quinta-feira, 20 de abril de 2023

Amor, Levanta-se

Levanta-se querido amor,

Acorda e veja o sol amanhecer comigo,

Te admiro ao meu lado,

Mas neste instante tudo que mais quero é vê-lo acordado,


Todavia, me doa tê-lo em meu braço,

Eu amo cada instante em que o tenho,

Meu amor, acorda-se e venha comigo,

Como adoro contemplar o seu sorriso,


O brilho em seus olhos,

O jeito como você vê o seu redor,

Em você tudo é mais lindo,

Confesso que do dia o que mais adoro


É contemplar o todo sob o seu reflexo,

Essa paz que você irradia,

A forma como deixa tudo mais belo,

A sua voz rouca e macia,


Você sabe me encanta e conquista,

O inverno passou,

Levanta-se comigo e veja,

A neve derrete e as folhas brotam,


Até a chuva se vai lá adiante,

Resta este calor que você emana,

E nele, o mais lindo dia lá fora,

Chegou o tempo de amar,


Acorda, meu amor, levanta-se e vem,

Mesmo estando apenas a horas dormindo,

Eu já não suporto mais ficar sem seu beijo,

Venha, meu amor, venha comigo,


Preciso do seu abraço,

Muito mais que o soprar da vida,

Há uma pomba na janela e ela mostra o rosto,

Parece colher alimento ali mesmo,


Nem a fome ou a sede aplacam o que sinto,

Por favor, meu amor, levanta-se,

Bem sabes o quanto lhe preciso,

Você é tão meu, doce amor,


E eu sou tão sua,

Preciso do seu sorriso,

Por favor, me sorria agora,

Lá fora, colhem-se lírios,


Volta-se meu amor e venha contemplar,

Que a noite nos veja em nosso leito,

Não o dia, meu amor, por favor,

Vamos nos levantar e percorrer a casa,


Após isso vamos juntos passar um tempo lá fora,

Busco-o tanto porque sabes que meu coração o ama,

Vamos, meu querido e levanta,

Vem comigo,


Preciso de você justo agora,

Em que seu rosto ressona um sonho tão lindo,

Um sorriso parece brilhar longe de mim agora,

Porém, o preciso mais que os sonhos,


Meu amor, me perdoa e levanta-se comigo.

Eu o procuro por tudo que olho,

Não seja injusto se o tenho comigo,

-Vocês veem aquele a quem meu coração ama?


Grito, sem pudor amparada a janela,

É certo que o veem mesmo quando dorme,

É tão perfeito que não se deixa de contemplar,

Nem amar,


Ficar sem o tê-lo por segundos que for,

Eu não consigo,

Vem e levanta-se meu amor,

Bem sabes o quanto lhe preciso!


(Ele vira-se de costas sobre o cobertor,

Retira o bumbum para fora e peida)

-Se aquiete, meu amor, sei sim o quanto me ama,

Você gritou isto a noite toda aos meus ouvidos.


Ela ri e se debruça,

-Oh querido, que o amo, é certo que amo,

Mas as juras de ontem foram para o seu amigo!


 

terça-feira, 18 de abril de 2023

Você e os Pássaros

 


Como é bela a sua face entre as flores,

Principalmente o lado rosado em que

A rosa se recosta e parece abrir-se,

E o pescoço onde repousa a borboleta,


Parece mais um convite,

Um lugar onde desejo permanecer,

Me vejo aproximar-se até ele,

Aconchegar-me ao seu peito,


Roçar meus dedos por entre a grama,

Sentir cada coisa ao redor,

Deixo minha perna estender-se até onde alcança,

A outra eu coloco sobre a dele,


Dobro meu pé até abraça-lo nele,

Brinco com meus dedos por sua perna,

Viro-me o máximo que posso ao seu lado,

Quase de costas para ele,


Vejo que o mais para de existir,

Então, retorno bem depressa e fico.

-Farei para você as mais belas plantas!

Enquanto você aprecia as flores,


Os frutos surgem para adoçar sua boca,

Então, eu quero estar por entre elas,

E poder provar apenas um pouco do seu beijo,

Você é tão amado por mim quanto um pássaro,


Eu vejo ele voar, cuido dele,

E ele tem penas...

As vezes, ele retorna,

Outras vezes se demora,


Mas, quanto as penas eu não entendo.

Eu sempre penso que os pássaros gostam de estar comigo.

