Escorregara, caíra, tudo se acabara,
Assim que seu verdadeiro amor,
Decidira partir, fechando a porta,
Sob seus pés, nada mais que ruína,
Em suas mãos, nada além de um vazio,
Que lhe consumia por dentro,
E construía uma lacuna em seu coração,
O mesmo que lhe afastara de suas mãos,
E refletia na ausência em seu abraço,
Na lágrima quente que escorria silenciosa,
No calor gélido que lhe soprava a alma,
Restara apenas as lembranças a lhe abraçar,
Promessas rasgadas e sacudidas por sua ausência,
O vaivém de um abismo o empurra,
A dois passos do paraíso,
Perdera o amor de sua vida,
A luz que ilumina o seu sorriso
Se apagara e levara seus sonhos,
Os farrapos deles chacoalhavam seu peito,
Uma multidão de lembranças rebenta em sua alma,
Estranhas promessas agora o devoram,
Cada vez que afunda em sua solidão,
Entrevê precipícios escuros a consumi-lo,
Por que é que um dia se chamara paixão,
Aquela que ainda hoje lhe nega amor?
Mas um sonho ainda o prende a ela,
Se agarra aos seus pés e o atrai para ela,
Ele se sente transformar em um abismo,
Como se os estilhaços deste amor,
Não desistissem de feri-lo,
Perdido entre a voz do instinto e a voz do peito,
Ele se perde neste amargo,
A saudade covarde, se empenha em sacudi-lo,
A imensidão brinca com sua agonia,
Roubando do amor sua magia,
Parece que tanto sentimento
Agora prefere se tornar ausência,
Mas ele luta, esforça-se e nada,
Ele, com sua triste força esgotada,
Ainda procura por sua amada,
Onde estará ela? Longe,
Mal se avista por entre as trevas pálidas do horizonte.
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