quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Caso de Família

Estava em seu segundo plantão,

Mais um caso dificil de ser resolvido,

Sente um desconforto no coração,

Apesar de entregar-se por completo,

 

As coisas nao conseguem se resolver,

Olha para a pilha de papéis diante de si,

De repente, lembra-se do café que iria beber,

Tentativa futil de aplacar o sono,

 

Sorve um gole, buscando aplacar a fome,

O café já esta frio e enjoativo,

Ignora o fato e o bebe sem esforço,

O ar condicionado faz frio, o ar torna-se pesado,

 

Olha para os seus sapatos disfarçadamente desgastados,

As roupas já estão amarratodas,

Ainda eram quatorze horas denunciava o relógio,

Verificou que havia uma chamada nao atendida no celular,

 

Instante em que, constatou assustado já serem 3 horas da madrugada,

Fazia portanto, três dias que não se alimentava ou dormia,

Na chamada estava expresso família,

Na pilha de papeis a serem resolvidos,

 

Descrevia-se, humanidade,

No aglomerado de leis juntadas ao seu lado,

Descrevia-se: decifra-me se for capaz,

Ou seja, decida-se entre razão e consciência,

 

Aquele aglomerado não passava de papeis em branco,

Onde poucos decidiam o que valeria para muitos,

O papel satisfeito ou não , nada pode dizer sobre isso,

Assim, como a pilha de papeis (Casos) a sua frente,

 

Descritas pela mesma mão humana,

Haviam letras que denunciavam questões sobre pessoas

Que não passariam de letras mortas,

Condenadas aos becos da ignorancia,

 

Caso aquele emaranhado de leis nao fosse reconhecido,

Identificado e posto em efetividade,

Pelas mesmas mãos humanas que o manuseavam,

Identificando seu dever para com a sociedade,

 

Dever moral por ter sido criado em sua condição de humano,

Dever jurídico por ter escolhido sua profissão,

Nunca precisou de uma roupa que o identificasse,

Manuseava a espada do direito porque sentia isso em si mesmo,

 

Caráter o definiria muito mais que a tantos outros,

Regidos por salário, ou mero dever de ofício,

Mesmo sem ter o reconhecimento que merecia,

Manuseava como poucos a balança da justiça,

 

Naquele momento o cansaço o dominava,

Sem saber como, dirigiu-se para a casa,

Ao chegar lá, avistou sua porta arrombada,

Invadiu com um ímpeto e achou sua filha jogada,

 

No chão, rosto pálido: violada!

Perdeu suas forças, lagrimas corriam desajustadas,

Jogou-se nela, carregando-a no colo,

Gritando ao vento: eu a amo, eu a amo,

 

Não se sabe se pela rapidez do vento,

Ou se pela urgencia de suas lagrimas,

Ou por simples merito proprio,

Mas Deus ouviu suas súplicas,

 

E fez a vida retornar ao corpo de sua filha,

Que o abraçou com o pouco de força que tinha

-tentei te ligar pai, você não me ouviste?

-meu Deus, me perdoe, estava no trabalho, absorto!

 

- invadiram nossa casa, feriram o cachorro,

Levaram tudo e ameacaram matar-te caso siga tão justo,

Com este seu comportamento assim tão íntegro!

Ele secou o pranto dos olhos da filha,

 

Foi até a escrivaninha e sacou sua arma,

Aquela que jurou a menina: nunca usaria,

Mas a filha precisava de cuidados,

O restante da família estava em risco,

 

Não poderia agir com descuido,

De forma premeditada, ele amava a todos,

Diante disso, colocou-os, onde imaginou ser melhor:

Estariam a salvos de todo o perigo,

 

Juntou nome a nome, fez sua lista,

Haviam desonrado o nome da família,

Roubado seus bens mais preciosos,

Nao sentiram piedade alguma,

 

Entao, ele também não teria,

Sempre se considerou um homem bom e justo,

Não seria com relação a sua família

Que deixaria de ser, lutou com toda a garra,

 

Morreria pelo que mais presava: fazer o bem,

-Assunto de polícia, pensou com voz trêmula,

Confiar em quem nessa hora de angústia?