Se eu sinto frio eu gosto do seu abraço,

Se está calor eu ainda assim o prefiro,


Bem, queria me abrigar sob suas asas.

Contudo, penso que é estranho o quanto falo de abrigo,

Não penso que seja eu a estar em perigo,

Acha que estou projetando você?


Perigo parece uma palavra distante

Mesmo aqui sob esta árvore,

Mesmo se chove forte,

Ou faça ventos ou até mesmo raios...


No entanto, parece que as vezes está perto.

Há preparo para isto que eu digo,

Sabendo que o que digo não é o que é?

Você meu amado é mais que um ramalhete de flores,


Como você é lindo, meu querido, ah como é lindo!

Seus olhos são atentos e preguiçosos,

Repousam sobre mim e ficam,

Então, eu tropeço nas palavras,


Acho até que você gosta de me ver assim,

Indefesa e disposta nos seus braços,

No seu abrigo.

Você pensa nesta palavra: proteção?


Eu encontro isso em seu abraço,

Mesmo que não tenha antes sentido medo...

Verdejante é o leito em que estamos,

Azul o céu que lhe permito,

Mas, se tivermos uma casa a prefiro com telhado.


domingo, 16 de abril de 2023

Se Me Permitisse

 

Ah, se ele me beijasse,

Se me segurasse em seus braços,

E neste instante colocasse toda a sua força,

Se sussurrasse ao meu ouvido – para sempre,


Me prendesse ao seu pescoço,

E não usasse as suas lágrimas,

Que não falasse de saudade,

Dor,


Ou outra coisa,

Apenas me mantivesse,

E que assim eu ficasse,

Não por pouco tempo,


Pelo bastante.

Mas que este tempo nunca excedesse,

Suas carícias são mais macias que vinho,

Percorrem o corpo como seus beijos tocam a garganta,


Suave e frescas.

Que seus braços não se movessem,

Mesmo que houvessem mil beijos,

Que suas mãos nunca se afastassem,


Mesmo que nisto tudo eu não resistisse,

Caísse em lágrimas,

A um fio do desespero,

Que ainda assim permanecesse.


A fragrância do seu perfume é sempre doce,

Masculina, tocante e permeável,

Fica sempre dentro das minhas narinas,

Sinto que, as vezes, não saberia respirar sem ela...


Seria estranho se dissesse que a procuro,

Mas, você entenderia bem se ouvisse,

Em nenhum outro é como em você.

O seu nome é feito um líquido embriagante derramado,


Sente-se o cheiro e estonteia-se,

Não é como o resistir,

Quero-o sussurrado sobre o meu corpo,

Me desculpe, se sempre o indago:


-Bem, quem é você?

Em seus lábios tudo cai bem,

Mas, quanto ao seu nome... bem.

Ele também.


Não é que eu prefira que você não diga o meu,

Mas, agora... nesta hora,

Sinceramente, preferiria o seu.

Me percorrendo, me corroendo, me tomando...


Não é atoa que eu o amo!

-Leve-me com você.

Me vejo dizer, sem mais ou menos.

Vamos, aja depressa,


Gostaria de ir com você.

Este ficar a sua espera já não me interessa.

Leve-me para o rei dos meus sonhos,

Oh, agora só gostaria de estar em seus aposentos.


-Leve-me, você sabe que seria boa companhia,

O fica comigo, por favor, meu amor,

Este não me interessa,

Apenas pegue-me e me leve para onde for.


Sou alegre e feliz por estar com você,

Celebro o seu amor no gosto do vinho,

Mas não é como o seu beijo,

Apenas serve para recordar e envolver,


Me permita o seu abraço por um outro instante,

Ah, se me beijasse,

Se me abraçasse,

Ah, se quisesse chegar e ficar...

Ou se ao menos, me permitisse...

domingo, 9 de abril de 2023

Ah, se Ele me Beijasse


Quando o coração treme no peito,

Não é tanto o amor que se curva,

Mas, a tal espécie de medo,

Porque medo existe de diversas formas,


E há sempre alguma que quer silenciar-se,

Se afugentar do estrago que fez,

Ser afastado por novo sentimento,

Um rosto, uma mão estendida, um abraço,


Desperta-se de algum encanto,

E busca-se ao encontrar o outro,

Param-se alguns medos não por serem poucos,

Mas porque há sempre algo mais forte,


Contudo, o coração mostra-se fraco,

Tremulam-se os passos,

Porém, os que veem através de janelas

Enxergam com embaraço,


Os que oscilam de olhos fechados,

Estes estão pior não veem nada,

No entanto, acreditam e isto basta,

Quando as portas das ruas são fechadas,


Você já sabe em qual altura se encontra,

Nisto, está intrudida a mágoa,

O medo que foi abandonado,

Não tem nisto nova força,


Então, o olhar se vai para o que é mais profundo,

Sim, lembre-se dele,

Antes que se rompa o olhar em prata,

Do choro que o coração por dentro pranteia,


O medo se despedaça rente a fonte,

Seu poderia atrativo se afoga junto ao posso,

Como o pó que volta a terra de onde veio,

Tudo tem um sentido,


Um sentido.

