sexta-feira, 27 de maio de 2022

Até Encontrá-lo


Ergueu-se até o seu ouvido

Então, disse a meia voz essas palavras:

- Meu amor, eu te amo, fica comigo.

Porém, o sentiu estremecer sem falar,


E por efeito sentiu aquele frio percorre-la por dentro,

Era uma espécie de medo pela certeza,

Ele não a amava e não queria isso,

Quando abandona-se as opiniões do coração


Pelas da certeza algo chama a razão,

E passa a ideia de desvelo perdido,

Orgulho ferido em um misto de dor,

Acreditou fixar-se nelas,


Então, reuniu todas as suas forças,

Abaixou os pés e foi em direção a sua boca,

Ali o beijou sôfrega e tremula pela descoberta,

Beijou-o como se nunca mais fosse beijar,


Aproveitou cada gosto, cada parte sua,

Agora, já suspeitava de todas as suas atitudes,

Dentro dela apenas o que crescia era a inquietude,

E sem ousar dizer mais nada,


Afastou-se abrupta e tremula,

Levou um tempo para ele cair em si mesmo,

E entender que aquele beijo nunca mais seria seu,

Não duvidava de seus motivos,


Mas, quem sabe o que o futuro o diria ou a ela?

Fechou os olhos distante dele,

Tentou acreditar que nada disso aconteceu,

As súplicas, a declaração ou a despedida,


Imaginou que nem o beijo teria existido,

Mas os lábios ardentes e avermelhados desmentiam,

Rosto baixo, a centímetros do peito,

Lugar onde tudo acontece e onde a razão perde espaço,


Segundos em que a alma não entende,

Ao levantar o rosto para os céus e abrir os olhos,

Viu tudo deslocar-se e ficar distante,

As certezas, as dúvidas e... ele,


Uma oscilação abalava por dentro,

Se demonstrava isso? Acreditou que não,

Ao menos ele não parecia ver nada disso,

Estranho desenlaçar interior que deixa sem razão,


Não admitiria ainda, mas já sofria com isso.

Dor dolorosa que faz os lábios sorrirem ainda,

Choro dilacerante que tenta enganar sem poder,

Por mais que tudo esteja guardado nela,


Não ousava encará-lo de frente,

Pensar que não o teria mais já era o bastante,

Renegou a razão e agora se apegava a ela,

Seus lábios surpreendiam-se vagamente,


Talvez, já estivesse previsto o fim, desde antes,

Os medos e coragens interiores se tumultuam,

Jogo do amor em que nenhum ganha ou perde,

É o que se tenta acreditar para seguir depois,


Mesmo que o depois fosse o agora e a olhasse de frente,

E ela, ainda não tinha forças para encarar seus olhos,

Jogou aquele beijo em sua boca,

E desejava mesmo sem perceber que o queria,


Num impulso, ergueu os pés apenas para voltar a baixá-los,

Queria apanhar o beijo no ar,

Sabia que nunca mais o teria,

Sentiria a falta dele em cada parte do seu corpo,

Porém, nunca mais confessaria,

Este dia, não iria se repetir agora ou depois.


quinta-feira, 26 de maio de 2022

Feito a Tarde de Outono

 


Chacoalhou os chinelos pela terceira vez,

Caminhava pelo caminho a arrastar os pés,

Não porque não gostasse de algo – contrário,

Gostava do barulho que passava uma impressão errada,


De não estar sozinha,

Porque de fato,

Quanto se ama não se pode dizer que está,

Ah, mas o amor da mesma forma que chega,


Some sem fazer perguntas ou dar respostas,

Nem se quer pensou nisso,

Quando se decidiu por amar sem medidas,

Se é que o coração consulta a alma quanto a isso,


Naquele caminho de pedras, flores e espinhos,

A tortuosidade da rua se assemelhava a ela,

Logo, semblantes tristonhos dizem tudo,

Mesmo que permanecesse em silêncio mórbido,


A palavra é inútil, quando vem sozinha aos lábios,

É preciso de um resultado,

Há instantes em que se poderia afirmar sem erro

Que corações conversam entre si mesmos,


O seu decidia tudo por si próprio,

Não admitia controversas,

Coitada dela que sofria calada,

Sua dor ou renúncia ele não ouviria,


Corações, mesmo distantes,

Olham-se e reconhecem,

O dele deve ter dito na hora aos seus ouvidos:

-Cilada, cai fora antes que seja tarde.