Qualquer passo em falso e estaria trucidado,

Sem contar a ninguém,

Ele decide por descumprir a lei,

Uma unica vez,

Sem ainda ter certeza de como proceder,

 

A lista de nomes começa a crescer,

Um caminho de crime se personifica a sua frente,

Descrito naquele papel que jurara proteger,

Mas agora, na virada da 4 noite,

 

Tudo tomava outra forma,

A tinta tem um estranho cheiro de terra,

E o café se escurece feito esgoto,

Sente-se sujo, precisa fazer algo meticuloso,

 

Em seus ouvidos, ainda lembra o choro da sua menina,

Uma recordação paira em sua mente,

Sua mulher encontrada imovel e sem vida,

Por culpa daquele injustificado acidente,

 

O medo faz o suor descer pelo rosto,

Misturando-se com as lágrimas,

Um homem que protegesse a honra da família

Poderia ser perdoado, não poderia?

 

Certamente sua atitude seria comprrendida,

Em razão de um bem maior,

Que seria livrar a sociedade de pessoas,

Mesquinhas, corruptas, e educadas

 

A serem indiferentes, a agirem dentro e conforme a lei,

Mas para que a lei havia sido feita senão para proteger?

A indiferença não seria considerada um crime moral?

Entre a razão, a lei e o discurso o que deveria prevalescer?

 

Olhou para a foto da família guardada na carteira,

Dirigiu -se para o primeiro nome,

Silencioso, sorrateiro: primeiro tiro disparado,

Um corpo sem vida cai por terra,

 

Suas mãos nunca mais estariam limpas,

Estavam sujas de pólvora,

As mãos que dantes cheiraram a tinta,

Agora faziam sua família respirar aliviada,

Naquele instante o cheiro do sangue percorria seu corpo,

E parecia sussurrar aos seus ouvidos: Proximo passo.

terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Carta de Amor

 

Ele larga a caneta de tinta preta,

Decide selar a carta com seu timbre,

Naquela instante, nada mais importa,

Apenas quer vê-la, abraça-la, beija-la...

 

Abre sua agenda, mês de julho, declara suavemente,

A razão me assiste ao direito a férias,

Entao, empurra-a para o final da mesa de madeira,

Forma simbólica de dar exclusividade a quem ama,

 

Pega a carta, uma lágrima borra a letra,

Mas nao chega a ferir suas palavras,

Elas se mantém intactas, firmes, resistentes,

Tal qual o amor que sente,

 

Recolhe uma flor do seu arranjo predileto,

E a repousa dentro da carta,

Com um beijo imaginário para lembra-la,

De que, ainda a ama e sente sua falta,

 

Uma vela esta acesa ao seu lado direito,

Fagulha de amor mal resolvido,

Pensa que o papel descrito encontra-se

Demasiadamente branco,

 

Dando a aparência de um amor recente,

Diante disso, passa a carta na chama,

Dando a ela a chance única de desaparecer,

De consumir suas palavras,

O fogo entende isso e se agita,

 

Como se sentisse o mesmo desejo de devorar,

E se esforçasse ao máximo para isso, sem êxito,

Agora a carta encontra-se escurecida,

Com aparência envelhecida,

 

Ofertando o amor que a anos guarda consigo,

Sem encontrar forma para demonstrar,

Fez-se silêncio em seu coração,

Feito um tigre que prepara-se para atacar

 

Traz a carta para mais perto,

Embebendo suas palavras em seu perfume,

Aquele que ele usou para ela a alguns anos,

Sera que ela lembraria de seu amor?

 

Sentia, com todo o seu carinho,

Que seu gesto derreteria qualquer mágoa,

Ou má lembrança que possa ter tentado aplacar

O amor que, ele sabia, os unia no decorrer do tempo,

 

O que mais poderia fazer?

