De sobre os pés,
Sem pensar em dores,
O que calçar,
Ou mesmo como ir,
Levantou seus olhos,
Sem burcas no horizonte,
Simplesmente,
Precisava ir.
Para outro lugar,
Outros olhares,
Outras pessoas,
Outras paisagens.
Embora soubesse
Que deveria estar feliz
Com sua vida,
Suas conquistas
E vivências,
Contudo,
Não bastava,
A cadeira não satisfazia,
Os afazeres não preenchiam.
Mesmo que tudo parecesse perfeito,
Não era o que sentia,
Viver não agradava,
Queria emoções novas,
O vazio que nunca se preenchia,
Também nunca soube se afastar,
A solidão sempre conseguiu chegar,
Os poucos amigos que vieram
Se foram,
Tão logo puderam,
Foram.
E ela se viu obcecada
Pela tentativa louca
De fugir daquele lugar,
Outrora foram outras cidades,
Agora, talvez,
Se tratasse do país inteiro,
O continente,
Ou então os mares…
Iria para um lugar
Onde não houvesse mar.
Já era uma direção,
Mais uma coisa chata,
Viver parece preencher um sistema,
De obedecer e viver conforme,
Faltou de repente,
O “ótimo. Faça o seguinte”.
Afinal, tudo estava pronto,
Mas não havia um alguém a satisfazer,
Tudo que precisava era preencher
A si mesmo,
Gostar do que foi feito,
Sentir-se bem com o que estava pronto,
Fazer o que mais fosse preciso
Para encerrar o que estava iniciando,
A questão era:
Iniciar o quê?
Satisfazer-se….
Orgulhar-se,
Pensar em si e apenas.
Sob a luz do luar
Que brincava por entre as formas,
Ela encarou a si mesma
E sentiu ódio,
Sentia raiva por temer tanto,
-Então, garota que basta-se -,
Disse a si mesma,
Olhando a noite que escurecia
Cada vez mais serena,
E resplandecente,
-Para onde ir agora?
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