Mas, ainda assim ele teve atitude arriscada – o beijo,

Sim, beijou-a como se fizesse uma promessa,

E logo depois desapareceu por onde veio,

Sem deixar rastro ou vestígios,


Não fosse o amor que sentia,

Nem poderia dizer que teria vindo,

Todavia, naquela tarde que caia,

Seu coração lhe fez bruscamente um pergunta:


-Ela se recusou a responder,

Alegou ofensa e fez silêncio,

O mesmo que ele sempre fez ante sua recusa,

Apresentou-se a sua alma com simples atitudes,


Descalçou o chinelo que incomodava

E pôs-se a andar de pés descalços sobre as pedras,

Doía, - mais dói a alma- foi tudo que disse.

O coração descansa quando compreende bem,


Mas, o seu as vezes parecia esquecer de bater,

Do horizonte parecia vir a salvação, - o nada,

Vazio profundo e obscuro que se aproximava,

Ante a perda talvez fosse melhor o nunca ter tido,


Somente é o coração a rocha que se oculta,

Permanece a espreita a espera de novo encontro,

O amor que sente e guarda é torre segura,

Um tornozelo ferido, um passo em falso,


Mas doce e tolo amor – jamais abalado,

Sentia-se ferida, era como a tarde que fugia,

Inclinada para o chão já não podia ver mais nada,

Sensação de perda e dor e certa angústia,


Como uma alma que derrama-se estava prestes a perder-se,

Todo o propósito daquele que parte

É ser esquecido como se nada houvesse acontecido,

Ele embebeu os lábios em mentiras feito veneno,


E o derramou sobre o beijo que entregou,

Com a boca disse: a quero, mas no íntimo se recusou.


terça-feira, 24 de maio de 2022

Saudade

 


Naquele instante nada mais que seus devaneios

A sustentar os sonhos que tiveram juntos,

O devaneio não impede que o tempo passe,

E nem que o sonho retorne a cada instante,


A moça, cujos olhos buscavam ao longe,

Estava numa espécie de transe,

Que poder-se-ia dizer que não pertencia-se;

Nem a ela ou o local onde se encontrava,


Estava longe e distante,

Um vínculo de tudo que um dia houve,

A buscava para conduzi-la até ele,

Que sonho de amor seria este?


Que passa o tempo e com ele os instantes,

Mas o amor dentro dela não muda,

Por que ia o amor assim tão devagar?

Seus olhos indecisos de estar onde estava


Não se contentavam com nada do que viam,

Alguém a observa mas ela não nota,

O jovem que a busca com o olhar

E que parece realmente gostar dela a procura,


Mas ainda assim, ela não nota,

Naquele momento ela sentia mais que vivia,

Ou vivia justamente por sentir assim tão forte,

Os que sucumbem a saudade não saberiam dizer,


Desistem antes de qualquer coisa,

Franziu a sobrancelha, fechou os olhos imperturbável,

O amor que buscava já havia encontrado,

Dentro dela, e se agora não o via nem por isso desistia,


Começou sorrateiramente com um beijo no rosto,

Terminou recostado ao seu peito na mesma noite,

Agora, distante do olhar continuava em seu peito,

Doce amor que se afigura mas permanece distante,


Se o outro alguém lhe dirige a palavra,

Ela nem ou menos o ouve,

O amor quando encontra lugar dentro do coração,

Mesmo que se ausente ainda é capaz de fazer bem,


Nenhum nome abrigado a alma ou sua paixão,

Apenas ele e seu feitio encantador,

O lugar ao seu redor parecia triste e desalentador,

Naquele instante uma lágrima dela se derrama,


E repousa sobre a sua mão caída,

Seu devaneio passa o olhar por toda a parte,

Não se contenta e o chama;

Agora, sentia o coração abatido,


Mas ainda assim a salvo, de alguma forma,

Pois se fez do amor o seu refúgio,

Porque trataria de desistir justo agora?

