava a alma,
Você fez questão de dizer que me desejava,

Eu não consegui esconder o quanto te queria,
Do fundo do coração e por uma vida inteira,
Era nossa primeira experiência de amor,
Confesso que as palavras não ajudavam muito,

Para você tudo parecia tão simples,
O que para mim soava inesquecível,
As coisas aconteciam todas ao mesmo tempo,
Eu não sabia como te pedir um beijo,

Como fazer de um instante o para sempre?
Só depois percebi o quanto tinha razão,
Mas era só me aproximar que arrepiava a pele,
Como explicar que já te amava com o coração?

Então, com a voz trêmula e fraca na garganta,
Como se soasse do fundo da alma,
Você pediu se podia beijar minha boca,
Sim e por uma vida inteira,

Eu respondi, insegura das palavras que usava,
Pois o que sentia era muito maior que a própria fala,
Sem saber como agir, apenas nos olhamos,
E até hoje o infinito é pouco para o amor que sentimos.

O Tempo

Ah o amor não se conforma em viver de lembranças,
Ao contrário do tempo que sempre causa esperas,
Me faz buscar nossos momentos no fundo da alma,
E ao te procurar, senti que mais uma vez me chamava,

De algum lugar onde a saudade a abraça,
Recordando o tempo em que estávamos juntos,
Em um tempo diferente daquele marcado pelo relógio,
Me refiro a aquele marcado pelo sol e a lua,

Cujos ponteiros formados por estrelas,
Recordam o brilho dos seus olhos a me fitar,
Magia igual, nunca vi em outro olhar,
Deve ser por isso que estou vivendo de passado,

A reviver os momentos que estive ao seu lado,
Atrasando os segundos para recordar mais um pouco,
Enganando o relógio para te trazer para perto,
Afinal há um momento no tempo

Em que sempre estamos juntos,
Lá encontro mais que o seu sabor
A envolver meus lábios,
Muito mais que seu calor
A preencher o vazio dos meus braços,

Lá ainda nos amamos
Com as mesmas juras de amor eterno,
Mas nestas lembranças apaixonadas,
Há uma coisa que nunca se poderá esquecer,
Há uma carícia que seca a lágrima
Enquanto me pede para esperar mais uma vez,

Quanto tempo mais precisará para voltar?
Tempo insuficiente para que eu possa esquecer,
Pois te lembrar ainda me traz paz,
Me traz força para conseguir sobreviver,

A esta distância que pede para não esquecer,
Sem me dizer a hora de sua volta,
Para que estas lembranças possam tomar sua forma,
Apenas espero o tempo de sua chegada,
Sem que tenhas hora para partida.

Véu da Saudade

A lua já chegou e o luar me iluminou,
Porém, não ouvi o relógio bater as horas,
Espero que não seja tarde para te ver meu amor,
Pois sabes muito bem que lembranças não tem hora,

Chegaram nossos momentos e trouxeram nossos sonhos,
Vieram para lembrar que o véu da saudade que te oculta,
Em algum lugar distante dos meus olhos,
É fácil de ser removido por meio das minhas carícias,

Pelo amor que emito em meu abraço,
Foi como se esta cortina de estrelas iluminadas,
Tivesse ascendido o amor adormecido em meu peito,
Te buscando no fundo da minha alma,

Tendo encontrado você lá, trouxe sua falta aos meus afagos,
E me pediu que fosse te encontrar,
Pela falta que sentiu de você em meus carinhos,
Pois de que vale reavivar nós dois em minha memória,

Se quando o luar chegou nos encontrou separados,
Houve economia nos céus, já passou a madrugada?
Um sonho de amor me faz de novo um sonhador,
Porém, algo estranho me atentou para o luar,

Como se a lua estremecesse aos nossos momentos,
Percebi nos céus se apagarem as estrelas,
Será que isto significa que já estejas com sono?
Ou simplesmente que também sentiram sua falta,