Desejava com toda a alma, ama-la para sempre,

O amor em seu peito gritava faminto,

Sentia necessidade dos seus olhos escuros,

Do carinho do seu toque aveludado,

 

Do sabor dos seus beijos, sedentos em seus lábios,

De sentir aquele abraço apertado onde se sentia restabelecido,

É fim de tarde, não quer voltar para a casa sem te-la,

Passa por um café, sente-se entediado: ele entra,

 

A carta ainda esta no bolso do paletó,

Pediu duas xícaras, olhou para o lado,

Desejou com um piscar de olhos,

Que ela estivesse ali, deitada em seu ombro,

 

Tomou um café, depois o outro,

Em seu coração ainda vê seu rosto,

Linda, sorridente, tranquila, feliz,

Sua paixão responde a esta memória,

 

De um geito que não havia entendido antes,

Precisava ir até ela, estavam separados pela distância

De apenas uma cidade,

Pegou as chaves do carro e guiou-se até lá,

 

Chegou sem aviso, bateu a porta

Chamando seu nome, como sempre sonhou fazer,

Nao esperou mais que minutos,

E ela apareceu linda e alvorocada,

 

-Você? Nossa, como senti sua falta!

Disse ela, em um rompante de felicidade desmedida,

No mesmo instante em que se jogou em seus braços,

Fechando os olhos para receber o beijo de amor.

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Amor Sem Medida

 


Em uma noite, feita das estrelas de novembro,

Três suaves batidas soam a porta,

Sem mensagem de chegada ou aviso,

Apenas com um buquê de flores coloridas...

 

Ela estava deitada, vestia sua melhor camisola,

Sentia-se bem, dali a algumas horas

Logo, de madrugada, seu marido chegaria,

Pouco antes da lua esconder-se por detrás da neblina

 

E ir parar em algum lugar longe dali,

Ela levanta, abre a porta, para sua surpresa seu marido a espera,

Nao bastasse o buque de flores, estava com aquele seu sorriso distinto,

Suado, havia saido do trabalho mais cedo,

 

Usava aquele seu uniforme negro que ela tanto amava limpar,

E seu distintivo, merito proprio, que ele conquistou com muito estudo,

Naquele momento, a lua se curvou, pequena diante de sua beleza,

Escondeu-se por trás de uma nuvem, destacando ainda mais

 

Sua beleza mascula, realçando seus cabelos escuros,

Dando um brilho intrigante aos seus olhos castanhos,

Era apaixonante, sempre era como a primeira vez,

O amava, o esperava, torcia por cada conquista sua,

 

Seus olhos encheram-se de lagrimas, a tres dias nao o via,

Ele havia sido escalado para uma operação especial,

E a cada hora, ela rezou para que ele retornasse

Protegido, com aquele seu jeito adorável que apenas

A ela, ele demonstrava, sorriu aliviada ao vê-lo de colete,

 

Arma no coldre, braços fortes com flores engatilhadas para ela,

Ela era especial, não sentia dúvida alguma quanto a isso,

Se jogou em seus braços fortes onde só ela cabia,

Beijou-o, colocando toda a sua saudade, toda a doçura

 

Que havia na sua alma, onde ele sempre estaria abrigado,

Protegido de tudo aquilo...

Sonho de toda mulher apaixonada:

Ver seu homem lutar como um guerreiro em busca de uma vida

Mais digna para o que ele orgulhava-se de denominar; família humana,

 

Mesmo que sob o risco de partir para nunca mais voltar,

Enfrentando a mira de algum bandido, entregando sua alma

Por estranhos que nem sempre sabiam valorizar,

So mesmo alguem com coracao e alma nobre se arriscaria dessa forma,

 

Ela o amava, o amava, o amava de corpo e alma

E mais um pouco, e este pouco logo estaria abrigado

Em sua barriga, sob a forma de um filho,

O filho do cavaleiro escarlate, do homem de ferro,

 

Do homem que apenas se entregava a justiça e a ela,

Ele a abriga em seu peito musculoso, seca suas lagrimas

Com beijos de amor, passando uma rosa em seu rosto,

Em seguida possui sua boca com sofreguidão, doçura

E um toque de urgência que os deixa trêmulos,

 

Entre beijos e abraços, eles juram um ao outro amor eterno,

Frases soltas sobre saudade, preocupação e um que de pressa,

Ele entra com ela ainda no colo para dentro de casa,

Segura-a no braço em que mantêm as flores e tranca a porta,

 