Um devaneio ou lembrança forte a chama,


'Para sempre hei de habitar a tua tenda',

Diz ela a lembrança antes que se perda,

'Refugiar-me-ei no abrigo de suas asas,

Por favor, me conduza a quem não hei de esquecer nunca'.


segunda-feira, 23 de maio de 2022

Enfim, o fim

 


E, por tanto, fechei a cortina,

Não quis ver o desfecho da história,

Não tornaria a tocar no assunto,

E, quisesse Deus, nem vê-lo,


Por um instante, tudo fugiu do controle,

As juras afloraram a pele,

E foram rompidas antes de serem ditas,

Através de palavras explosivas e raivosas,


Que destruiriam qualquer coisa próxima,

Com isso, destruiu-nos, destroçou tudo que vivemos,

Confesso que não senti que ele se importou,

Do nosso fim, ele não se arrependia nem um pouco,


Pareceu apanhar cada jura de amor do ar,

E esmaga-la antes que eu as tivesse de volta,

Da mesma forma que se rasga um papel velho,

Como se todo o passado não significasse nada,


Fragmentou-se no emaranhado de choro e lamento,

Perdeu-se na névoa de dor que estava solta entre nós,

Minutos depois saiu batendo a porta,

Como se nunca tivesse desejado entrar,


Se negou a um abraço como se fosse minha vontade,

Não me consultou sobre nada, apenas saiu afora,

Acho que pensou que eu desapareceria na névoa de dor,

Mas não, apenas fechei a cortina e deixei a janela aberta,


Não pedi que a janela levasse a dor ou a fúria,

As palavras foram engolidas pelo soluço,

Os atos foram retidos por seus braços fortes,

Senti medo de me aproximar e de sua reação,


Apertei a cortina e deixei o choro correr solto,

Senti um aperto no peito mas não disse nada,

Tive medo de que tudo caísse em vão,

As lágrimas que banhavam a fúria dilacerada,


Feriam mais ainda a pele do que as palavras perdidas nela,

Toda a raiva esvaída contra um rosto que sofria,

E mesmo a dor não serviu para medida de diminuir os atos,

Rejeitei toda a dor e a fiz dispersar,


Não revidei tudo que ele me disse e nem revidaria,

Quando a fúria é intensa demais que sobra para falar?

Derramou sua raiva sobre o meu olhar,

Agora ela percorria meu rosto e roubava a minha alegria,


Senti que era tarde demais para restaurar qualquer coisa,

Melhor não lutar,

Sacudiste o meu peito e nele fez uma fenda,

Atirou-se lá e saiu para fora até não restar nada,


Dor e magoa consumiam o lugar,

Repara as brechas sobre a minha face,

As lágrimas prometem desmoronar até dilacerar a pele,

Abriu a porta com sua mão direita,


A mão onde um dia sonhamos uma aliança,

Que não veio e não estaria por vir,

Estava liberto aquele que tanto amei- não voltaria,

Lá fora, estaria melhor do que esteve comigo,


Amor fortificado também entra em ruínas,

Sonhos também desfalecem seus planos,

Não deixei espaço para que me avistasse lá de fora,

E então, decidisse voltar para nós dois,


Pois inútil é o socorro do homem,

Quando aquele que juramos amor, simplesmente, não o quer.


domingo, 22 de maio de 2022

O Fim

 


De repente, ele virou-se de costas e começou a se afastar,

Por um instante, ela o esperou se voltar,

Foi quando percebeu sua sombra sumir a sua frente,

Logo depois o prédio desapareceu com ele,


Parecia um aviso de que beijos não são eternos,

E que juras de amor no outono nem sempre alcançam o inverno,

Tudo o que havia imaginado para os dois até então,

Foi desaparecendo no descompasso do coração,


Conforme o coração se acalmava,

As coisas pareciam ser esquecidas – abandonadas,

Deixavam ambos, lembranças como rastros,

Amores que existiram não podem ser apagados,


Haviam conversas inacabadas e coisas silenciadas,

Mas, nesta altura: quem se importaria?

