terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Conversa de café

Sentados,
Garoto e garota,
Ele retira do bolso
Um bloco de notas
E lê em silêncio a anotação.
“ Bem e feliz”.

- perdoe-me a memória,
Mas costumo ter um roteiro
Comigo de como
Proceder em conversas,
Sou inteiro negócios
E minha cabeça não trabalha
Com garotas.

Ele a diz,
Enquanto lê a primeira anotação.
Retira os olhos do bloco
De notas,
Baixa-o sobre a mesa,
A olha e indaga:
- você se considera bem e feliz?

Ela sorri,
Ergue os braços altiva,
Esquiva-se levemente na cadeira.
- sim, me sinto bem.
Estou feliz por sua companhia.
Responde com voz polida.
- ok.

Ele responde.
Ergue o bloco e lê.
“solteira e local de trabalho”.
Enquanto desce o bloco
Sobre a mesa por entre seus dedos
Ele indaga:
- você é solteira?

Ele meneia em afirmativa,
- você trabalha?
Ela respondeu que trabalha
No café
Onde ele está sentado.
Ele sorri.
Retorna ao bloco.
“filhos e família”.

- você tem filhos?
Indaga já sem baixar o bloco.
O mantém na altura do seu ombro.
Olha no fundo dos olhos dela.
- não, não tenho.
Ela responde mantendo o olhar.

- me fale sobre sua família.
Ela fala com voz suave e terna.
Ele dobra o bloco
Guarda no bolso
E a convida para passear
De carro e conhecer a cidade.

Ela repara que ele esqueceu
De pedir se ela a conhecia,
Mas não comenta.
Fecha o guardanapo de sobre a mesa,
E o segue até o carro.

Sorvete de Casquinha

A garota chacoalhou
O cabelo para o alto,
Esvoaçando ao vento,
A garota jogou seu cheiro
Para o garoto.

A garota jogou seu olhar
Para o garoto.
A garota jogou seu tempo
Para o garoto.

Mas como estás são coisas
Que não se jogam,
O garoto ficou pensativo,
E entrou tomar sorvete ao lado.
O garoto não convidou a garota.

O garoto escolher sorvete de abacate
Ao leite.
O sorvete do garoto
Derreteu em seus lábios.
A garota encontrou
Vontade de tomar sorvete,
Sem convite,
Conveniência ou vontade
De fazer coisa oposta
Que olhar para o garoto.

O garoto derrubou sorvete
Na camiseta,
O sorvete escorreu até
A mão do garoto.
O sorvete escorreu sobre a mesa.
A garota não sentou-se.

A garota olhou o garoto
Mais um pouco.
Ela tão pequena e frágil,
Facilmente confundida
Com a moça recém retirada
Do lago raso e límpido,
Que mal molhou seu vestido,
Mas foi suficiente para afoga-la
Até a morte.

Agora a moça era levada
Nós braços de um homem forte,
A garota sentiu-se fraca,
Igual a moça morta.
O garoto parecia estar quente,
Seguro de si mesmo.

A casquinha do sorvete
Quebrou na mão do garoto.
O sorvete caiu
Nada dele podia ser aproveitado,
O garoto passou os dedos
Sobre a mesa,
E sugou o sorvete
Através de seus dedos.

A garota comprou um sorvete maior
E saiu para o sol.
O garoto ficou com os dedos
Lambuzados.
O garoto não limpou
Os dedos no guardanapo.

O guardanapo do sorvete
Da garota
Grudou em seu sorvete,
A garota o comeu sem perceber,
O sorvete está muito frio
E a fez estremecer.
A garota chacoalhou os cabelos,
E olhou em direção ao garoto.

Formigas na Chácara- O Ataque

Aconteceu evento triste na chácara.
Mohmurah andava tranquilo,
Filho de Pitel
Com meses de idade,
Comemorava seu mezinho.

Evento em que foi colher mamão,
Levou os irmãos,
Efruh, a mamãe foi a frente,
Com suas asas compridas voou,
E disse:
- me espera.
Já volto.

O menino, contudo,
Não ouviu,
Fez o primeiro passinho,
Comprido e seguro,
Chacoalhou suas asinhas,
No entanto,
Ele ainda não empenou por completo,
Ou seja,
Não possui penas,
Apenas possui penugem,
Uma espécie de pelos que antecedem
As penas que estão se formando.

Ele não sabia
Que por isso,
Ele não saberia voar,
As asinhas ficam insuficientes
Para mantê-lo,
Até mesmo para eleva-lo,
Então, ele caiu na vala.

