Um dia sem dizer nada,
Uma chamada é encerrada
Sem ser atendida, sem uma resposta,
A gente olha para o lado não pensa em chorar,
Mas chora, sente por estar sofrendo,
Momentos antes uma mensagem mal interpretada,
Segundos depois, o sentimento de ter feito algo errado,
Se refaz o caminho percorrido em pensamento,
Chega a conclusão de ter feito tudo que pode,
Mas por mais esforço empregado,
O amor entregue parece não ser suficiente,
A pessoa está longe demais para ser abraçada,
Não adianta gritar pois de onde está não ouve,
Se busca uma mensagem de motivação,
Qualquer coisa que faça sentir melhor na situação,
Estar amando de verdade ser haver correspondência
É um ato forte demais para fazer de qualquer forma,
Entregar um sentimento verdadeiro a esmo,
Parece exigir demais de quem só se entrega se recebe a
troca,
Quem consegue calar a palavra ante a resposta errada?
Evitar o ato de revolta pelo silêncio recebido?
Busca-se no desespero uma ligação,
Quer de qualquer forma ouvir mesmo que seja a respiração,
Mas a ligação é cortada, e se fosse entrecortada?
Se do outro lado apenas se ouvisse um ruído e mais nada,
Um celular atendido em momento inoportuno,
Um acidente fatal põe fim a todo o amor sentido,
Bem, mas o amor não morre,
Apenas pessoas conseguem ficar distantes,
Mesmo querendo estar perto,
Distante, tão longe como quando levada pela morte,
Então, neste lugar onde se encontre,
Não toca telefone, não se consegue falar outra vez,
Apenas o silêncio absoluto ao ouvido,
Nem mais um suspiro,
Nem de lá, nem da parte que o buscava,
De lá, não pensa nem faz mais nada,
E de cá? De quem buscava tanto uma resposta,
Um resultado na hora,
Uma decisão imediata...
Lágrimas e dor, mais nada,
A busca desenfreada pela resposta é interrompida,
Mas, que nada, amores não desfalecem do nada,
O esperar e tentar entender leva a um passo adiante,
A certeza de ouvir a voz que se ama ao menos uma outra vez.