Talvez em algum tempo ela refletisse melhor

E quem sabe encontrasse algo que pudesse ter feito,


Mas, naquele instante gritou com toda a voz:

-Eu te odeio, e certificou-se de encher de ódio cada palavra,

Que este adeus se certificasse de que fosse único,

Engoliria sua partida e com ela seu orgulho,


Não procuraria um retorno – nunca,

Ergueu e abaixou o pé contra a calçada endurecida,

Teve sim vontade de lutar por ele não poderia negar,

Chutou o chão até sentir-se machucar,


Mas em seu olhar não havia nenhuma lágrima,

Ergueu os olhos para o horizonte com certo triunfo,

As lágrimas têm o dom de constranger mais que ajudar,

Folhas de outono caiam na calçada quente


E desfaleciam-se queimadas com o calor,

Por vezes, contatos que inflamam a pele

Não se bastam para manter dois corpos unidos,

Em vez de correr atrás dele, ou jogar-se na calçada,


Virou-se e pegou direção oposta,

Deu as costas para ele e para tudo que houve,

Tratou de não decorar a conversa que tiveram,

Queria esquecer ele e com ele cada instante,


Sentimentos nascem e morrem da mesma forma,

Silenciosos, sorrateiros e transgressores,

Embora não se admita há com eles sempre um tempo de luta,

Em que se reflete tudo que houve,


E ainda se espera um novo toque, uma nova chama,

Mas, este não, este sem dúvida seria diferente,

Por isso, prometeu a si mesma: esquecer simplesmente,

Pelas juras de suas bocas e os beijos entregues,


Não iria morrer, tudo menos isso,

Tentou engolir o orgulho e com ele o fim de tudo,

O gosto do beijo percorre a garganta e fica no peito,

Agora, em seco engoliria o adeus e pronto.


Pelo ato de ter-lhe dado as costas e ter partido,

Apenas por isso;

Que seu peito trate de consumir em esquecimento,

O peito que arfou por amor agora o fara de outro modo,


Que consuma cada instante até que não mais exista,

Então, saberei que vivi um amor mas não o perdi,

Apenas o troquei por um outro sentimento,

Lá no alto pairava o cair da tarde,


O sol partia arredio fugindo da cidade,

Parecia rosnar, eu não quis saber se ele sentia,

E se sentia se teria algo a dizer,

Me virei de costas e passei a andar com força,


Passos seguros e ritmados me levavam para longe,

Cronometrei em pensamento cada passo,

Temi uma recaída e não poder seguir por nada,

Pela manhã, nem um segundo mais que isso,


E tudo se perderia no passado,

O coração que ama é o mesmo que esquece,

O peito que faz um alguém de refúgio,

É o mesmo que diz adeus sem choro no rosto,


Pássaros sobrevoavam pareciam prever tempos difíceis,

Um bando cantava no alto uma música triste,

O peito que o abrigou em refúgio agora trataria de esquecer.


sábado, 21 de maio de 2022

Parabéns, Amigo!


Aniversário. Quantos anos faz?

Há quanto tempo nos brinda com sua presença?

Você me diz com um sorriso nos lábios,

Vou comemorar estou ficando mais velho,


Porém, que erro comete querido amigo,

Quem está a comemorar é meu abraço,

Pois, te tem a todo este tempo em meu abrigo,

E quando estes queridos lábios ficam felizes,


Quem está entre nós dois mais alegre?

Querido amigo, sua felicidade também é minha,

Me permita falar o quanto é grande hoje a minha alegria,

Não descrerá nem um pouco desta que voz fala,


Há você de fugir daqueles que discordem,

Bem sabes, te admiro a longa data,

E, muito falta para estes que a coloquem em xeque,

No segundo ou terceiro ano em que nos conhecemos,


Procuro por você e quase não o encontro,

Mas, agora amigo que há tanto nos conhecemos,

Sempre sei aonde estás, já que estás comigo,

Dizei-vos: posso anunciar algo maior que este aniversário?


É esta amiga que tenho e com quem posso contar,

“O aniversário: que dia triste sem ela ao meu lado,

Amizade. É o que existe de maior em minha vida,

E que destino tão lúcido e cheio de amor,

Ter pessoas verdadeiras comigo que possam me apoiar.”