Pow,
Caiu de peito no chão,
E pior,
Alguns irmãozinhos
Caíram junto com ele,
E pior,
A vala foi aberta por formigas cortadeiras,
Estás formigas mordem e cortam,
E suas mordidas doem muito,
Elas chegam a levar a morte
De bebês pequenos como o Mohmurah,
E seus irmãos.

Pitel, ao longe gritou,
Efruh olhou para trás,
Se desesperou,
Gritou e o restante das crianças
Ouviram
E por isso, não caíram.

Houve muita gritaria,
Bater de asas,
E rolar na grama,
Os meninos estendam
Suas asinhas frágeis
Para os irmãos,
Os irmãos não alcançavam,
Não podiam sair
E as formigas se aproximavam.

Era um bando,
Milhares de formigas,
O chão estava coberto por elas,
Mas Pitel foi valente,
Voou e voou rapidamente,
Chegou até a beira da vala,
Voou enlouquecido
Dentro dela
E retirou os meninos,
Efruh também ajudou.

Bruce do lado
Bateu suas patinhas
E pulou feliz,
Estavam todos, enfim, salvos.

Bruce correu,
Pegou o inseticida
E jogou em cada parte da vala,
Puxou pedras e cobriu ela,
Não deixou formiga alguma
Ferir os meninos da chácara.

domingo, 22 de dezembro de 2024

Obrigada Allah

Há este distanciamento
Em nosso pensamento:
- eu não preciso de outro mundo,
Outro universo
Ou paraíso.

Aqui eu sou esposa do rei
Não haverá melhor que isso.
No mais,
Me distancio.

Como Allah encaminhou
Rahat no meu caminho,
Eu não sei dizer,
Por anos fui sua serva,
Vaso ao seu dispor.

Me entreguei as suas ideias
E não tive outro pensamento.
Eu não saberia agradecer,
Imagino que chegue
Ao seu conhecimento
O quanto o agradeço,
O amo,
E o quero bem.

Mas estar com Rahat
É o melhor mundo.
Mesmo que tudo me dê medo,
Tentei me causar engano,
Me promova ao erro.

Sou completa por ter Rahat.
Ele é o grande rei.
Eu amo estar aqui com ele
Não.
Não preciso de outro mundo.

Outras promessas,
Felicidades maior.
Nós temos nossos filhos,
Nossos lindos sobrinhos,
Irmãos, pais, família.

Distanciados um pouco,
Unidos no que podemos,
Não precisamos de paraíso,
Somos completos por aqui mesmo.

Agradecemos a Allah
Por ter nos colocado juntos,
Somos felizes um com o outro,
Obrigada Allah,
Lhe somos devotos,
Devotos satisfeitos
No que temos
E construímos.

Feliz Aniversário

Hoje o dia amanheceu azul,
Com nuvens esparsas,
Dia 22 de dezembro,
Feliz aniversário.
Completa, hoje, 04 anos.

Eu nunca saberia expressar
O quanto o amo.
Olho para trás
E lembro você frágil
Dependente dos meus carinhos,
Era no meu colo,
Um menino,
Agora, garoto bem cuidado
E forte.

Corre pelo gramado,
Fiscaliza meu trabalho,
Eu digo:
Cuida dele papai,
É descuidado o garoto.

Mas ele é todo carinho,
Cheio de cuidados e mimos,
Tem nele o maior dos amores,
Dorme feito um anjinho.

Tão novinho,
É capaz de escolher
Suas atitudes,
Gostar de bolos,
E desprezar outros doces.

Seu sorriso
É a luz do meu caminho,
Eu sou capaz de tudo por você,
Até mesmo comer seu bolo
E fingir que é escondido,
Fazer a comida que você gosta,
Te cuidar com o melhor carinho.

Dorme ao meu lado
Amado menino,
Eu gosto de abrir os olhos
E ter você
Por primeiro pensamento,
Meu maior compromisso,
Amado carinho.

Adoro levá-lo pro banho,
Lhe entregar todos os beijinhos,
Estar sempre do seu lado,
Sentir no meu corpo seu cheirinho,
Nosso menino,
Amado filho.

Nós te amamos.
São quatro aninhos,
Que venham outros infinitos.
Te amo.
Te amamos.
Há cumplicidade,
Afinidade,
Dependência,
Não vivemos sem você.

Eu e seu pai.
Anjo da mamãe.
Vida do papai.
Cute cute das crianças,
Dos tios e avozinhos.
Feliz aniversário amado menino.