Cai uma estrela em chamas me mostrando o caminho,
Sinto como se o amor me desse asas,
E não resisto, parto então, para o seu encontro,
Ouço ao longe o relógio badalar uma hora da madrugada,

Estou chegando, espero acordá-la com um beijo,
Ou com sorte esteja acordada a minha espera,
Abraçada a saudade que me leva para perto,
Olhando para a mesma estrela que me guia a vê-la.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

A Sua Procura

Sopra o frio da saudade,
O silêncio de sua ausência o vence,
Levanta os olhos e uma lágrima escorre,
Parte solitária para a lividez das nuvens,

Assim chora a dor de sua alma,
Sofre a ausência de quem ama,
Como se o amor castigasse sua vida,
Sente sentimentos estranhos as suas promessas,

Avessos as juras de amor eterno,
As mesmas que o fizeram flutuar,
Como se pudesse tocar o infinito,
Hoje já não eram mais que lágrimas,

Sonhos quebrados pela saudade que sufoca,
Mas há pássaros no azul celeste,
Assim como há anjos por cima dos infortúnios,
Mas como poderia vencer a saudade,

Se o anjo mais lindo havia caído?
Os pássaros voam e cantam,
Enquanto ele sofre,
Sente sua alegria se esvair da alma,

Logo que ela se escondeu nas trevas do horizonte,
Vem a noite e com ela a madrugada,
Insone ele a chama, mas não houve nada,
Há horas em que ele não tem resposta,

Será que é tão fácil esquecer quando se ama?
Sente-se no fim de suas forças,
Por Deus que não queria perdê-la,
Aquele sonho, apaixonado e fantasiado,

Agora parece estar longe do seu alcance,
Antes tão perfeito que nem parecia verdadeiro,
Nesta triste solidão ele afunda e debate-se,
Sente-se pequeno em meio a tanta dor: chama-a,

Ouve o silêncio de suas lágrimas por resposta,
Grita sem conseguir se controlar,
Não há nada em sua alma que queira esquecê-la,
Implora ao amor que a traga de volta,

Suplica as estrelas que a recorde de suas juras,
Em torno dele a névoa de suas lágrimas,
Dentro dele as lembranças apaixonadas,
Adormece e sonha com ela,
Acorda, aproveita o sol da manhã e vai procurá-la.

Amar Você

Logo que cruzei com seu olhar,
Dois raios de fulgurante luz,
Iluminaram por dentro da minha alma,
Confesso que a ideia de te amar me deslumbrou,

E me fez acreditar na possibilidade de uma nova vida,
Eu estava certo, me senti renascer em seu amor,
Pois me vi envolver por intensos sonhos,
E, em torno disso, muitas promessas apaixonadas,

Que alimentavam um futuro de alegrias,
Que veste de amor minhas lembranças,
Em um amor que supera toda prova,
Profundo demais para poder contar,

Intenso demais para conseguir calar,
A este amor ainda acrescento a paixão,
Chama que derrete o amor no coração,
Fazendo-o correr por minhas veias,

Para alimentar cada uma das minhas ideias,
Olhe para os céus e veja,
Fite as nuvens, tão elevadas,
Você sente a chama do amor te invadir?

Os nossos sonhos também te fazem sorrir?
Receba esta flor que coloco em sua mão,
Nela esta contido, também, meu coração,
Pois agora te amo tanto,

Que já não sou dono do meu peito,
Assim é que abro minha boca para dizer que te amo,
Apaixonado, eu multiplico as frases da minha voz,
Para que não esqueça nem por um momento,

Que sinto por você o maior amor do mundo,
Peço apenas sua paciência com meu amor,
Pois aos poucos te demonstro o quanto sinto,
Amar é algo novo,

Pois ainda não havia me apaixonado,
Por isso tenho medo,
Pois o que sinto é muito intenso e profundo.

