sexta-feira, 5 de julho de 2024

Olhos Abertos

Meu menino,
Veio por motivo bobo,
Ficou por importância 
Que soube conquistar.
Ganhou meu abraço,
Meu carinho,
Afeto,
Amor.
Ganhou um lugar.
Teve um nome,
Família…

Fofo, esperto, meigo, bobo…
Foi sem avisar,
Não lembrou de dizer adeus,
Não quis falar,
Apenas quis carinho,
Se aproximar,
De um a um,
De todos.
Lembrou de falar,
De recordar de cada um.

Não quis perder,
Preferiu seus olhos abertos,
Um olhar pro futuro,
Um buscar quem não estava,
Um azul que ficou escuro,
Foi adentrando para dentro de si,
Não quis sair,
Eu tentei buscar,
Fizemos todo o possível 
Para trazer de volta,
Mas lá naquele cantinho escuro,
Ele preferiu ficar,
E fomos,
Infelizmente,
Impedidos de entrar.

Uma morada desconhecida,
Onde não coube todos,
Só ficou ele,
Um último suspiro,
Um peito que inflou e murchou,
Sua fofura,
Como num encanto,
Nos deixou.
Sua quentura,
Por infelicidade,
Esfriou.

Senti seu nariz,
Busquei seu beijo,
Não voltou.
Ele se foi,
Foi sozinho,
Tão forte, gordinho e seguro,
Se foi.
Tentamos aquece-lo a todo custo,
Roupas ou sol ou tudo,
Nada mais podia 
Modificar seu estado: mor-to.

Não volta,
Não fica,
E na verdade,
Nem vai tanto,
Faz sofrer,
Chorar,
Faz saudade.
Abraçou,
Buscou,
E se foi.
Esfriou.

Agora vai para mais longe,
Muito mais distante,
Lá onde seu olhar foi antes,
No escuro de outros olhares,
Muito, muito longe,
Não posso abraçar,
Não está ao alcance,
Estas lágrimas quentes,
Que derretem este rosto que arde,
São insuficientes,
Não há forças superiores,
Não há alicerces tão fortes,
Ele se foi,
De olhos abertos,
Como se não quisesse deixar,
Disse eu te amo,
Lembrou de cada um
Depois seguiu.
Foi para nunca mais,
Onde não se possa alcançar,
Nunca mais olhar,
Cuidar ou amar,
Se foi.

Últimos segundos 
De um coração que pulsou sobre o meu,
Até que sentiu frio intenso,
Pediu para não sair do meu colo,
Se recolheu,
Ficou lá no escuro
E preso,
Indefeso,
Incapaz de retornar,
Lá eu não posso entrar…
Adeus Prinssos,
Lindo coelhinho para quem entreguei a alma,
Dei todo o carinho,
Me repartir para cuidar.
Adeus filhinho,
Aí eu não sou capaz…
Te amo.

Meu amor,
Marrom claro acinzentado,
Peludinho, enamorado.
Sofrer não lhe dá ar,
Chorar não lhe traz,
Não posso mais te cuidar,
Agora posso fechar seus olhos,
E te ver dormir em sossego.
Te amo.
Com todo apego,
Te amo Prinssos.


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