Abandonando para a escuridão da noite a saudade, a preocupação e a pressa,

Para que se perdam e nunca mais sejam encontradas,

Ali dentro só restava os dois, e horas que se estenderiam em um amor enérgico,

Um amor servido derramado entre beijos, abraços e carinhos,

 

Ele que marchava feito um general em direção a guerra,

Com sua pistola metálica como extenção do seu braço,

Se derramava sobre ela entre carinhos e juras de amor correspondido,

Lá fora, sempre preferia a escuridão, se sentia mais seguro camuflado,

 

Claro que o fato de seus olhos possuirem o reflexo da lua,

Servia como um filete de luz a iluminar seu caminho,

Seu colete nada tinha de abrigo comparado a sua inteligência,

Mas ali dentro, entregue aos seus carinhos,

 

Ele se despia de tudo isso para ser somente dela,

Ali preferia ficar a meia luz para contempla-la com mais nitidez,

Conhecia cada gesto dela, cada toque que ela gostava,

Até seus pensamentos ele possuía a liberdade de ler,

É certo que o fato de ele ser irresistivelmente lindo o ajudava

 

A escolher a luz em que seria visto,

Ele era perfeito, encantador, e a tocava de uma forma macia,

Que a deixava frágil, apaixonada, ela adorava ver sua armadura

Cair ao chão revelando o homem que tanto amava,

 

Ela era sortuda, sabia disso, mas quando estava com ele,

Sentia que era maior que tudo,

Mil carinhos se distribuiam entre suas juras de amor,

Seus lábios percorriam um destino único aos dois,

 

Suas mãos traçavam um mapa em seus corpos,

Em busca de um tesouro secreto, só a ambos revelados,

Como são felizes os que amam, sabiam disso

E renovavam suas juras a cada olhar apaixonado,

 

O homem que marchava com pulsos de ferro,

Ao seu lado se entregava a um amor jamais vivido,

Um amor permitido a poucos, sem reservas, sem medos,

Ambos não eram mais do que dois amantes em busca de abrigo,

 

Essa era a palavra repetida, escolhida mil vezes: abrigo,

Abrigo de tudo aquilo que ele deixava no serviço,

Ao que ele se entregava de corpo e alma,

Mas que abandonava por inteiro para ser somente dela,

 

Resguardo de tudo que exigiam dele

Por tão pouco reconhecimento,

Ali, ela nao exigia nada, apenas se entregava,

Era dele, toda dele, para sempre dele,

 

Ele repousou as flores sobre a cômoda,

Deitaram-se abraçados na cama,

A vida se resumia em amarem-se, sem medida,

Sem reservas, a paixão que os tomava

 

Os despia de qualquer segredo, qualquer reserva,

Excluindo qualquer resquício de solidão

Que possa ter assombrado o coração

De qualquer deles, algum dia,

 

Eis que cai por terra toda a saudade,

E é consumida pelo amor que os domina,

Queima-se sob o calor dos seus carinhos,

Ate resumir-se em cinzas de algo distante,

 

De uma forma que palavra alguma descreveria,

Felicidade talvez pudesse descreve-los, algum dia,

Porém, transcorridos cinco anos de casamento,

Ainda sentiam, um pelo outro, algo muito maior,

 

Escondida em algum lugar, ambos sabiam

Que poderiam encontrar alguma palavra

Que pudesse expressar o amor entre eles,

Porém, neste momento só restava se apegar ao para sempre.

Sol ao Final do Horizonte


O sol se move no horizonte,

Lentamente, só para desenrolar o passar das horas,

Segue a direção da saudade que sinto agora,

Desenrolando uma paixão difícil de esquecer,

 

Daquelas descritas nos livros de romances,

Que são destinadas ao para sempre,

Deitada na grama do meu quintal,

Vejo tudo cair ao anoitocer, sonolento,

 

Ou quem sabe, dor da saudade para os que sentem,

Sintam -se as margens de quem partiu para longe,

Apenas para aguçar a saudade dos que sentem,

O mato, a grama, os céus e tudo o mais respondem

 

Em um murmúrio melodioso de um código segreto

Desvendado apenas a estes ternos corações apaixonados,

Sinto minha pele alvoroçar pela neblina do entardecer

Que me envolve em seu manto da tardinha de novembro,

 

