Mesmo sem conseguir me sustentar em pé,
Eu me via ganhar forças ao invés de perder,
O beijo que me consumia por inteira,
Também devolvia algo de que eu não conhecia,
Estava a centímetros do alcance da sua boca,
Mas na ponta dos pés eu a tocava,
E ela era minha, então, senti-a com fúria,
Uma espécie de ardor que não reconhecia,
Medi cada distância que nos caracterizava,
Sua altura, seu jeito másculo, seu corpo,
Deti-me demoradamente no abraço,
Quis decorar cada espaço seu, cada vírgula,
Queria saber reconhece-lo onde quer que estivesse,
Não que eu me definisse “a controladora”,
Mas, eu não queria me perder em nenhum instante,
Quando se sente demais acho que é dessa forma,
Me impulsionava em direção ao seu corpo,
Não queria me separar em nenhum segundo,
No primeiro impasse que tive confessei que o amava,
Arquejei entre os espaços dos beijos e fiz a promessa,
Não disse o “para sempre”,
Apenas confessei “o amo”,
Na verdade eu não sei se pode me entender,
Naquele instante não houve negativa,
Meu sorriso desvanecia na ânsia por sua boca,
E eu gostava de ter a curva dos meus lábios preenchida,
A boca dele se encaixava de forma perfeita,
Eu me agarrei com todo exagero em suas formas,
Seu abraço tinha a força de um escudo,
Tudo o mais se perdia naquele espaço,
Ou encontrava um lugar, o meu lugar,
Sentia cada jura silenciosa que saia de sua boca,
Mesmo nos gemidos impronunciados,
Aqueles que se engole com o gosto do beijo,
Apenas para serenar a garganta seca pelo desejo,
Seus lábios eram feitos pétalas de flor serenada,
Macias e desnudas em cada beijo macio,
Amor balbuciado em estalidos quem os ouvirá?
Nossos corações se correspondiam e nada mais importava,
Nossas carícias riam da imperícia das mãos
Que percorriam a pele perdidas de tanta paixão,
Pousei a mão direita no seu peito- adormecida,
- Óh, doce amor, em ti está a minha força,
Querido anjo, em você vou aguardar,
Seu abrigo é meu mais alto refúgio,
Tão doce é este fiel amor que o fez marchar ao meu encontro,
Sugo o sabor dele em seus lábios,
E não se acaba, sempre há mais um pouco,
Que este sabor triunfe sobre o futuro
E que nada saia das nossas bocas que venha a ferir um ao
outro...
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