Que possa seguir-se e pronto,

Não importa o mesmo entusiasmo,

O medo que toca já não é o mesmo,


Nem seu lado é o mais fraco,

Agora nada faz sentido

E tudo faz sentido.

A conclusão de tudo isso?


Procuro nisto tudo as palavras certas,

As vezes, mantenho os olhos fechados,

Mesmo enquanto caminho,

Não importa se o sol fere o rosto,


Se alguém se atreve a cuspir em minha direção,

Sigo com a certeza de que sinto,

De que sei de forma segura a direção,

Nem todos os passos em falso levam ao erro,


Há aqueles que sabem para onde vão,

O que escrevo é reto e verdadeiro,

O caminho que deixo para trás também é,

Não sinto medo de andar para frente,


Muito menos de cada passo que deixo,

Se algum dia e quando o for,

Olhar-se para trás irão me ver,

Nisto, sinto ainda menos o medo,


A coleção de passos caminhados estão fincados,

Intrincados ao chão por onde piso,

Não busco desculpas para tudo que foi feito,

Eu sei quais são as respostas,


Conheço bem o que busco.

Meus olhos fechados não são tanto como os abertos,

Mas eu tenho um fraco:

-Amar e... cuidado filho,


Nada acrescente a ele...

Ao medo que foi deixado,

Não retorne nele...

Mas, se ele me cobrisse de beijos...

Ah, se ele me beijasse!

Contenho no peito o suspiro,

Não consigo esconder o rubor da face.


 

sábado, 8 de abril de 2023

Engano

 


Depois de muitos dias – o reencontro,

Reparte-se seus beijos aos setes,

Torce para resistir ao encanto,

Não mais que um beijo à face,


Sem o rubor da saudade,

Ou mesmo o desejo incontrolável,

Mas não, não é disso tão diferente.

No fundo, no fundo quer-se ia que fosse,


Engana-se. Engana-se.

No fundo, talvez,

Não seja o amor mais que engano.

Até mesmo com oito,


Passa por ele as corridas,

Um outro beijo, um outro beijo,

Talvez oito...

Não há medo de que tudo caia por terra,


Nem de perde-lo de vista outra vez,

Não tem mais que um pulsar desatinado,

Vê-se que a saudade fez seu estrago,

E foi para longe bem longe.


Será que ao passar por ele e estar distante,

Lá bastante adiante,

Irá olhar-se para trás e querer retornar até este ponto?

Revê-lo, Vê-lo e Revê-lo.


Será o amor apenas um engano?

Quando as nuvens estão cheias de água,

Despencam-se,

Nem mesmo tão alto são capazes de conterem-se,


Mas, não parece ser assim com o amor,

O amor é contido, retraído e por vezes – esquece.

Onde a nuvem cai ela fica,

Neste ponto ela é diferente.


Ele parte ao sul eu para o norte,

Este pode ser nosso último olhar,

E não terá passado de relance,

Para-se, respira-se – o desejo de voltar,


Um olhar para o alto e um... adiante.

Quem fica a esperar pelas nuvens não planta,

O que as esquece corre o risco de perder...

Assim como você não conhece o pensamento do outro,


Também não sabe o que ele sente.

Confia-se em não demonstrar,

Não entregar toda a saudade...

Confia-se e confia mais ainda nele.


E ele?

O amor é agradável,

É bom sempre voltar a vê-lo,

É mais difícil quando ele possui uma face,


Impalpável quando está distante embora perto.

O amor é um engano.

Chega e pode destruir sua vida.

Mas, antes de chegar você não sabia que estava construída...


O amor não passa disso – um engano.

-Foi um erro eu ter te conhecido!

Ela grita bem alto antes de sair correndo,

Não olha para trás por nenhum segundo.


-Foi um erro ter te conhecido!!!