Corações Prometidos

Corações que se prometem,
Olhares distantes,
Mas corações não sabem esquecer,
Mesmo que olhos não possam ver.

- eu não respondo por meus instintos,
Sou um assassino.
O menino fala,
Como se estivesse de faca em punho,
Sangue entre os dedos,
Porém, na verdade não havia nada
Além de um segredo a revelar-se.

- você se acha capaz
De cometer atos de crueldade?
Indaga o amigo
Que andava ao seu lado.

- não.
Eu o vi violentar minha irmã.
Ele bateu nela,
Com força, maldade e raiva.
O menino olhava distante
Como se tudo ainda acontecesse.
- entendo que a dor de uma irmã
Fere a todos que se compadecem.
O homem falou sem maldade
Ou tom de censura.

- ela nunca reclamou,
Nunca foi capaz de lhe proferir
Palavra de mal gosto.
Calou-se em sua dor,
Na dor que não fui capaz de suportar.
O menino embora jovem
Não foi capaz de chorar,
Estava consciente
E convicto do que foi capaz.

Obrigado a reagir,
Se proteger de pessoa violenta.
Reconhecer sofrimento alheio,
Se sensibilizar por sua amada irmã.
- eu sinto medo.
Muito medo.
A menina gritou e correu
Se aconchegar a amiga mais velha.

- sinto medo pela forma
Como ele me segue,
Me reprime com seu olhar,
Me corrige e dirige.
Ela disse abraçada a mulher.

Escondida entre seus cabelos,
Sôfrega ao seu ouvido.
- confie em mim,
Irei lhe fazer o melhor,
Posso cuidar de você,
Te guiar até onde for.

Ocorre, que a mulher
Era experiente,
A menina não sabia se conter,
Ela soube manuseá-la,
Provocar ciúmes,
Corromper sua inocência.

Corações prometidos,
Amores distantes.
Ele sentiu sua dor,
Provou do seu medo,
Mas não se satisfez
Com o que a outra mulher
Provocou e fez.

Pediu ao amigo:
-cuida daquela que amo,
Enquanto eu não possa estar perto.

A mulher mais velha não gostou.
Gerou desprezo,
Organizou rancor.

O amigo foi esfaqueado
Frente a frente,
Olhos nos olhos.

- eu sou homem
Mas não sou um fraco.
A outra era mulher
Mas seus sentimentos
Eram lascivos,
Não fui eu quem invadiu o quarto,
Ou fui chamado por amigo...

O homem respondeu
Antes de cair na terra fresca,
Comer pó
E sentir profunda dor.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Ninguém merece

Dez coisas que ninguém merece,
Uma pessoa vigiar você,
Controlar sua vida,
Antecipar seus movimentos.

Ninguém merece ser estuprada,
Sentir o peso de um homem
Contra as suas costas,
O vigor de um estúpido
Contra sua vagina.

Ninguém merece um tapa na cara,
Uma facada de espreita,
Querer se defender
E perceber que ao te bater
Roubaram suas palavras
E policiaram suas atitudes.

Ninguém merece homem
Que jura amor
Para retirar sua virtude.
Violência doméstica,
Ninguém merece
Pessoas que se aproveitam
De sua confiança
Para ferir seu corpo,
Desferir golpes
Dos quais você não teria escapatória.

Ninguém merece ter que numerar
Coisas que ninguém merece,
Se a ninguém é merecido,
Por quê há quem faz?
Ninguém merece ter conhecimento
De estupro,
Antes disto,
Teria que não ter existido.

Dá nojo,
Enoja demais
Saber que um alguém
Próximo a você
Foi capaz de estuprar.
Você sente medo de se tornar vítima.

Ninguém merece mãe
Que não se esmera,
Não faz comida,
Não dá carinho.
Mãe que bate.
É mãe covarde.
Mãe que faz passar frio.

É bandida.
Ninguém merece violência psicológica,
Ter seu cérebro lesado,
Sentir dor
Em seu íntimo.
Ninguém merece sofrimento.

Fome.
Frio.
Não ter teto.
Não ter trabalho.
Sofrer represálias.

Eu gostaria de buscar
Um mundo
Em que coisas que ninguém merece
Não fossem efetuadas,
Enaltecidas,
Vangloriadas.

Caso: Assassinato da Balconista

Aos vinte e cinco anos Não se espera a chuva fria De julho Quando se sai para o trabalho, Na calada da noite, Até altas mad...