terça-feira, 24 de maio de 2022

Saudade

 


Naquele instante nada mais que seus devaneios

A sustentar os sonhos que tiveram juntos,

O devaneio não impede que o tempo passe,

E nem que o sonho retorne a cada instante,


A moça, cujos olhos buscavam ao longe,

Estava numa espécie de transe,

Que poder-se-ia dizer que não pertencia-se;

Nem a ela ou o local onde se encontrava,


Estava longe e distante,

Um vínculo de tudo que um dia houve,

A buscava para conduzi-la até ele,

Que sonho de amor seria este?


Que passa o tempo e com ele os instantes,

Mas o amor dentro dela não muda,

Por que ia o amor assim tão devagar?

Seus olhos indecisos de estar onde estava


Não se contentavam com nada do que viam,

Alguém a observa mas ela não nota,

O jovem que a busca com o olhar

E que parece realmente gostar dela a procura,


Mas ainda assim, ela não nota,

Naquele momento ela sentia mais que vivia,

Ou vivia justamente por sentir assim tão forte,

Os que sucumbem a saudade não saberiam dizer,


Desistem antes de qualquer coisa,

Franziu a sobrancelha, fechou os olhos imperturbável,

O amor que buscava já havia encontrado,

Dentro dela, e se agora não o via nem por isso desistia,


Começou sorrateiramente com um beijo no rosto,

Terminou recostado ao seu peito na mesma noite,

Agora, distante do olhar continuava em seu peito,

Doce amor que se afigura mas permanece distante,


Se o outro alguém lhe dirige a palavra,

Ela nem ou menos o ouve,

O amor quando encontra lugar dentro do coração,

Mesmo que se ausente ainda é capaz de fazer bem,


Nenhum nome abrigado a alma ou sua paixão,

Apenas ele e seu feitio encantador,

O lugar ao seu redor parecia triste e desalentador,

Naquele instante uma lágrima dela se derrama,


E repousa sobre a sua mão caída,

Seu devaneio passa o olhar por toda a parte,

Não se contenta e o chama;

Agora, sentia o coração abatido,


Mas ainda assim a salvo, de alguma forma,

Pois se fez do amor o seu refúgio,

Porque trataria de desistir justo agora?

Um devaneio ou lembrança forte a chama,


'Para sempre hei de habitar a tua tenda',

Diz ela a lembrança antes que se perda,

'Refugiar-me-ei no abrigo de suas asas,

Por favor, me conduza a quem não hei de esquecer nunca'.


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