A garota chacoalhou
O cabelo para o alto,
Esvoaçando ao vento,
A garota jogou seu cheiro
Para o garoto.
A garota jogou seu olhar
Para o garoto.
A garota jogou seu tempo
Para o garoto.
Mas como estás são coisas
Que não se jogam,
O garoto ficou pensativo,
E entrou tomar sorvete ao lado.
O garoto não convidou a garota.
O garoto escolher sorvete de abacate
Ao leite.
O sorvete do garoto
Derreteu em seus lábios.
A garota encontrou
Vontade de tomar sorvete,
Sem convite,
Conveniência ou vontade
De fazer coisa oposta
Que olhar para o garoto.
O garoto derrubou sorvete
Na camiseta,
O sorvete escorreu até
A mão do garoto.
O sorvete escorreu sobre a mesa.
A garota não sentou-se.
A garota olhou o garoto
Mais um pouco.
Ela tão pequena e frágil,
Facilmente confundida
Com a moça recém retirada
Do lago raso e límpido,
Que mal molhou seu vestido,
Mas foi suficiente para afoga-la
Até a morte.
Agora a moça era levada
Nós braços de um homem forte,
A garota sentiu-se fraca,
Igual a moça morta.
O garoto parecia estar quente,
Seguro de si mesmo.
A casquinha do sorvete
Quebrou na mão do garoto.
O sorvete caiu
Nada dele podia ser aproveitado,
O garoto passou os dedos
Sobre a mesa,
E sugou o sorvete
Através de seus dedos.
A garota comprou um sorvete maior
E saiu para o sol.
O garoto ficou com os dedos
Lambuzados.
O garoto não limpou
Os dedos no guardanapo.
O guardanapo do sorvete
Da garota
Grudou em seu sorvete,
A garota o comeu sem perceber,
O sorvete está muito frio
E a fez estremecer.
A garota chacoalhou os cabelos,
E olhou em direção ao garoto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário