Quem é o Senhor?
Ele gritou em alta voz,
Sem conseguir conter as lágrimas,
Que chamavam mais uma vez por ela,
Se o tempo passa e as coisas mudam,
Por que ainda era incapaz de esquecer?
É assim o amor quando toca a alma,
Chega e se acomoda sem chances de outra coisa?
Por Deus, que o amor quando machuca,
Prefere-se mil vezes outra o adeus,
Desonrado seja o nome do que rouba,
O pior é aquele que recusa-se a amar,
Chega, aproveita-se e conquista,
Cai em terra a que ama,
Fica aquele que sofre por sua ausência,
Ai de mim que sou apenas um pobre,
Servo deste coração que sofre,
De que vale tudo o mais quando se está sozinho?
Nada consegue ser pior que este destino,
Não, não pense que falo mal do que vivemos,
Se é que ainda consegue me ouvir,
Por favor, lhe peço não pense isso,
A amo e deste amor nunca irei me arrepender,
Mas, apenas lhe indago,
Quanto a este coração que chora o que posso fazer?
Maldito traidor é este que não ama,
Um dia há de chegar uma que o amaldiçoará,
Triste dor amar aquela que partiu para sempre,
Impuros são agora os meus olhos,
Olhar por aí a procura e só pensam em a encontrar,
Insatisfeita, fez deste doce amor algo impurificado,
Eu errei, sei que sim em algum ponto,
Ela caminhar altivo olhar desdenhoso,
Não me quis por inteiro,
Não aceitou tudo que tínhamos um com o outro,
Foi fácil tirá-la de mim, eu assumo isso,
O sorriso dele, ah se lembro,
Parecia uma espada, olhar afiado, rosto desenhado,
O corpo dele estava armado,
Municiado para o que ela queria,
E eu que pensei que fosse apenas pelo momento,
Mas não, foi o bastante para convencê-la a partir,
Não me subjugo, não é nada disso,
A amei por inteiro, mas ela desejou assim...
Duas filhas tem a língua afiada,
Uma fere e a outra foge,
Quando se precisa vê-se estar sozinha,
Um dia, não tão tarde ela verá isso,
Que sim, sonhei com ela,
E que a amei e a levo em minha vida,
Gritam as línguas: dê, dê, dê, dê,
Mas, e quando você foi confrontada pela mentira?
A outra que a defenderia não soube o que dizer...
Sim, desde antes eu sabia,
Não, me desculpe não fiz nada para conter,
E se agora agonizo e grito minha dor,
Não me espanto por você não ter nada a dizer,
Há um coração aqui e ele está insatisfeito,
A sua traição grita em confronto,
É o bastante.
Espero que um dia eu possa entender o que houve,
Este amor possuiu ventre estéril,
Foi incapaz de germinar todos os sonhos,
Houve um fogo aterrador sobre solo fértil,
Mas, entenda foi o bastante,
Já não lhe busco para perto,
Sim, não ouso dizer: não a quero,
Mas, saiba não sou como você,
Eu posso resistir e ser mais forte,
Aliás, querida, gostaria que soubesse,
Para ser feliz ao seu lado não fiz esforço,
Meu esforço baseia-se no entender...
Não, eu também não tentei trair você,
Fui diferente aliás somos diferentes um do outro,
Desejo sua felicidade,
Porém, saiba que ele bebe do seu remédio.
Sim, o seu outro,
Este com quem você deveria estar nesta hora,
Como eu disse, me desculpe,
Ele dá um passo a frente pensa em conta-la mas desisti,
“Existem amores que se merecem”.