Ela não tropeça para esperar ser erguida,

Ela não espera que uma mão a contenha,

Não imagina chegar até a esquina e ser acolhida,


Contudo sabe ter sido ouvida,

Porém, não há mais expectativas,

Apenas a sua fala alta e clara:

-Te amar não passou de engano.


(um riso atrás de si não a faz parar)

-Ah, desta vez a palavra A-M-O-R!

Mas sua fala chega até ela e ele é ouvido.

Ela diminui as passadas,


Não contém um suspiro...

Ainda não há expectativas.

-Sim, o amo! (Num suspirar sem choro).


quinta-feira, 30 de março de 2023

Coisas Sobre Homens

 


-Chegue jantar, está na mesa.

Ele chega esbaforido,

Demonstra cansaço e a cara fechada,

Se serve de pronto,


-Está ruim esta comida,

Você não sabe fazer nada,

Me fez perder a fome,

Amanhã acordo cedo para trabalhar,


E estarei de estômago vazio.

Ele deixa o prato cheio no meio,

Sai e vai assistir a tevê,

Toma uma cerveja,


Evita o café.

Ela senta-se com dor de cabeça,

Pensa no que pode ter feito tão errado,

Indisposição e sentimento de fracasso,


Precisa servir-se sozinha,

Sente pesar cada medida que leva a boca,

É como se de repente perdesse o gosto,

Lágrimas e palavras ficam onde estão.


-Por favor, gostaria que você se alimentasse,

Não quero vê-lo sentir-se mal.

Ela levanta-se e o procura,

Ele aumenta o volume da tevê


E desaparece no celular,

Indiretas parecem ser feitas,

Porém, já não é fácil entender,

Há um novo vocabulário ali e novas pessoas


-Você me cansa e eu não me sinto bem.

Gastei meu tempo com você,

Imaginei a melhor comida

Me esforcei em cada detalhe.


Ele sai para fora e bipa o alarme do carro,

As vezes, o motor é ligado,

Ela não acredita que ele sai para fora,

Que deixa a garagem aberta para evitar barulho,


E a porta destrancada.

Muito menos quando um estranho se aproxima,

Olha e parece planejar algo.

Ela vê as chaves na fechadura e são as suas.


Passa as com força e pressa,

Seus braços doem,

É como se alguém do lado de fora quisesse abri-la,

Ela se recosta na porta e pensa,


“Será ele que está de volta?

Então, ele saiu sem avisar nada

E deixou a porta aberta?”

Ela se deita, após se levanta.


Então, ele chega:

-Você está aí ainda?

Ele diz ao pôr o rosto na porta.

Sim, por quê acreditou que eu sairia?


Ele fecha a porta na mesma hora e sai,

Ela se aproxima e está aberta.

Põe o rosto para fora e ele está sentado na direção do carro,

-Querido, por favor, baixe o vidro da janela.


A porta da garagem já estava aberta e sem barulho,

Ele baixa o vidro.

-Claro, querida, baixo para evitar que quebre.

Ela adentra-se através da janela aberta,


Beija-o, ele não se espanta.

Ele está suado e estranho.

-Pena que não gostou da comida,

Estava mesmo depreciativa para você,


Da próxima vez me esforço,

Espero que não tenha mais de que reclamar.

Ele ri de forma cínica,

Ronca o motor com toda a força,


-Tchau para você querida,

Não vou dormir em casa,

Apague seu sorriso da cara,

Não finja que sabe aonde eu irei.


Todos sabem que brigamos,

Não tente fingir que nos damos tão bem.

Você não sabe mentir.

-Por favor, não fale tão alto,


O que pertence a nós

Não precisa ser de conhecimento dos outros...

(voz de sussurro).

Estarei a sua espera!


(em voz alta e acrescenta um beijo ao sorriso).

Hoje ela vive sozinha,

Já está divorciada a algum tempo,

Mas ela não indaga-se,


-Será que fiz mal por não espalhar nossa vida pessoal?

Mas, comenta com as outras,

Apenas algumas coisas.

(trata-se de violência!).

 

– seu pai ensinou a chorar em silêncio,

Seu irmão ensinou a não chorar sozinha,

A mãe ensinou a não ficar calada.

Mas, o pai disse que “resolve em família”.


Busca aos Peixes

Masharey acordou, Subiu na alta cadeira Feita de pneu usados, E cantou alto: - estou no terreiroooo! Em forma de canto. Após iss...