#

Dobro a esquina, conheço o caminho,

Chego a escada, tenho a chave da casa,

Acolho-me e entro. Quase caio, sem fôlego.

É seu aniversário, quem de nós está mais alegre?


É você e eu também.

Grito bem alto, te vejo vir ao meu encontro,

Ando depressa, não o deixo andar sozinho,

Me jogo no seu abraço pois é tudo que quero,


O sinto acolhido em meus cabelos desalinhados,

Sua respiração quente e forte me inunda de força,

Sorrio e me sinto mais feliz que nunca,

Hoje é seu dia; é nosso dia: comemorar!


A semana ganhou significado especial,

As horas estão com cheirinho de bolo,

Os ponteiros quase nem querem passar,

Hoje sua voz não fala, ressoa feito música,


Aniversário. Que dia lindo – comemorar!

São igualmente felizes: o que nasceu e o que o espera,

Não avaliam Deus na sua medida,

Tal como Ele: forte e poderoso é esta alegria,


E Ele escolheu este caminho que fiz a pé até sua casa,

Como destino para que pudéssemos nos encontrar,

Ele ouve tudo e vê tudo,

Me trouxe aqui para mensageira,

Está feliz da mesma forma que nós estamos agora:  comemorar!


sexta-feira, 20 de maio de 2022

No Sabor do Beijo

 


Mesmo sem conseguir me sustentar em pé,

Eu me via ganhar forças ao invés de perder,

O beijo que me consumia por inteira,

Também devolvia algo de que eu não conhecia,


Estava a centímetros do alcance da sua boca,

Mas na ponta dos pés eu a tocava,

E ela era minha, então, senti-a com fúria,

Uma espécie de ardor que não reconhecia,


Medi cada distância que nos caracterizava,

Sua altura, seu jeito másculo, seu corpo,

Deti-me demoradamente no abraço,

Quis decorar cada espaço seu, cada vírgula,


Queria saber reconhece-lo onde quer que estivesse,

Não que eu me definisse “a controladora”,

Mas, eu não queria me perder em nenhum instante,

Quando se sente demais acho que é dessa forma,


Me impulsionava em direção ao seu corpo,

Não queria me separar em nenhum segundo,

No primeiro impasse que tive confessei que o amava,

Arquejei entre os espaços dos beijos e fiz a promessa,


Não disse o “para sempre”,

Apenas confessei “o amo”,

Na verdade eu não sei se pode me entender,

Naquele instante não houve negativa,


Meu sorriso desvanecia na ânsia por sua boca,

E eu gostava de ter a curva dos meus lábios preenchida,

A boca dele se encaixava de forma perfeita,

Eu me agarrei com todo exagero em suas formas,


Seu abraço tinha a força de um escudo,

Tudo o mais se perdia naquele espaço,

Ou encontrava um lugar, o meu lugar,

Sentia cada jura silenciosa que saia de sua boca,


Mesmo nos gemidos impronunciados,

Aqueles que se engole com o gosto do beijo,

Apenas para serenar a garganta seca pelo desejo,

Seus lábios eram feitos pétalas de flor serenada,


Macias e desnudas em cada beijo macio,

Amor balbuciado em estalidos quem os ouvirá?

Nossos corações se correspondiam e nada mais importava,

Nossas carícias riam da imperícia das mãos

Que percorriam a pele perdidas de tanta paixão,


Pousei a mão direita no seu peito- adormecida,

- Óh, doce amor, em ti está a minha força,

Querido anjo, em você vou aguardar,

Seu abrigo é meu mais alto refúgio,


Tão doce é este fiel amor que o fez marchar ao meu encontro,

Sugo o sabor dele em seus lábios,

E não se acaba, sempre há mais um pouco,

Que este sabor triunfe sobre o futuro

E que nada saia das nossas bocas que venha a ferir um ao outro...


Busca aos Peixes

Masharey acordou, Subiu na alta cadeira Feita de pneu usados, E cantou alto: - estou no terreiroooo! Em forma de canto. Após iss...