Os lábios
dele em sua pele,
Seus dedos
deslizando suaves,
A respiração
dela em seu pescoço,
A dele
percorrendo o seu cabelo,
Chegaram na
privacidade de tirar a roupa,
Onde uma
risada foi afastada,
Através de
carícias desejadas e sôfregas,
Suas mãos
entrelaçadas,
Passavam
despercebidas diante de tantos carinhos,
Os afagos
eram os mais intensos,
Mas a noite
passou suave e tentadora,
Desejosa
sobre durar para sempre,
Porém, a
manhã que se fez,
Não foi a
mais esperada para aquela que ama,
Acordou
sozinha desnuda sobre a cama,
Os lençóis desajustados
sobre ela,
O
travesseiro molhado de suor,
A boca dela
sedenta por água,
O corpo
dolorido e desejando um afago,
Mexeu-se e
não ouviu barulho,
Buscou
alguém e não encontrou,
Pois, bem,
sozinha após uma noite delirante,
Como dizer
que nisso houve amor?
Como escapar
de tudo que sentiu?
Viu uma dor lancinante
se formar no fundo da garganta,
Engoliu em
seco o choro,
Por que após
uma noite tão perfeita,
Deseja-se
simplesmente não acordar sozinha?
Isso ela não
soube se responder,
Mas sabia
que com certeza não queria,
Revestiu-se
de força e dignidade,
Levantou-se
e foi para um banho demorado,
Pensou e
repensou em tudo que houve,
De amá-lo
não havia arrependimento,
De, talvez,
nunca mais vê-la havia dor,
Sorriu,
ainda assim diante do futuro,
Poderia
revê-lo, sempre poderia,
Há tantos
que se bastam de noites,
Quem sabe de
noite a noite o que sentia se preencheria,
O coração
tem sabedoria,
Mas a alma
busca mais o amor,
Cuida-se do
coração e ele abre espaço para abrigar a alma,
O amor que
vive de noites,
Um dia se
acaba,
Mas aquela
que sabe o que sente,
Também a
tudo supera,
Os lábios
são enganosos,
Até os
beijos mais perfeitos são passageiros,
Mas a mulher
que permanece em amor será elogiada,
Aquela que
ama um dia será reconhecida,
Que ela
receba recompensa merecida,
Que seus
sentimentos sejam espalhados pela cidade,
Quem ama e
busca agradar e se entregar,
É certo que
não saberia viver de noites...
Ela saiu
debaixo do chuveiro,
Deixou a
água escorrer por sua pulsação,
Gostava de
senti-la com seu calor,
Trouxe um
punhado dela para o coração,
A quem dera,
quem dera,
Lavar a alma
assim como se lava o corpo,
Esquecer a
quem se ama,
Assim como
se pensa não ser reconhecida – quem dera.
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