Esperança De Amor

Olhei no fundo daquele olhar,
Foi um mergulho em sua alma,
E no mesmo instante em que recebi seu afago,
Com um sorriso tremulo a iluminar meus lábios,

Risquei da minha existência o medo
Que o dedo de Deus já tentava tirar do meu caminho,
Eu, simples habitante da mais fria solidão,
Tateando feito um tolo sonhador,

Não deixei o afeto falecer em meu coração,
Foi assim que reconheci em você o amor,
Pois ao te ver uma luz súbita invadiu minha alma,
E iluminou os dias da minha vida,

Trazendo perspectivas ao meu destino,
Como se fosse um anjo a mim destinado,
Porém passado o brilho do seu olhar,
A saudade vinha e me abraçava,

Era fria a solidão que retornava,
E você onde estava?
Não sabia mais,
Minhas tentativas de fuga de sua ausência,

Agarrada a sonhos que diminuíam sua falta,
Mais nossas lembranças que te traziam de volta,
Bastariam para provar duas coisas:
O quanto eu te amava,

E que sem você eu não viveria,
Mas sempre que uma lágrima saudosa
Molhava de solidão o meu olhar
O instinto dizia num sussurro ao ouvido: desista,

Mas o coração insistia não quebre o juramento: persista,
Desta forma, diante de tão forte tentação,
Como eu poderia resistir a força do coração?
Restava apenas o coração apaixonado

A ecoar a voz da alma para quebrar o silêncio
E trazer nossos sonhos para arruinar a indiferença,
Salvar minha alma caída no fundo do infortúnio,
Completar o vazio que se abriu entre meus braços,

Com seu carinhoso abraço apaixonado,
Imaginar nosso destino selado com um beijo de amor,
Nesta solidão meu coração insistia e sonhava,
De que natureza podiam ser seus devaneios?

E uma palavra? Esperança,
De que possas retornar pela mesma porta

Para cuidar deste coração que ainda te ama.

Horizonte Rasgado

Sua alma, perdida no infortúnio,
Escorregara, caíra, tudo se acabara,
Assim que seu verdadeiro amor,
Decidira partir, fechando a porta,

Sob seus pés, nada mais que ruína,
Em suas mãos, nada além de um vazio,
Que lhe consumia por dentro,
E construía uma lacuna em seu coração,
O mesmo que lhe afastara de suas mãos,

E refletia na ausência em seu abraço,
Na lágrima quente que escorria silenciosa,
No calor gélido que lhe soprava a alma,
Restara apenas as lembranças a lhe abraçar,

Promessas rasgadas e sacudidas por sua ausência,
O vaivém de um abismo o empurra,
A dois passos do paraíso,
Perdera o amor de sua vida,

A luz que ilumina o seu sorriso
Se apagara e levara seus sonhos,
Os farrapos deles chacoalhavam seu peito,
Uma multidão de lembranças rebenta em sua alma,

Estranhas promessas agora o devoram,
Cada vez que afunda em sua solidão,
Entrevê precipícios escuros a consumi-lo,
Por que é que um dia se chamara paixão,
Aquela que ainda hoje lhe nega amor?

Mas um sonho ainda o prende a ela,
Se agarra aos seus pés e o atrai para ela,
Ele se sente transformar em um abismo,
Como se os estilhaços deste amor,

Não desistissem de feri-lo,
Perdido entre a voz do instinto e a voz do peito,
Ele se perde neste amargo,
A saudade covarde, se empenha em sacudi-lo,

A imensidão brinca com sua agonia,
Roubando do amor sua magia,
Parece que tanto sentimento
Agora prefere se tornar ausência,

Mas ele luta, esforça-se e nada,
Ele, com sua triste força esgotada,
Ainda procura por sua amada,
Onde estará ela? Longe,
Mal se avista por entre as trevas pálidas do horizonte.

Comida do Leito do Rio

E, Houve fome no rio, Os peixes Que nasceram aos montes, Sentiam fome. Masharey o galo Sofria em ver os peixes sofrerem, ...