O Sr Cara Bom

O segredo é saber como falar,

Declarar o que sente,

Ou saber se calar,

E apenas se jogar nos braços dele,

De alguma forma que dê certo,

Que indubitavelmente não tenha erro,

E enfim:

Sonhado beijo.

Desde o início dos tempos 

Que sonho com ele,

Me imagino a beija-lo,

Sorrir ao seu lado,

O segredo é saber como falar,

E finalmente tê-lo,

Mais que isso,

Beijar, beijar e beijar.

Um cronograma ou fórmula,

O beijo caloroso,

Um instante mais que desejado,

Quase que merecido.

Que maravilha,

Inteligente, feliz e nos seus braços,

Que sonharam mais as amigas?

Tê-lo, tê-lo, tê-lo.

Em tempos de solidão,

Um ombro amigo é paixão!

E eu ainda devo acreditar que Deus é mau?

Não, nada disso,

Deus o trouxe para eu.

Ama-lo.

“Sr. Cara Bom, Desejado”,

-”Para mim”?

Há quase um susto ao receber a chamada,

Vê-lo com um quê de sentir,

Tê-lo,

Sem nada que distancie tanto assim…

A voz, a imagem, o sorriso,

E bem, você sabe.

Eu gosto é por inteiro!

Amo aquela segurança de ele querer estar,

Me buscar,

Me reconhecer,

Gostar de me proporcionar a amostra,

Pois amor que é amor

Demonstra!

Nunca ouvi falar

De “caras todos bons”

Mas que relutam em estar,

Desciam de entregar-se,

Aí já é outra coisa,

No máximo saudade.

Nada de amor

Ou daquele sentir falta.

Pois bem,

Você já não me liga,

Não nota ausência,

Me sinto entristecida,

Em instantes quase me mata a abstinência,

Mas amor que é amor 

Também ressoa a advertência,

“Entendi: acabou”!

Guardo meu sorriso sombrio,

Estes tempos são para muito menos.

Bom,

Elas ouvem falar deste senhor,

O tal carinha que eu queria tanto,

O bom cara cobiçado,

Pois é,

Eu não soube falar o bastante,

Insuficiente,

Tomara que tenha casado,

Trepado muito 

E me esquecido,

Deus me livre de amores arrependidos.

O cara todo bom

Deve estar agora com o telefone na cara,

Olhar cabisbaixo e pensativo,

Pois é contei de seu viciozinho,

Já não espera mais uma mensagem ao ouvido,

Uma imagem toda boa,

Ele prefere garotas mais atoas,

O tipo fácil e ao dispor,

Que pena,

Eu gostava deste seu viciozinho pornô.

Quase ouço aquela voz rascante a chama-lo,

Amores de telefone são uma droga,

Quando você gosta apenas acaba.

Desligo a tela do telefone com calma,

Preferia fuzilar está vontade insana,

Mas que pena,

Eu acabei gostando,

Não deveria misturar vício com saciedade,

Espero um belo foda-se,

Porquê nem adeus você disse.

Espero te apontar a saída,

Bloquear e não querer mais te ver,

Espero não estar tão fraca,

Resistir a te você,

Ou a ideia idiota de reciprocidade,

Quero ver você a foder-se,

Cara todo bom com celular

E pênis amostra.

Um puta foda-se pra você 

E pra minha cara de tenacidade.