Meus olhos castanhos brilham em nome da felicidade,

Fecho meus olhos por um segundo em um desejo:

Trazê-lo para perto, o sol se esconde atrás do cume,

Em cumplicidade, jura para mim que ira buscá-lo,

 

Feito a noitinha que me envolve, o sinto em mim: pele a pele,

Forte, determinado, másculo, com seus cabelos escuros,

Olhos castanhos cor da noite ao entardecer

E aquele cheiro gostoso de homem,

Capaz de despertar segredos em mim até então, desconhecidos,

 

Inigmático, seria capaz de conquistar em mim qualquer coisa que quisesse,

Mera serva ao dispor dos seus caprichos,

Por Deus, nao foi dado a mim o dom de resisti-lo,

Fecho meus olhos, envolvida nessa espécie de sonho,

 

Imagino o quanto seria maravilhoso estar em seus braços,

Sentir o cheiro do seu suor me percorrer por inteira,

Descobrir aquele desejo animalesco que o vejo

Esconder por tras dos seus atos masculinos,

Daqueles olhos escuros, em uma palavra: fascínio,

 

Em duas palavras: sinto saudade,

Em três palavras: eu te amo,

Em quatro palavras: sera que seria permitido?

Em um suspiro: o desejo como a nenhum outro,

 

As garotas ao seu redor, olham umas para as outras,

Entre cochichos e conversinhas: o desejam,

Quem é que poderia resistir ao seu poderio masculino,

O sol do novembro já está um pouco mais longe,

 

Meu horizonte explode em diversas cores,

Penso em como me sentiria se fosse tocada por ele,

Nao teria como resistir, sorrio, prendo a respiração,

Amor é o que defino nas batidas do meu coração,

 

Ele e um homem lindo, envolvente, musculoso,

Olhos fortes, inteligentes e bondosos,

Me sinto pronta para ser amada, desejo viver meus sonhos,

Aqueles que me privei de viver ate reconhece-lo,

 

Digo reconhecê-lo, porque tenho certeza que ha muito o procurava,

Doce certeza que sinto em mim, a qual não me foi dado explicar,

Os poetas definem amor este sentimento forte e intenso

Do qual a gente nao consegue resistir, fugir ou evitar,

 

Lembro da última vez em que o vi,

Não consegui desviar o olhar,

Desejei ser sua esposa, ser sua para toda a vida,

Vi filhos na sua voz potente, seus atos decididos,

E seu jeito único, falhou a voz na garganta...

 

Incapaz de me expressar, molho a boca em um gole de café quente,

Traçando uma linha fina de leite sob meus lábios,

Sedentos, febrios, apaixonados, por um momento

Apenas fechei meus olhos, senti ele se aproximar,

 

Sorte a minha estar sentada, As pernas falharam na mesma hora,

Seu cheiro se intensificava até me tocar,

Sem jestos, apenas com o olhar e aquele algo peculiar

Ao qual fui apresentada naquela hora...

 

Volto a tardinha de novembro, São quase 7 horas,

Quase sete horas, o sol se foi, sinto-me sozinha

Com minhas lembranças onde o guardei com todo o carinho,

Com ele me senti frágil, menina, mulher posso admitir

E nunca foi tão bom me sentir assim,

 

Penso comigo mesma: sera que o sol conseguira trazê-lo?

Me sinto triste por ter que viver sem ele,

Nessa sua busca ele poderia pedir-lhe um beijo?

Não desejaria mais que isso,

 

Por um breve instante ser sua amiga, amante, mulher,

Saborear o prazer de sentir o toque suave dos seus lábios,

Se fosse possível pedir, apenas um pouquinho mais,

Gostaria de tornar o beijo mais longo, profundo, forte,

 

Abraca-lo para nunca querer solta-lo,

Apenas a ele, me permitiria tornar-se um capricho seu,

Objeto em suas mãos para que ele me possuísse

Como lhe conviesse, ser sua para todo o sempre...

Comida do Leito do Rio

E, Houve fome no rio, Os peixes Que nasceram aos montes, Sentiam fome. Masharey o galo Sofria em ver os peixes sofrerem, ...